Fala criativos!
Hoje gostaria de falar sobre um tema polêmico tanto entre os ilustradores como por pessoas leigas ou de fora do mercado de ilustração/arte: Vamos falar sobre referências fotográficas em trabalhos, em como e porque usá-las?
Por muitas vezes já vi discussões com argumentos extremamente polarizados sobre o assunto, muitos defendem que o uso de referências é necessário para se conseguir atingir um grau de assertividade e clareza na arte que dificilmente você conseguirá se tentar apenas “de cabeça”. Por outro lado, também temos muitas pessoas que argumentam que um artista de verdade não deve usar referências fotográficas, que deve apenas se guiar a partir do seu repertório visual e memória fotográfica para conseguir chegar em um resultado único.
Gostaria de deixar claro que esse artigo trata-se apenas de uma breve introdução sobre o assunto, existem ótimos sites que dedicam-se mais especificamente a este assunto como o brasileiro Brushwork Atelier ou o ótimo site americano Muddy Colors. Além disso, existem diversos posts na internet de artistas demonstrando o seu processo, basta procurar por “Case Study” ou “WIP” para encontrar mais sobre a técnica de cada artista.
REFERÊNCIA E REPERTÓRIO VISUAL
Podemos começar falando sobre o que é uma referência e o que é um repertório visual, vou citar aqui o que falamos no post que fizemos sobre o mesmo assunto recentemente:
“Podemos considerar uma referência todo e qualquer trabalho que venha a ter influência direta ou indireta no resultado final e /ou no processo criativo. Sendo assim, podemos assumir que tanto uma fotografia famosa assim como uma mundana pixação na rua podem ser ambas consideradas referências de igual ou diferente valor para um trabalho criativo.”
São a partir das referências que coletamos ao longo da vida que montamos o nosso repertório visual que se trata de nossa biblioteca pessoal no que se refere a imagens. Podemos, a partir disto, criar diversas imagens a partir unicamente deste recurso, existem muitos artistas e ilustradores que alegam criar unicamente a partir de “sua mente” e de técnicas específicas de desenho (anatomia/proporção/perspectiva).
HIPERREALISMO
Quando falamos de se utilizar referências fotográficas, acredito pessoalmente, que boa parte do preconceito vem do fato de que hoje temos muitos artistas hiperrealistas que são literalmente “impressoras humanas”. Você provavelmente já deve ter visto alguns desses trabalhos no Facebook ou Instagram, eles são extremamente detalhados e parecem mais fotografias do que pinturas/ilustrações.
Como podemos ver na pintura acima de Diego Fazio, a parte interessante do hiperrealismo com certeza é a fidedignidade do que é representado, mas ao mesmo tempo temos que lembrar que isso pode ser um fator limitante quando levamos o fator criatividade em conta, visto que caso o artista não seja também o fotógrafo ele deixa de tomar muitas decisões criativas que podem vir a ser interessantes para o projeto (enquadramento / luz e sombra, por exemplo).
REFERÊNCIAS FOTOGRÁFICAS NA ARTE
Podemos afirmar que referências fotográficas são fotografias que possuem uma aplicação no projeto final impactando a obra de maneira visual, podendo tanto ser de uma maneira mais subjetiva ou mais explicita. Na sequência vamos analisar alguns artistas / ilustradores e as fotos de referências que estes utilizaram para suas obras.
Podemos ver que a artista Rebecca Guay se esforçou bastante para posar como referência para a própria pintura, utilizando-se de recursos mundanos para representar elementos que seriam acrescentados na composição.
O exemplo acima do ilustrador Henning Ludvigsen é muito interessante por mostrar que a composição perfeita muitas vezes é formada por uma série de fotos e não por uma única, fazendo claramente uma montagem para conseguir chegar no resultado esperado.
De maneira semelhante, David Seidman utiliza-se de diversas fotos de uma mesma referência para conseguir montar a pose adequada a temática que está se propondo.
Neste exemplo de Matthew Warlick vemos que ele utilizou a foto de base apenas para a pose e levemente para a iluminação, as demais escolhas de cores e vestimentas foram todas tomadas pelo artista subsequentemente.
O famoso pintor americano Norman Rockwell costumava tirar fotos em preto e branco de modelos ou de amigos para poder compreender tanto questões de proporções como de luz e sombra para suas futuras pinturas.
Segundo Norman, parte do fato de ele gostar de utilizar fotografias se devia ao fato de que seus rascunhos não conseguiam capturar nuances de luz/sombra que davam o detalhismo que ele gostaria em suas obras.
CONCLUINDO
Como podemos ver, utilizar referências fotográficas não se trata apenas de copiar uma foto em uma mídia, mas saber incorporar ela em uma temática claramente planejada. Precisamos deixar claro que não há problema algum em se utilizar fotografias em seu trabalho, seja para conseguir um resultado ultrarrealista (que claramente necessita de uma referência) ou apenas para enriquecer um trabalho e deixá-lo mais interessante.
Hoje em dia você também pode tirar facilmente fotos de referência para seus trabalhos utilizando o seu próprio celular, mas é claro que alguns recursos talvez estejam um pouco fora de mão para alguns de nós (tirar fotos de vulcões quando se mora no Brasil, por exemplo) e nestes momentos é muito bom ter acesso a um banco de imagens de qualidade. Para alguns pode parecer besteira, mas ter acesso a um banco de imagens pode fazer uma baita diferença na hora de juntar recursos para estudar e criar seus projetos.
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