Cinema e Séries Liga da Justiça | a expansão do Universo DC é algo a se comemorar

Liga da Justiça | a expansão do Universo DC é algo a se comemorar

Por Erica Oliveira Cavalcanti Schumacher

Depois de Mulher Maravilha, é indubitável que a DC Comics acertou no modo de fazer filme de herói (os desagrados de Esquadrão Suicida Batman vs Superman foram superados com sucesso). A prova viva desse fato é a estreia de Liga da Justiça, em 16 de novembro. Dirigido por Zack Snyder (Batman vs Superman; Homem de Aço) e produzido por nomes de peso, entre eles, Cristopher Nolan (da trilogia Cavaleiro das Trevas), o novo longa de justiceiros finca o terreno da DC como uma concorrente à altura da Marvel (melhor do que essa para alguns) e mostra que a era de heróis está apenas começando para ela.

Para este filme, temos um Batman (Ben Affleck) carregando o peso pelos eventos vistos em Batman vs Superman (2016) e vemos uma Diana Prince (Gal Gadot) mais à vontade com a realidade humana e mais disposta do que nunca a manter o equilíbrio do mundo, que sofre agora nas mãos do Lobo da Estepe (Ciarán Hinds), que está disposto a destruir a vida na terra. A dupla formada pelo homem morcego e pela Mulher Maravilha percebe que não dará conta das artimanhas do inimigo e decide reunir uma equipe de pessoas detentoras de poderes especiais. Desse modo, a liga é integrada por Barry Allen/Flash (Ezra Miller), Victor Stone/Ciborgue (Ray Fisher) e Arthur Curry/Aquaman (Jason Momoa).

Para que se chegue até essa composição, o processo narrativo é semelhante ao que foi apresentado em Esquadrão Suicida (2016). Cada componente tem seu destaque e sua pequena biografia apresentadas junto com o contato buscado por Diana ou por Wayne e daí as introduções são feitas de maneira quase didática. Para quem vem acompanhando os filmes solos, Liga da Justiça é a reunião de trajetórias parceladas entre Mulher Maravilha e Batman vs Superman.

Entretanto, como forma de agradar ao público que chega ao cinema sem ter obedecido a essa lista de histórias prévias, as partes relevantes são relembradas, de modo que é possível traçar a narração desse longa sem a necessidade de ter assistido ao restante. Em contrapartida, para quem acompanhou à risca todos os filmes anteriores, Liga da Justiça consegue ser imbatível no requisito referências e piadas que só serão digeridas pelos seguidores fiéis. Vale destacar que fan service não faltou e está muitíssimo bem colocado.

Por falar em fã, é certo que o filme foi especialmente destinado a esse público e a estimativa é que a bilheteria de Liga da Justiça seja compatível com a de Mulher Maravilha e Batman vs Superman, salientando que ambas produções ultrapassaram a casa dos US$ 800 milhões de dólares em arrecadação mundial (Esquadrão Suicida chegou bem próximo a essa marca). Se os prognósticos se confirmarem, o universo estendido da DC Comics pode cravar uma marca bilionária para a Liga.

Os efeitos especiais são essenciais para a formação do longa e foram entregues de forma satisfatória. As cenas de Barry Allen burlando o tempo estão majestosas, mas deve-se reconhecer que esse departamento pecou nas sequências que o Lobo da Estepe deixa seu rastro de destruição na terra e mais algumas outras sequências que chamaram a atenção negativamente. Ainda assim, não é possível afirmar que não está bom, mas poderia ser desenvolvido com mais qualidade.

O impacto visual do filme ganha reforço com a mixagem de som, que de tão rico, vale um ingresso IMAX, XD ou tecnologia similar. A fotografia se sobressai por inovar em um filme mais claro até para quem opta pela exibição em 3D, que habitualmente recebe reclamações por deixar o tom do longa mais escuro e denso.

Como dito anteriormente, o filme se volta a agradar seus seguidores fiéis e surpresas não faltam ao enredo. É certo que a plateia de Liga da Justiça será barulhenta e ansiosa, pois a trama proporciona esse tipo de impacto a todo momento para os mais observadores. Para aqueles que julgaram como de pouca emoção os desdobramentos de Batman vs Superman, é quase certo que dessa vez os argumentos contrários serão ínfimos. A proposta da DC Comics é expandir o universo de heróis e sua intenção de vida longa está bem esclarecida nesse novo filme.

A maior parte do elenco reprisa papéis já encenados nos filmes anteriores e isso só acentua o nível de entrosamento entre a equipe. Diana é a alma do grupo e sabe lidar com toda a variação de meninos de diferentes níveis de amadurecimento emocional; Barry representa o fã que foi integrado ao grupo. É encantador ver como o garoto veloz se delicia e se espanta com sua nova realidade. Flash demonstra medo, surpresa e incredulidade dignas de fãs ao estar em companhia do Batman e isso traz empatia, sendo certo que ele é o mais humano da Liga. Ciborgue vive sua inadequação ao mundo e cresce como herói ao descobrir que suas mazelas podem ajudar pessoas. Arthur Curry tenta se manter emocionalmente distante, mas falha, e isso é ótimo!

Por fim, extrai-se de Liga da Justiça o sentimento de esperança e reposição de fé na humanidade. A mensagem política fica bem situada dentro dos Estados Unidos e mundo afora, dada a atual onda de radicalização e extremismo no mundo real. O combate dos heróis a esse tipo de posicionamento constrói um recado positivo à plateia e garante complexidade à narrativa, que se esforça em relevar desigualdades em nome da reunião de forças e consegue demonstrar variadas maneiras de firmeza e compromisso moral.

O fato de a direção de Zack Snyder não ter sido completa devido ao seu afastamento durante a pós-produção (assim como a produtora e esposa Deborah Snyder, em face de problemas familiares) não se transformou em um óbice ao desenlace do filme. O diretor Joss Whedon (Vingadores), que assumiu a continuidade se prontificou a seguir as regras estabelecidas por Snyder e sequer foi creditado como diretor também, mesmo que tenha dirigido as sequências filmadas de última hora, a fim de preservar a continuidade. Entrementes, algumas cenas apresentadas durante os trailers ficaram de fora do corte final.

Para aqueles que se desagradam do tom de Snyder, vale dizer que essa opinião não é compartilhada pela DC, uma vez que o diretor americano, que foi responsável pela produção de Mulher Maravilha e Esquadrão Suicida, está confirmado como produtor de Aquaman (2018), Mulher Maravilha 2 (2019) e Esquadrão Suicida 2 (2019), além de estar com a cadeira de diretor reservada para Liga da Justiça 2.

Atenção! Este parágrafo contém spoiler! Alguns expectadores já observaram que os pôsteres do filme ora apresentam uma Liga com formação quíntupla, ora apresentam formação sêxtupla. O fato é que o Superman está de volta e isso rende a maior reviravolta e carga dramática da trama. Reviver e ter de conviver com seu antagonista não vai ser uma tarefa fácil para Clark Kent (Henry Cavill) e os rancores advindos de Batman vs Superman são marcados de forma contundente, ao ponto de a plateia retirar a prioridade do vilão e se preocupar com a situação interna da equipe de heróis. A tensão diminui graças a presença de Louis Lane (Amy Adams) ao lado de Kent e isso aplaca o conflito interno do homem de aço. O resultado dessa reviravolta resulta em uma plateia pregada na cadeira até o último minuto e faz valer a pena a ida ao cinema.

Como de costume, sempre bom lembrar que o longa conta com 2 cenas pós-créditos, sendo a primeira exibida após da creditação principal e a última propriamente no pós-crédito. Essa pequena espera pode render exclamações. Liga da Justiça estreia no Brasil na quinta-feira, 16 de novembro e o trailer pode ser conferido no link abaixo:

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