Inspirações A escolha pelo caminho do Design

A escolha pelo caminho do Design

Por Raíssa Jappe

Essa semana, pensando no texto aqui para o blog, comecei a revirar arquivos antigos, da época de faculdade na PUC-Rio, e me deparei com o texto abaixo, que escrevi para uma matéria do oitavo período da faculdade, há exatos 10 anos. Claro que muita coisa aconteceu de lá pra cá e tracei um caminho pouco linear para chegar onde estou agora: num cargo de gestão na área de criação. Mas isso é papo para outra hora. No momento, achei interessante divulgar o texto, exatamente como foi escrito na época, para talvez ajudar pessoas que passam pelas mesmas dúvidas na hora de escolher uma profissão. E quem sabe incentivar tantas outras a se tornarem Designers. Uma coisa eu garanto: o caminho é longo, há sempre muitas dúvidas, mas essa é uma profissão com um dia a dia incrível e com uma variedade enorme de possibilidades. Fiquei extremamente feliz de ler meu texto tanto tempo depois e constatar que alcancei o que tanto queria: a realização profissional! E ainda tenho muita coisa pra viver pela frente…

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“Escolher a profissão que queremos seguir é, na minha opinião, uma das decisões mais difíceis que tomamos na vida. Sorte daquelas raras pessoas que parecem já nascer sabendo “o que vão ser quando crescer”. A grande maioria, entretanto, passa por muitas dúvidas até se decidir… Inclusive eu!

Fiz meu primeiro vestibular quando tinha dezessete anos. Estava confusa, mas ao mesmo tempo certa de que iria fazer Engenharia ou Desenho Industrial. Engenharia pelo meu interesse por matemática e Desenho Industrial… Bem, acho que até hoje não sei direito porque me interessei por essa carreira. O fato é que fui aprovada no vestibular para o ano de 1999, podendo escolher entre Engenharia Civil na UFRJ e Desenho Industrial na PUC. Por estar ainda indecisa e com dúvida se desenhava suficientemente bem para ser designer (hoje sei que Desenho Industrial vai muito além de “desenhar”), acho que a gratuidade do ensino na federal pesou mais e acabou me levando a começar Engenharia.

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Já com um ano de curso percebi que aquilo não tinha nada a ver comigo. Então decidi largar a faculdade, prestei outro vestibular e, finalmente, comecei Desenho Industrial na própria PUC. Só que dessa vez a escolha pelo Design foi mais pensada. Apesar de continuar me achando nova para já ter que ter certeza de que carreira iria seguir, acho que o que me chamou a atenção para esta profissão foi o fato de ela ser multidisciplinar.

Inicialmente, escolhi a habilitação em Projeto de Produto, possivelmente um resquício ainda do meu interesse pelas ciências exatas. E, não sei bem o porquê, essa área me parecia mais diversificada do que Comunicação Visual. Aos poucos, porém, fui descobrindo quantas coisas diferentes gosto de fazer, quantas são minhas áreas de interesse… Em meados da faculdade, nova decepção: fiquei muito angustiada, provavelmente pelo fato de não conseguir estágio. Aliado a isso, para minha surpresa, fui percebendo que meus interesses estavam muito mais relacionados com Comunicação Visual.

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Assim, a partir do sétimo período, comecei a cursar matérias só dessa área e pedi minha transferência. Coincidência ou não, surgiu a oportunidade do meu primeiro estágio. Foi no CEBIM (Centro Brasileiro de Informática Médica), onde trabalhei com Design Gráfico, mas, principalmente, com Web Design, o que não me agradou muito, além do fato de sentir muita falta de algum designer me supervisionando e orientando, já que eu era a única da área. Fiquei apenas dois meses e meio nesse estágio, mas logo surgiu uma nova oportunidade: agora em um escritório de Design mesmo chamado Tree, onde eu começo a trabalhar na semana que vem. Ainda não sei se é o ideal, já que tenho a impressão de que vou trabalhar apenas com objetos de papelaria, mas já é mais uma experiência.

Hoje, no oitavo período do curso, cada vez mais tenho a impressão de que nenhuma profissão poderia me dar uma formação tão abrangente quanto a de Designer. Recentemente, em julho, participei do N-Design em Santa Maria/RS e fiquei encantada com o que vi no Congresso, tanto em trabalhos de profissionais já experientes como em trabalhos de jovens designers, às vezes ainda na graduação, mas rumo à uma carreira brilhante.

E foi após assistir à uma palestra desse congresso que eu percebi que uma das coisas que me angustiava muito também, sem que eu percebesse, era o fato de que eu nunca fui como a maioria dos estudantes de Design, que adoram “meter a mão na massa”, como falamos. Nos trabalhos, e nas próprias matérias mesmo, sempre me interessei mais pela parte teórica, escrever mais. Só que eu percebi que outras pessoas são assim também e que o fato de não gostar tanto do criar em si, não significa que não posso me tornar uma grande Designer. Existe um mercado enorme para quem quer ser um estudioso de Design.

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Dessa forma, as minhas expectativas atuais em relação ao Design são as melhores possíveis. A impressão que eu tenho é que, a todo momento, estou e estarei descobrindo novas formas de me expressar como Designer. Ainda não sei ao certo que área dentro do Design seguir: gosto de Design Gráfico em geral, posso enveredar para Publicidade e/ou Marketing, ou mesmo ficar na área de Pesquisa mesmo… A verdade é que quanto mais eu conheço o que posso fazer, mais eu me sinto segura de que dessa vez fiz a escolha certa e, dessa forma, mais eu percebo que estou no caminho para me realizar profissionalmente naquilo que gosto, meu grande desejo!”

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