Quando pensamos em identidade, pensamos logo em nome, pois é o que fica gravado em nossas mentes. Tudo aquilo que nos agrada, que desperta o nosso interesse, tudo isso tem um nome que fica enraizado dentro de nós como exemplo de algo bacana que gostamos. Assim é com as melhores marcas e produtos, os nomes mais fortes de marcas e suas identidades ficam dentro de nós, às vezes o produto vendido/oferecido pode nem ser o campeão dos campeões em qualidade, mas o peso de seu nome faz toda a diferença na vida de alguns compradores.
Nos tempos clássicos, a maioria dos compradores/comerciantes/população eram analfabetos, então para atender essas pessoas, as marcas eram retratadas através de sinais e imagens que facilitavam a identificação na hora de procurar os produtos no comércio. O exemplo mais comum era da imagem de um pernil para representar um açougue e por aí vai. Sendo assim, pode-se afirmar que a predominância das marcas era de extremo apelo visual, hoje sabemos que a marca não é apenas uma representação visual e sim uma síntese de vivências e experiências memoráveis.
E onde que o danado do nome fica nessa história? O nome pode ser classificado de acordo com sua necessidade ou particularidade. A classificação permite a compreensão das diversas motivações que levaram os criadores de nomes a adotarem uma ou outra solução na hora de nomear empresas, instituições e produtos, em muitos casos já mostram a sua finalidade, seu segmento e objetivos. Segue abaixo uma breve classificação de nomes:
1. Nomes patronímicos
Faz alusão aos nomes de marcas baseado em nomes de pessoas, seja do fundador, inventor ou dono da patente.
2. Nomes descritivos
Diferente dos nomes próprios, os nomes descritivos descrevem a natureza do negócio/produto de forma direta.
3. Nomes toponímicos
Refere-se a todos os nomes de marca que remetem ao lugar de origem ou de atuação inicial da instituição.
4. Nomes metafóricos
Revelam a natureza do negócio de forma indireta, referem-se ao seu objeto por meio de uma qualidade comum que provoca associações.
Todos os dias surgem empreendimentos em as várias partes do mundo em que a maioria é nomeada por seus donos e muitos não se preocupam com as questões estratégicas ao escolher o nome de sua empresa ou do produto. Só no Brasil, cerca de 48% das empresas fecham as portas após 3 anos devido à falta de estratégia, escolha de um bom nome, identidade visual e todos os impostos que variam de acordo com o segmento da empresa. Ao nomear uma marca, é importante conhecer claramente quais serão os seus públicos de interesse e se futuramente existirá alguma expansão geográfica ou alteração de mercado. Assim, a criação de nomes para marcas está muito relacionada ao planejamento estratégico e a visão de uma marca. Descobrir o melhor nome é uma tarefa muito difícil e que requer tempo e conhecimento de mercado que começa com estudos minuciosos do produto/empresa.
A participação no desenvolvimento da identidade da marca pressupõe conhecimento da função do produto, ação, estética, ergonomia, mensagem e nome. Se o designer está apto a trabalhar na determinação do tamanho, forma e natureza do uso de um nome em uma embalagem, ele pode também contribuir na sua escolha. Se pensarmos no designer como agente de mudanças e solucionador de problemas, entenderemos que ele conseguirá captar a necessidade de seu cliente mostrando-lhe o melhor caminho a trilhar, indo além das peças gráficas padrões e chegando ao âmago da situação: o nome, a marca, o seu peso, as sensações que ela transmite e quem necessita por sua existência.
Estamos vivendo em um mercado muito competitivo em que se transbordam marcas de todos os tipos e fazendo todo apelo visual possível para mostrarem que existem, e que precisam ser vistas. E os nomes que conseguem e sobreviver a um mercado assim, são os que se tornam fortes, geram concorrentes e mostram que estão aqui pra ficar, criando assim, um legado de vários anos, décadas ou até séculos.
Referências
Manual de Identidade Visual – Guia para construção – Daniella Michelena Munhoz
Naming – O nome da marca – Dellano Rodriues