A cortiça é uma matéria-prima que provém da extração da casca da árvore do sobreiro. O descortiçamento ou despela é feito quando a árvore atinge os seus 25 a 30 anos de idade. Feito no verão, a cada nove anos, até o sobreiro atingir os 150 anos.
A primeira extração é designada por “Desbóia” ou cortiça virgem, produz uma cortiça muito irregular, rígida, com muitos poros e saliências e por isso muito difícil de trabalhar. Com pouca qualidade é normalmente usada em pavimentos e isolamentos.
A segunda extração ocorre 9 anos depois, designada de secundeira, no entanto, ainda não é adequada a trabalhos de grande qualidade.
Na terceira extração a cortiça é chamada “Amadia” ou cortiça de reprodução. Nesta fase já se consegue obter a melhor cortiça, com uma estrutura suave e regular no seu interior e exterior. Cada sobreiro, a partir deste ponto, consegue fornecer sempre cortiça de boa qualidade, a cada 9 anos e de uma forma geral por mais de século e meio, o que dá uma média de 15 a 16 descortiçamentos ao longo da sua vida.
Atualmente, a cortiça é uma matéria-prima nobre cuja utilização se estende a variadas utilizações, como os revestimentos de solos, os isolamentos térmico e acústico, na fabricação de instrumentos musicais, em artigos de decoração, nos componentes para calçados e para o sector industrial de diversos segmentos automóvel, bebidas, construção, alvenaria, decoração, entre outros.
Portugal, com uma área de 730 mil hectares de montado de sobro, é responsável por mais de 50% da produção mundial de cortiça. Outros produtores são Espanha, sul da França, sul da Itália, mais recentemente Marrocos, Argélia, Tunísia.
O desenvolvimento tecnológico e a aplicação de novas técnicas, incluindo de gestão, levaram à integração vertical de algumas operações de transformação da cortiça.
Aqui fica uma proposta para todos criativos pensarem no assunto e tentarem desenvolver uma ideia e quem sabe, ser um fenómeno mundial.