Crítica fora da curva: The last of us 1Temporada!

Sem sombra de dúvidas “The last of us: série” é um tutorial de como fazer uma adaptação de um jogo para a mídia TV ou até cinema. De uma forma geral, o roteirista (Craig Mazin) conseguiu fazer uma adaptação praticamente impecável do jogo, trazendo toda a carga emocional que era necessária, além de uma ótima construção de personagem, tanto os protagonistas quantos os secundários e a diretor (Neil Druckmann) conseguiu transmitir todo peso das cenas com a sua direção muitas vezes delicada, mas também caótica quando necessária. Ao utilizar de plano sequência em momentos de ação ou conflito, as vezes um toque de terror com cenas em silêncio e um “BOOM” depois que faz você pular da cadeira. E não menos importante a direção de arte e os maquiadores estão de parabéns todo visual da série remete ao jogo, e o visual das criaturas só de olhar você tem medo e agonia, só imaginar aqueles fungos saindo do seu corpo. Foi um trabalho impecável de toda a produção no geral, conseguiram pegar tudo de bom no jogo e transpor, adaptar para uma série que me fez apaixonar novamente por esse universo, que traz à tona todo o dilema moral que os seres humanos encaram num mundo pós apocalíptico, só que de forma profunda e bem trabalhada. Nenhum dos personagens faz o que faz porque é “bom ou mal”, faz para sobreviver ou por que é algo que acredita ser certo, e se você vai concordar com as atitudes deles ou não só depende de você. 

A escolha do elenco foi perfeita, Joel (Pedro Pascal) entrega um homem que perdeu tudo, que faz o que for preciso para sobreviver nesse mundo e nada mais. E que vai mudando aos poucos graças ao convívio com Ellie (Bella Ramsey) que também pode ser aplaudida de pé, ela entrega uma Ellie mais Ellie do que nunca e ainda dá sua própria cara a ela, porém, continua com a boca extremamente suja, cheia de piadas ruins e extremamente divertida. Mas também consegue expressar toda a dor e raiva quando necessário! Os atores que dão vida aos personagens secundários também dão um show de atuação, além da participação especial da atriz que deu vida a protagonista no jogo, Mãe de Ellie (Ashley johnson) que mesmo só aparecendo no último episódio e em uma única cena, entregou tudo dela!

Num balanço geral, a série entregou uma ótima adaptação, ao mesmo tempo que me fez lembrar do jogo, me senti assistindo algo completamente novo, rir, chorei, fiquei fora de mim, tudo por conta das reviravoltas e escolhas narrativas. A única coisa que me incomodou, foi o ritmo acelerado no final, além de que poderia ter colocado uns 2 a 3 episódios a mais desenvolvendo ainda mais a relação de Joel e Elly, já que tinha bastante material. Contudo, entendo que pela aposta gigante da HBO em 9 episódios, o saldo foi bem positivo, e The last of us a série sem dúvidas fez e fará história.