Muito conhecida entre os profissionais da área de comunicação, o termo brainstorming é mau utilizado, sendo descrito como – apenas – uma reunião onde as ideias são soltas em relação a um tema ou problema. Essa percepção diminui a sua importância e deturpa a seu principal propósito.
Estamos falando de um dos processos com maior exercício da criatividade combinada. Contudo é importante frisar que para uma boa execução, necessário se faz entender sua origem e principais características.
Primeiramente, é importante estar atento que a criatividade não é um dom. Sendo assim, se trata de um processo natural que, ao passar do tempo – através do nosso processo de educação – vai sendo atrofiado. Algo que é facilmente comprovado dado que somos apresentado às disciplinas de forma isolada (em sua grande maioria) e continuamente não relacionadas com a realidade. Como consequência, temos alunos que desde o ensino fundamental a Acadêmia – relato isso enquanto professor universitário – tem extrema dificuldade em correlacionar conhecimentos e traduzi-los em prática.
Tendo isto posto, um dos maiores pesquisadores da criatividade, Alex Osborn, afirma que:
A criatividade é uma capacidade que todos possuem, mas deve ser desenvolvida por meio de alguns processos mentais que podem ser aprendidos e treinados.
Desenvolveu então o Brainstorming, um processo que reúne algumas práticas que, quando executadas de forma correta, proporcionam resultados excelentes.
Ao pesquisar sobre o assunto você poderá encontrar as práticas em ordem diferente. Irei abordar de forma mais didática e – ao meu ver – mais compreensível.
ESQUEÇA AS HIERARQUIAS
Para iniciarmos é importante tem em mente que o Brainstorming é um processo sem hierarquias. Não há ideias, nem pessoas superiores e inferiores. Toda ideia/voz é igualmente respeitada e precisa ser ouvida, do contrário, não há o livre exercício do pensamento, como consequência, ausência criativa.
Neste momento é importante que o espaço e olhar do outro seja respeitado, preferencial e principalmente quando oposto. É na escuta e reflexão que conseguimos desenvolver uma boa colheita de ideias (insights) à fim de solucionar problemas
NÃO JULGUE, FILTRE.
Como falado acima, não havendo hierarquias, estamos “no mesmo nível”. Existe um processo psicológico chamado Palpite Lento. Algumas ideias surgem em nossa cabela e levam dias, meses, até anos para amadurecer. O grande possibilitador desse amadurecimento é justamente o encontro com opiniões contrárias ou diferentes.
No Brainstorming temos a oportunidade de acelerar este “palpite” transformando-o com outras pessoas, de forma a validar, aprimorar ou, até mesmo, invalidar.
De forma prática, permita que todos falem, tome nota dos pontos citados e, apenas depois, realize a validação.
SE MANTENHA NO FOCO DO ENCONTRO
Quando não há hierarquia e todos podem/devem ter voz, facilmente perdemos o foco. Esse é o ponto mais delicado do Brainstorming.
Sendo um tema em discussão, busque manter a atenção nele. Se forem diversos temas, coloque-os em sequência e faça o processo para cada um dos temas. É preciso organizar e deixar claro para todos sobre o que estamos falando. Cuidado para não transformar uma chance de resolução de problemas e um grande celeiro de mais problemas.
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Sendo umas das técnicas mais conhecidas, o Brainstorming é eficiente e prático, mas que exige um grau altíssimo de humildade. Digo isto por ser necessário, para que tenhamos êxito, o desapego das ideias. Ao nos encontrar, despejamos nossas ideias e como fim, temos a necessidade de combinar, validar ou não cada visão apresentada. O que ainda exige um alto grau de dedicação.
O Brainstorming é apenas uma técnica à ser utilizada. Ela irá facilitar o processo de tomada de decisões, mas não é a única opção. Existem diversas formas e metodologias que podemos utilizar. Para isso, gostaria de saber sua opinião e sugestão: você gostaria de conhecer outras metodologias de gestão do tempo, equipes e projetos? Deixe opinião nos comentários.
Sucesso e paz!