Loving Vincent: o florescer da genialidade

“A normalidade é como uma estrada pavimentada: é confortável de se andar mas nenhuma flor cresce nela.” – Vincent Willem van Gogh

O longa-metragem Loving Vincent, pioneiro na composição por pinturas a óleo, acaba de lançar seu trailer oficial. Para a construção do filme foram necessárias aproximadamente 62.450 pinturas, feitas por 115 pintores. Precisava-se de doze pinturas para se montar apenas um segundo da história contada no longa. De acordo com os realizadores, se as pinturas fossem deitadas, elas poderiam cobrir toda a cidade de Londres e da ilha de Manhattan.

Foi a esposa de Welchman, a animadora polonesa Darota Kobiela, que primeiro veio com a ideia para o filme. Kobiela estava interessada em Van Gogh desde seus dias de faculdade, onde estudava pinturas em Varsóvia, e estava particularmente curiosa sobre os muitos relatos conflitantes dos últimos dias do pintor holandês. Em  29 de julho de 1890, o holandês utilizou uma pistola para dar um tiro no próprio abdômen, após isso, se arrastou até sua casa e ficou sangrando. Quando perceberam o que ele fez, chamaram um médico, que não chegou a tempo de salvar a vida do pintor. Seu caixão foi coberto com girassóis, flor que ele amava.

O motivo pelo qual o artista se matou logo na época em que criará alguns de seus melhores trabalhos, ninguém sabe. Ele não deixou nenhuma carta de suicídio, e não há nenhuma carta escrita pelo o médico que o socorreu, Gachet. Theo, irmão de Vincent, passou as últimas horas ao lado dele, é relatado que Vincent estava totalmente lúcido, mas não há nenhum registro das conversas que tiveram antes do pintor falecer. Toda sua vida, até esse momento misterioso, será mostrado no longa-metragem.

Todo o processo de produção do filme, dirigido pela pintora e cineasta polonesa Dorota Kobiel e Hugh Welchman, vencedor do Oscar em 2006, pelo curta “Pedro e o Lobo”, contém inúmeras camadas. A primeira etapa é gravar as cenas com o elenco de atores –  entre eles Helen McCrory, Douglas Booth, de Poldark Aidan Turner , Saoirse Ronan , Chris O’Dowd e Jerome Flynn – todos escolhidos devido sua semelhança com os personagens que Van Gogh pintou. Após isso, a filmagem é projetada frame-by-frame na artboard de um artista, onde é pintada com base no estilo de Van Gogh e, em seguida, é fotografada.

Agora que o filme está em pós-produção, as pinturas utilizadas no mesmo estão sendo oferecidas como um incentivo para as pessoas se inscreverem no newsletter do filme até o final de janeiro. É uma competição, por isso não há garantias; mas se você absolutamente quer ter um dos quadros pintados no filme, pode comprar um diretamente no site.

Não bastaria apenas filmes que transitam em uma estrada pavimentada da normalidade para retratar esse pintor genial, precisávamos de algo como esse longa, algo que floresceu nos boques da genialidade.

Trailer Completo:

Making-of:

 

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