Olá criativos! Na semana passada o mundo voltou os olhos para o Brasil, mais precisamente para o Rio de Janeiro e, desde então, estamos em evidência na mídia. Ai você, jovem designer, me diz: “ok, achei a abertura linda, mas o que tudo isso tem a ver com design?” Eu te digo: TUDO. A seis anos o mundo convive com o logotipo dos jogos olímpicos, é um case de sucesso!
A estética usada na identidade visual, a integração dos atributos do briefing nas linhas do desenho, a cultura brasileira, sobretudo a carioca expressas em formas e cores tão bem compostas formam uma marca tridimensional, tátil, integrada e coletiva.
O Seixo – a base da marca
A atmosféra de toda a identidade foi criada a partir do seixo (cascalho em formato curvilíneo de diâmetro variado, geralmente transportado pelas águas, o que o deixa arredondado nas arestas). O look, como é chamado, é responsável por manter uma uniformidade na comunicação, é o que interliga toda a comunicação do evento, tanto os Jogos Olímpicos quanto os Jogos Paralímpicos. As curvas e cores representam a Cidade Maravilhosa se enfeitando para receber o mundo para a maior festa do esporte, acolhendo atletas, mídia e espectadores com alegria, diversidade e respeito.
Ilustrar os principais pontos não só do Rio, mas de um país tão rico em cultura, não foi fácil. O look guiou todo o processo da marca e das outras cinco cidades participantes : Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Manaus e Salvador, que também são palcos das competições.
Pictogramas
É uma tradição que cada esporte tenha um pictograma próprio, contudo os Jogos Olímpicos Rio 2016 trazem símbolos diferentes para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Envolvidos pelo desenho do seixo, eles estão sendo usados nos estádios, nas tabelas de jogos, placas de identificação e deixam a comunicação acessível para todos os idiomas! Dê uma olhada nos 41 pictogramas criados para o Rio:
Tipografia – paixão e transformação
A tipografia criada para os jogos traduz de maneira clara a essência dos jogos – Paixão e Transformação. Além de ser uma das poucas fontes criadas por uma equipe brasileira para um evento mundial, deixando um legado para a nossa cultura, ela reproduz a fluidez do traço do pincel no papel alternando entre o traço fino e grosso, fazendo a palavra Rio única e contínua. Impor em uma fonte os pilares dos jogos é um desafio grande, pois além de tudo ela não pode ficar obsoleta, já que deveria representar o Brasil desde a escolha da cidade-cede, pelo Comitê Olímpico.
As curvas mais uma vez presentes e únicas (pois nenhuma é igual a outra) remetem aos movimentos dos atletas, às cidades dos jogos, à singularidade da cultura e natureza brasileira e a fluidez presente em toda comunicação visual.
A concorrência da marca aconteceu com oito empresas brasileiras na sua etapa final, todas apresentaram além de suas ideias, mas todo o portfolio da empresa para mostrar o quão preparadas estavam para o desafio. Por fim, a Tátil (Rio de Janeiro) foi a vencedora, unindo toda a equipe (inclusive o escritório de São Paulo) para aprender, rabiscar, estudar e desenvolver o projeto.
No vídeo disponível no site da agencia Tânia Savaget a diretora de estratégia e branding na Tátil Design diz o seguinte: “a marca escolhida foi a mais transformada de forma coletiva”. Foram mais de 150 desenhos diferentes estudados, analisados e nenhum deles sintetizava tanto o Rio e os jogos como o escolhido.
O abraço + coletividade + celebração
Entendeu porque os jogos olímpicos têm tudo a ver com design, comunicação e criatividade? É a marca mais vista no mundo, o maior público alvo, ela deveria ser viva e atual durante seis anos e foi! Parabéns Brasil, a primeira vitória nas Olimpíadas começou bem antes da abertura.
Assista ao vídeo e veja a equipe falando sobre o processo de criação:
E o que achou desse case incrível? Deixe seu comentário.