Bom dia caros leitores, hoje vou continuar a escrever sobre uma das matérias que tenho abordado com mais frequência no blog que se insere no processo de criação de uma identidade visual.
O que é um manual de normas? É um documento oficial que regula, apoia, contempla e dá alternativas a várias necessidades de aplicações diferentes da identidade visual. Esse mesmo documento pode e deve estar protegido juridicamente. Nele deve também de constar a explicação conceptual bem como a memória descritiva do projeto.
Todos nós já criámos uma identidade visual, será que depois do projeto estar aprovado e implementado continuamos a acompanhar essa identidade devidamente?
Pois, esse é um problema grave, um problema não só para o cliente como também para nós designers. Não podemos esquecer que é um projeto da nossa autoria, e como tal vai estar sempre relacionado com o nome do designer, estúdio ou agência que o desenvolveu. Desta forma temos de o proteger inevitavelmente ou ele corre o risco de se ir deformando. Caso não hajam regras estipuladas, o verde lima passa a verde alface, e a fonte Helvetica acaba por se tornar Arial…
É verdade que os clientes na maior parte das vezes apenas se interessam pelo preço da criação do projeto e desvalorizam a função do manual de normas gráficas. Os clientes, como querem poupar dinheiro, não solicitam o manual de normas e muitos dos profissionais da área também não o vendem ou não o sabem vender corretamente.
Fazer um bom manual de normas requer muito trabalho, dedicação e visão, por isso o seu preço poderá ser bastante elevado. A questão é que para uma identidade ser sólida, estar bem sedimentada e definida, terá sempre de haver um manual de normas a contemplar várias situações possíveis de aplicações futuras, em todos os suportes print/digital ou outos… É uma peça fundamental a qualquer identidade e uma mais-valia para ambas as partes, designer e cliente.
Numa empresa que tenha dois colaboradores poderá ser mais fácil a “formação” ou “explicação” das aplicações e regras possíveis da identidade. Agora, imagine uma empresa com 2000 colaboradores espalhados pelo mundo em que todos deveriam de compreender e entender a identidade para qual trabalham…seria complicado, certo? E para todos os profissionais, fornecedores, gráficas, designers, jornalistas que trabalham com essa identidade? Imagine, por exemplo, cada vez que a marca NIKE é impressa lhe mudam a fonte ou a cor ou as proporções ou expandem/condensam algum elemento? Gravíssimo!!!
Tal como já referi em posts anteriores, devemos de garantir uma uniformidade gráfica em todas as plataformas, peças ou suportes, pois só assim conseguimos atribuir uma maior longevidade à identidade e fortalecê-la.
O manual de normas gráficas contempla para além das regras da identidade, grafísmos associados, estacionário, peças de comunicação publicitária, brindes etc…
Não há uma regra específica do que colocar ou não colocar num manual de normas gráficas mas quanto mais detalhado for esse manual, melhor para o cliente e para o designer.
Posso então disponibilizar alguns links para pesquisarem o que contém um manual de normas gráficas e no próximo post irei estruturar o índice de um manual de normas gráficas e explicar detalhadamente os seus factores constituintes.
Muito obrigado espero ter sido útil!
Abraço
Aproveite para ler o artigo 10 fases para criar uma Identidade Visual