O aparelho de TV é um dos produtos que mais mudou a sociedade do século XX. O design da TV evoluiu muito desde as engenhocas retrôs quadradonas, como o Emyvisor e o Marconi. E, quando o futuro já parece ter chegado, hoje, continuamos a nos maravilhar com esse aparelho, agora com telas planas e monitores de alta definição que podem parecer mais nítidas e mais coloridas do que a própria realidade, smart Tvs e suas mil e uma funções e interatividades.
O mais antigo ancestral da televisão moderna foi a Octagon, feito pela General Electric, em 1928. Nela era utilizada uma tecnologia de disco giratório mecânico para exibir imagens em sua tela de três polegadas. Embora não tenha sido produzida em massa, nela foi exibido o que é considerado o primeiro drama de televisão do mundo: “A rainha do Mensageiro”.
Logo, com a evolução da tecnologia, alguns aparelhos foram disponibilizados no mercado de TV em casa, acessíveis, a princípio, apenas como brinquedos extravagantes para os ricos. Interessante notar que a TV foi vendida como um rádio evoluído – assim como o computador inicialmente era a evolução da máquina de datilografia. Por exemplo, o 1936 Cossor Television foi anunciado em um folheto:
“Rádio – suas emoções, seus interesses, aumentados cem vezes pela televisão …. O rádio não é mais cego. O comentário mais excitante é feito infinitamente mais emocionante quando você pode ver também!”
A Cossor vinha em um armário de madeira de nogueira. Sua tela se escondia por portas quando não estivesse em uso. Essa característica, no entanto, foi aposentada nos designs posteriores com as telas redondas, como em 1949, na Raytheon TV, e as pernas foram embutidas nos anos 50 e 60.
No Brasil, a primeira transmissão de um programa de TV foi em 1950. Nessa época, era preciso esperar até 30 segundos depois de girar o botão para a TV ligar. Isso se dava porque a TV possuía filamentos que precisavam esquentar para então nos maravilharmos com apenas alguns tons de cinza. Com o desgaste desses filamentos, a imagem se tornava cada vez mais difusa.
A RCA foi uma das primeiras marcas de TV em cores a surgir nos EUA, ainda nos anos 50. Porém, a tecnologia só de popularizou na década seguinte. Outra evolução se passava nos materiais com que elas eram fabricadas na tentativa de deixá-las mais leve. De lá para cá, vimos a popularização das Tvs de tubo ou CRTs, as de tela plana, as de Plasma já com imagens em alta definição, as LCDs que não sofrem com o problema de fantasmas e são mais econômicas, as de LED com cores mais vivas e maior vida útil e as ainda não popularizadas OLED e AMOLED – TVS com 3mm de espessura, ainda mais nítidas, claras, econômicas. Boatos correm a respeito de TVs a laser, como a LaserVue Tv da Mitsubishi. A expectativa é de que essa nova geração poderá reproduzir mais de 90% das cores visíveis para o olho humano e, com isso, tornar a imagem da TV mais fiel a de uma paisagem ao vivo.
Em 2010, a Toshiba exibiu a primeira TV com resolução Quad Full HD capaz de exibir imagens tridimensionais sem o uso de óculos. O modelo, que recebe o nome de “REGZA 55X3”. Já em 2012, disponibilizou para o mercado europeu sua nova linha 3D 4k. Nela, uma webcam, localizada na parte inferior da tela, reconhece o rosto das pessoas presentes na sala e informa se o usuário está em um local adequado para ter uma boa experiência tridimensional.
A bola da vez são modelos com tela curva – sim, voltamos a curva porém, agora, são telas côncavas que segundo os fabricantes, ajudam a dar profundidade para as imagens e aumentam o conforto do telespectador.
No Japão, a emissora estatal NHK lidera o desenvolvimento do UHDTV (Ultra High Definition Television), que permite reprodução de imagens de até 7.680 x 4.320 pixels. Por lá, as transmissões em 8K devem começar apenas em 2016 via satélite e em 2020 por meio terrestre.
A tecnologia 8k UHD é apontada como a resolução limite para um televisor doméstico, junto com a resolução 4K, devido a limitações do olho humano. Ironia a parte, apesar de tamanha resolução, ela não chega a ultrapassar o filme de 35 mm. Sabendo disso, fica fácil compreender a restauração digital 8K/4K intermediária de Lawrence da Arábia feita para blu-ray e relançada nos cinemas ao longo de 2012 pela Sony Pictures para comemorar o 50 º aniversário do filme.
Vale questionar como anda a produção de conteúdo para essas novas tecnologias – um grande campo para os designers audiovisuais. Segundo afirma o diretor de engenharia de entretenimento da Globo, Raymundo Barros, em entrevista à Folha de S. Paulo, a intenção da tecnologia é criar mais imersão e, para isso, o áudio também precisa acompanhar a qualidade de imagens. Os vídeos em 8K são capturados em 22.2 canais, contra apenas 5.1 atuais. A Globo já captura algumas imagens para suas novelas em 8K. Cada minuto em vídeo sem compressão ocupa 200 GB de armazenamento. Haja armazenamento.