17 anos e 9 filmes. Esse foi o tempo que os fãs tiveram que esperar para ver Wolverine nas telas tal qual foi criado e ganhou fama nas páginas das histórias em quadrinhos. Alto e com pinta de galã, a escalação de Hugh Jackman, ainda no início dos anos 2000, para viver o papel do mutante canadense que ‘é o melhor naquilo que faz’ foi bastante contestada pelo público. Hoje, parece impossível imaginar outra pessoa para encarnar Logan com tanta entrega e paixão pelo personagem. Sim, essa é a última vez em que o ator australiano mostrará as garras nos cinemas.
Baseado livremente na graphic novel Velho Logan, de Mark Millar, o sempre versátil e preciso James Mangold nos entrega um típico road movie com elementos de faroeste moderno. A paisagem árida e os poucos diálogos representam bem a falta de perspectiva do personagem em um mundo onde os mutantes estão praticamente extintos e os sobreviventes precisam se esconder do governo.
É nesse cenário que encontramos um Logan envelhecido, entregue ao álcool e sentindo, enfim, o peso dos anos. Trabalhando como motorista particular e tentando garantir a saúde e a segurança do agora nonagenário professor Xavier (Patrick Stewart), ele se vê envolvido na missão de levar até a fronteira canadense uma jovem mutante que pode ser a salvação da espécie.
Esqueça o Wolverine ‘creme de avelã’ dos filmes dos X-Men. Depois do sucesso alcançado por Deadpool no ano passado, a Fox subiu a classificação indicativa e o que nós vemos em ação é um Wolverine ‘raiz’ de verdade, com muito sangue e golpes que arrancam pedaços dos mercenários chefiados por Donald Pierce, personagem do ator Boyd Holbroock. Mas, se não fosse pelas quase onipresentes garras de adamantium, poderíamos até esquecer que se trata de um filme de super-heróis, pois é a relação paternal, tanto entre Xavier e Logan quanto entre esse e Laura, que move o filme.
Com ótimas interpretações e alternando momentos de forte carga dramática com as cenas de luta que todo mundo estava esperando, Logan (EUA, 2017) é um filme que deixa saudades na gente antes mesmo de acabar. E, quando sobem os créditos, só nos deixa uma pergunta: por que não fizeram isso antes?
Assista ao trailer abaixo: