E aí, criativos.
Na segunda-feira passada, 9 de setembro, iniciei aqui no Design Culture a série Design Trends 2014, abordando o que esperar, e fazer ou não, em design gráfico para o próximo ano. O primeiro post falava sobre as tendências para o próximo ano em termos de Identidades Visuais.
Continuando a abordagem neste assunto, hoje é o dia de falar sobre embalagens, sempre trazendo exemplos práticos e análises técnicas e estéticas.
Por isso, hoje, 16 de setembro, apresento a todos o Design Trends 2014 – Embalagens.
2013 parece ter sido, ao menos para mim, um ano de diferenciação do que é e o que não é design. Isso tem muito a ver com pensar e fazer design como um negócio que, de fato, agrega valor às marcas e, finalmente conseguir mostrar aos empresários que isto é verdade. Ok, esse papo parece ser clichê, mas o que acontece ainda é que, designers geralmente não são grandes vendedores e consequentemente não conseguiam mostrar a importância de um projeto consistente para quem detêm o dinheiro para investir.
Passeando pelos varejos da vida, notei que isso refletiu-se muito nas embalagens. Projetos cada vez melhores fundamentados, com inteligentes quebras de paradigmas e com um forte aspecto emocional foram o que me chamaram muita atenção. Embalagens com boas sensações, incentivando à uma ação, foco nas cores e na tipografia são as grandes promessas para o próximo ano.
O aspecto emocional
No âmbito internacional principalmente, vejo cada vez mais que as embalagens não seguem aquele padrão marca guarda-chuva, nome do produto, foto do produto e outras informações. Cada vez mais observo outras preocupações nesse tipo de projeto. Talvez pelas marcas garantirem a qualidade dos seus produtos, é possível trabalhar enaltecendo outros aspectos em suas embalagens, como uma diferenciada ilustração, uma brincadeira ou uma sacada genial que mostre o posicionamento da marca. Uma embalagem se destaca também pela sensação boa que ela causa no consumidor. Tecnicamente, é a chance de fazer o projeto da vida do designer. Chega de grandes gastos com produções fotográficas ou ilustrações que, em muitos casos, ficam parecendo imagens de banco pagos. Esteticamente, é a chance de deixar pra trás a concorrência.
Foco na tipografia
Quase que como no flat design, observo que alguns designers vêm adotando a tipografia como o fator diferencial em seus projetos. Também é um recurso que ajuda quebra de paradigmas e no distanciamento dos padrões de mercado. Pena que aqui no Brasil não vejo muito – ou estou frequentando os lugares errados e consumindo produtos errados. Abordagens assim me fazem pensar no que alguns projetistas e analistas dizem ser projetos conceituais, e aí eu pergunto: Um projeto não deve carregar um conceito? Um projeto não deve ser a representação visual dos conceitos e atributos de uma marca? Se todas as embalagens são iguais, todos os produtos são iguais? Pois é. Se você quiser reinventar o design e vendê-lo como um aspecto de valor para seu cliente, vá às gôndolas, observe, tente fotografar e perceba que nada se destaca. Depois disto, faça um projeto sensacional, que fuja do padrão. É isto que ando vendo por aí, a quebra deste padrão. Tecnicamente, é a chance de estudar, entender, praticar e provar que um projeto pode sim ser resolvido de maneira all-type. Novamente, chega de grandes sessões fotográficas. Desenhe mais. Esteticamente, inspire-se e mostre ao mundo o seu diferencial aos lidar com esse tipo de projeto.
Foco nas cores
Nada melhor que a natureza para inspirar boas paletas de cores e colocá-las como o principal conceito em um projeto. E boas chances de estudar como elas comportam-se em alguns materiais, como o vidro quando visto com e sem determinado líquido dentro. Faz algum tempo que venho acompanhando – e tomando – algumas cervejas artesanais e, chama atenção o cada vez menos uso do papel nos rótulos e o grande crescimento da serigrafia feita diretamente no vidro, o que também proporciona uma melhor experiência cromática para o consumidor, sem dúvidas. A cor também pode servir como fator principal em um projeto colecionável, onde pode-se compor uma paleta e, em torno dela definir os outros elementos de comunicação. Tecnicamente, vale a pena estudar a fundo a essência da importância da cor para uma embalagem. Ir a campo, fotografar e encontrar as cores corretas deve ser lei. Esteticamente, chega de ser igual a todo mundo na gôndola. Cervejas quase sempre amarelas, vermelhas e azuis, sucos com a foto da fruta, uma fonte “manuscrita” e efeito de “suor” na caixinha, e por aí vai. É hora de fazer projetos sensacionais, que valorizem as macas.
Bem, por hora é isto, galera. Comentem e complementem abaixo, por favor. Seguirei minhas pesquisas e na próxima semana trarei o Design Trends 2014 – Web.
Um abraço e até a próxima segunda-feira, nestes mesmos local e horário.
“One more thing”: Sigam acompanhando a série 1.
Design Trends 2014 – Identidades Visuais
Referências:
https://designculture.com.br/caveira-design-as-garrafas-de-jose-cuervo/
https://designculture.com.br/chocolate-na-caixa-por-favor/
https://designculture.com.br/o-aspecto-emocional-em-uma-embalagem/
http://www.packagingserved.com/
http://www.behance.net/emmaleedyson
http://www.behance.net/okantustas