Em exibição na Netflix
“Rainha Charlotte: uma história Bridgerton” a minissérie spin-off da série Bridgerton é encantadora, emocionante e não deixa a coroa cair comparado ao material principal. E para quem já é apaixonado pelo universo da realeza inglesa criado pela Shonda Rhimes, vai maratonar esse derivado.
Nesse novo romance real, iremos conhecer uma Charlotte de 16 anos (India Ria Amarteifio), que acabou de ser barganhada com o império britânico e irá se casar com o rei George (Corey Mylchreest), e terá que se adequar a nova vida de rainha, de um país estrangeiro com costumes diferentes, responsabilidades reais, solidão, além de tentar desenvolver algum tipo de amor com seu marido. E em paralelo, acompanharemos mais dois outros núcleos principais, a juventude de outra personagem conhecida, a lady Agatha (Arema Thomas), e seu dilema em se descobrir como mulher com vontades, desejos e opiniões além de seu marido. E o romance do acompanhante da rainha, Brismsley (Sam Clemmett).
A série possuí um ótimo ritmo com 6 episódios de uma hora mais ou menos. É instigante conhecer a juventude da rainha, enquanto vemos em paralelo, seu eu no presente, interpretada pela atriz Golda Rosheuvel mostrando todo fardo que ela teve que carregar pelo bem da coroa e por amar seu marido o George. Outro ponto interessante, é o tal experimento social que a autora coloca como justificativa para uma Londres etnicamente diversa, já que a futura rainha não era totalmente branca, e iria gerar um problema. A mesma nos apresenta a cidade dividida entre nobres negros e brancos, e que iriam começar a se misturar por conta do casamento real. Além disso, ir descobrindo como cada um desses personagens já conhecidos pelo público de uma forma bem escrita, delicada, para entender como cada um deles terminaram da forma que vemos na primeira temporada de Bridgerton.
O elenco escolhido é extremamente contagiante. A India Ria Amarteifio, traz uma Charlotte determinada, questionadora, que se impõe e vemos ela se tornando a rainha que conhecemos mais madura. Corey Mylchreest, nos mostra um rei diferente do que a realeza pede, que sofre por conta de uma doença que não se sabe muito e não tem cura, enquanto tenta ser um bom governante e fazer sua amada minimamente feliz. Arema Thomas, mostra que lady Agatha sempre teve jogo de cintura e lábia para convencer tudo e todos e alcançar seus objetivos, porém, não foi um processo nada fácil, ela entrega uma performance de encher os olhos. Sam Clemmett, traz um Brismsley sempre dedicado a servir sua rainha, não como sua função, mas também como um amigo e conselheiro. Além de ser fofo de acompanhar sua tentativa de romance enquanto equilibra com o dever.
A direção continua nas mãos do diretor Tom Verica, que já trabalhou em outras séries da autora Shonda Rhimes, e sabe bem como as cenas, ângulos de câmera sobre o ombro para dar um ar mais intimista com os personagens, planos próximos para exaltar o sentimento que está sendo transmitido, planos inteiros ou abertos para explorar o ambiente belíssimo dos cenários.
Por fim, “Rainha Charlotte: uma história Bridgerton” é um delicado conto de fadas, baseado em alguns fatos reais, que diverte, encanta e não irá consumir muito do seu precioso tempo. E se você já ama esse universo dos romances ingleses, com várias reviravoltas, dramas, romances proibidos e cenas picantes. Não vai ser dessa vez que irá ficar desapontado, é só colocar sua coroa do burguer king e mergulhar nessa trama.