Fala criativos!
Hoje temos uma entrevista muito massa com um dos ilustradores mais peculiares desse nosso grande Brasil. Zansky, além de um exímio ilustrador autoral com um amplo corpo de trabalhos na área editorial, também é um grande entusiasta na área da serigrafia, tendo a sua própria editora Edições de Zaster, onde aplica seus conhecimentos e experimentos diversos a cada edição.
Você pode encontrar o Zansky e sua arte nos seguintes links:
1- Antes de tudo gostaria de agradecer nos permitir ter a honra de entrevistá-lo, nos conte mais de como começou o seu interesse por ilustração?
Imagina, agradeço o convite ou interesse em saber sobre o que faço (ris0s)
Bom, sobre o meu interesse em ilustração vamos falar a partir do contexto profissional, porquê né, desde criança a gente gosta dum negócio desenhado. Eu posso dizer que decidi com o que ia trabalhar quando decidi fazer escola técnica no curso que na época se chamava desenho de comunicação (hoje é comunicação visual) na ETE Carlos de Campos em São Paulo (entre 1994-1997). Ali aprendi várias técnicas e tal e principalmente esse lance das cores que levo comigo até hoje.
Bom, eu achava que iria trabalhar com publicidade, mas lá vi que não era pra mim e segui no design e sempre que dava ilustrava algo, mas eram mais ilustrações não autorais. Essa coisa do autoral veio já quando eu fazia Artes plásticas na UNESP (entre 2001-2004) e passei integrar o coletivo em que faço parte até hoje o BASE-V. As coisas foram me levando mais pro lado da ilustração e desde 2009 venho trabalhando como ilustrador mais autoral como atividade principal.
2- Nos fale mais quais são suas referências, mentores e pessoas que o inspiram ao longo desses anos?
Gosto muito de arte gráfica antiga, processos de impressão me interessam bastante também. Falando em pessoas em específico, sempre agrega ver os trabalhos do Pedro Franz, Palefroi, Keichii Tanaami, Victo Ngai, Yuko Shimizu,Tatsuro Kiuchi, Robet Rauschenberg e os antigos trabalhos gráficos do Seripop são algumas referências. Tenho olhado mais ultimamente Pieter Bruegel.
3- Como funciona o seu processo criativo na criação de uma arte?
Não existe um padrão que eu siga para os desenhos, somente meu pensamento que é por separação de cores, não importando se vai ser impresso em off-set ou eu mesmo serigrafar.
O meu processo criativo por vezes é totalmente de improviso, fazendo manchas e procurando as imagens e pra onde me levam ou pode ser esboçando no digital para depois fazer no papel (acredito que esse seja um processo inverso ao que a maioria costuma trabalhar). Aí vem a parte de decidir as cores finais.
4- Nos fale um pouco da sua rotina, como é um dia na vida de Zansky?
Não tem rotina, cada dia é de um jeito (risos). Eu trabalho em dois espaços diferentes, um dedicado a ilustração e outro para impressão e projetos da Edições de Zaster (minha editora). Tem dias que passo somente ilustrando, computador, scanner e outros que me desloco para esses espaço onde é menos computador, mais mão suja com tinta, impressão, papel, lápis, estilete, pincéis etc. Portanto, depende do que estou envolvido.
5- Qual você considera o ponto mais positivo e o ponto mais negativo da profissão?
A liberdade de trabalho é o positivo. O negativo é a limitação que impede atender mais demandas, são todas funções de uma empresa em uma pessoa só.
6- Qual você considera seu melhor trabalho até o momento e porque?
Este que vou citar não é que eu considere o melhor, pois cada projeto tem um empenho e gosto de todos (os que eu não gosto nem vai pro portifolio), mas considero pela oportunidade e liberdade para usar cores Pantone. Foi a capa do livro “Antologia da literatura fantástica” organizado por Jorge Luis Borges, Bioy Casares, Silvina Ocampo editado pela Cosac Naify. Inclusive ficou entre as 10 melhores capas do prêmio Jabuti de 2014.
7- Agora um rápido bate-bola:
Um filme: “The Wicker Man” (1973) Robin Hardy
Uma música: Ain’t Got No, I Got Life – Nina Simone
Um lugar: Cordilheira dos Andes
Uma cor: Chiclete
Uma comida: Sorvete
8- Nos conte mais sobre seus hobbies, quando você não está trabalhando, o que gosta de fazer?
Pois é, não está dando muito pra falar que é hobbie, mas tocar bateria e pesquisar/cuidar de suculentas
9- Para finalizar, você tem alguma lição que aprendeu ao longo desses anos que gostaria de compartilhar com nossos leitores.
Não ceder seus direitos autorais. Você pode ser remunerado em outros projetos utilizando uma ilustração já pronta.
E faça projetos pessoais, dificilmente um cliente pedirá algo diferente do que viu em seu portifolio.