Cinema e Séries Estreia nacional luxuosa: Hebe, a Estrela do Brasil

Estreia nacional luxuosa: Hebe, a Estrela do Brasil

Por Erica Oliveira Cavalcanti Schumacher

Dona de um glamour como poucas beldades, a icônica apresentadora Hebe Camargo ganha sua própria cinebiografia que estreia nesta quinta-feira, 26 de setembro em todo o país. Hebe: a Estrela do Brasil é protagonizado por Andrea Beltrão e dá ênfase à vida da apresentadora nos anos 80, durante a troca de canal entre a Bandeirantes e o SBT, emissora que permaneceu vinculada até 2010. Curiosamente, a estreia do filme acontece 3 dias antes de se completarem 7 anos do falecimento da protagonista, em 29 de setembro de 2012.

Incrivelmente surpreendente, o longa traça um recorte pessoal, humanitário e sofrido de uma Hebe próxima dos 60 anos. Irreverente em cena, batalhadora nos bastidores e subjugada pelo ciúme do marido Lélio (Marco Ricca, brilhante em cena), Hebe toma partido na luta por uma sociedade mais igualitária sem a mesma resistência que enfrenta os dilemas conjugais. O filme dedica muita atenção às causas que adquiriram visibilidade graças às ações da apresentadora em seus programas, sempre gravados ao vivo e munidos com a personalidade forte da loira.

Portadores de Aids, aposentados, desempregados, transexuais e mães solteiras eram minorias que ganhavam destaque em um período de censura pela voz de Hebe. Enquanto isso, em casa, sofria com os maus tratos de seu marido com a sexualidade de seu filho e sua amizade com empregados, e também agoniza os próprios percalços derivados do ciúme excessivo de Lélio sobre sua carreira.

Parte do brilho do longa está em dialogar com a atualidade como se estivesse tratando de um tema objeto de notícia nos jornais do dia, mesmo em plena década de 80. As lutas sociais dividem holofote com a comicidade que tornou Hebe a maior apresentadora do Brasil. Merece destaque a passagem que demarca as conversações com Silvio Santos (Daniel Boaventura) sobre sua transferência para o SBT, depois de pedir demissão ao vivo por não suportar as tentativas de interferência da emissora e do governo em seu programa. As definições de salário, equipe e cenário arrancam risos até do público mais resistente.

Estrategicamente, o filme deixa de fora a infância pobre, o início da carreira como cantora e radialista, o primeiro casamento com Décio (Gabriel Braga Nunes) e o nascimento do seu único filho, Marcelo (Caio Horowicz). O motivo de deixar tanta vida de fora da película é a série de 10 episódios que será exibida pela Rede Globo em janeiro de 2020 e que abordará toda a trajetória pessoal e profissional da retratada. A série compartilha com o filme a mesma direção de Maurício Farias (nome robusto na emissora, tendo seu currículo composto por Casseta & Planeta, Tapas & Beijos, A Grande Família, Mister Brau, Tá No Ar), roteiro de Carolina Kotscho (2 Filhos de Francisco) e elenco encabeçado por Andrea Beltrão e Marco Ricca.

As pinceladas do longa soam como uma amostra grátis do que está por vir em 2020: a grande amizade com Nair Bello e Lollita Rodrigues, a proximidade com Roberto Carlos, a inspiração nos cabelos de Lady Di, Evita Peron e Madonna, a constante presença de drinks em sua mão e a inesquecível coleção de jóias.

O visual de Hebe é tão contundente que parece um ator compondo o elenco e dividindo o protagonismo do filme. A equipe de figurino trouxe roupas do closet da própria para conciliar com o que foi criado para o filme. Decotes, franjas, aplicações, estampas, veludo, lantejoulas e peles estão todas reunidas em um único guarda-roupa que nunca passou despercebido. Em soma, saltos de grifes famosas, cabelos impecavelmente armados e os mais robustos diamantes e esmeraldas estão sempre em cena. A peça que ganha destaque é o longo preto com aplicações florais utilizado no programa de estreia do SBT, ocasião em que recebeu Roberto Carlos para inaugurar o novo palco.

Sobre Andrea Beltrão, é interessante pontuar que a escolha da atriz não parece como a mais adequada esteticamente, pois atriz e retratada não guardam semelhanças físicas. Andrea não se esforça para trazer uma imitação caricata, embora sotaque e gírias estejam lá. No fim das contas, acaba soando bem, sem parecer forçado, mas honroso. O resultado merece ser conferido.

Por tudo quanto exposto, Hebe não é um filme que passa em branco. Merece ser visto e conseguiu despertar a atenção necessária para a série que está por vir. Confira o trailer no link a seguir:

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