No princípio, o design foi sempre feito para artistas, a verdadeira origem do design está na arte, e por isso seus projectos apresentam, (mesmo que inconscientemente) um consciente de expressão e estética notável. A concepção do livro exige o envolvimento de profissionais de diferentes especialidades, desde o conteúdo original do autor, a análise, a composição, a capa como rosto que dá continuidade à originalidade do livro, a produção, a escolha do material adequado, são partes importantes a serem pensadas com construção do livro como identidade única, o livro como originalidade. A originalidade de um livro compreende no conteúdo e na aparência visual, na escolha da tipografia, na cor, na composição da capa, na disposição do nome do autor e do título, cada livro deve (ou devia) apresentar uma disposição única e características intrínsecas e originais.
O papel do designer é dos mais importantes após a existência do conteúdo escrito, o designer tem a obrigação profissional de pensar na identidade visual do livro, porque isso é que o tornará diferente dos outros e o destacará nas livrarias físicas e digitais, o design do livro vai ser importante na medida em que o torna reconhecível e o distingue dos outros.
A especialidade do design que trabalha com a composição dos livros é o design editorial, o papel do profissional deve ser o de aliar a expressão do autor ao conceito visual que ele compreende que deva ser transmitido, e cada livro deve ser tratado como único, enquanto o conteúdo escrito for inédito, o conteúdo visual também tem a mesma incumbência. O design editorial deverá não apenas se limitar a capa e a composição interna do livro, mas precisa focar no matéria promocional do livro, precisa garantir manutenção da identidade visual em todo material envolvido na promoção e distribuição do livro, da mesma maneira que acontece com o design para música ou design de identidade visual de empresas. Ainda constitui um desafio ao design do nosso tempo, desde a falta de compreensão da importância de se pensar num sistema de comunicação integrado. A preocupação apenas em fechar os livros e vender, torna-se um vírus que prejudica o reconhecimento visual do trabalho do autor, pensar num processo comunicacional do livro como um tudo provavelmente impulsionaria a venda de números elevados de exemplares.
“Os editores de não ficção tornaram-se mais pró-ativos no processo de elaboração de um original, desenvolvendo vários modelos alternativos. Editores mais modernos e avançados encaram sua função não somente como a de veículos de boa literatura, ou informação de qualidade, mas também se vêem como fornecedores de um produto comercial.” (HASLAM:2010)
O livro torna-se um lugar de encontros, entre o autor, o editor e o designer, é quase infalível a presença destas três figuras que se juntam de encontro a quarta figura, o leitor. O designer encontra no trabalho com o livro um espaço, também, de expressão pessoal, de espontaneidade, de respiração e de experimentação. O designer procura a cada projecto escavar mais a fundo seus conhecimentos e sentimentos, unindo-os com o breafing pré-concebido.
“Os designers experientes desenvolvem livros por meio de várias abordagens. Essas são comuns ao design gráfico e podem ser classificadas em quatro grandes categorias: documentação, análise, conceito e expressão. Essas categorias não são mutuamente excludentes; é improvável que um projeto de design se baseie inteiramente em uma única abordagem. A maioria dos trabalhos de design inclui um elemento de cada uma, embora não necessariamente na mesma proporção. Além disso, há uma parte do precesso de design que é peculiar a cada designer, e não é facilmente definida pela análise prática. O design é uma mistura de decisões racionais e conscientes que podem ser analisadas e decisões subconscientes que não podem ser deliberadas tão prontamente, uma vez que derivam da experiência e da criatividade do designer.” (HASLAM:2010)
As suas ideias, apesar de orientadas consoante o conteúdo e o gosto do autor ou editor, devem ser próprias, devem estar embaídas de sentimento próprio de maneira que ao ver passar um livro que tenha participado no seu design algo seja despertado o subconsciente, de maneira que seja tocado, porque o sentimento, na memória visual está quase sempre presente.