O uso da cor está presente em praticamente todos os produtos físicos que temos em nossa volta. Como designers, uma de nossas atribuições é fazer uso das cores para estabelecer as características desejáveis para um projeto, seja no sentido estético, funcional, simbólico, entre outros. Contudo, a maioria dos materiais que utilizamos em nossos projetos não são empregados em suas cores naturais, o que implica no uso de pigmentos e processos industriais de pintura e tingimento.
A designer Natsai Audrey Chieza, atenta ao impacto ambiental dos processos de tingimento de tecidos, utilizou seus estudos nas áreas de design thinking e biofabricação para desenvolver um pigmento natural a partir da bactéria de solo Streptomyces coelicolor. Quando submetida às condições certas, S. coelicolor produz um composto pigmentado, que Chieza usa para tingir tecidos e roupas em tons estampados de rosa, roxo e azul. Este processo é capaz de tingir materiais têxteis, como seda e algodão, com padronagens coloridas que não fazem uso de produtos químicos e consomem muito menos água e energia em relação aos métodos convencionais.
Chieza iniciou seu trabalho com pigmentos biológicos em 2011, e este ano lançou a Faber Futures, uma empresa sediada em Londres que reúne diversas startups com foco na produção de biomateriais, utilizando o poder de processos biológicos para desenvolver materiais sustentáveis. O objetivo do projeto reunir diversas iniciativas deste tipo para buscar soluções técnicas que permitam empregar os processos de produção destes biomateriais em larga escala, viabilizando sua aplicação em produtos de mercado.
Em sua apresentação em uma das conferências do TED em 2017, Chieza explica os conceitos que embasam seu trabalho, e como eles podem contribuir para tornar a inústria da moda mais sustentável no futuro. O vídeo está disponível com legendas em português, aproveite!