Os conceitos básicos sobre design gráfico, desde a história estão atrelados o conceito de equilíbrio, de todos elementos que compõem uma peça de design. Como se sabe, o design gráfico tem origem na arte e artesanato e um dos princípios da arte, qualquer que seja é a harmonia dos seus elementos, a combinação, o equilíbrio.
Quando apreciamos a vista do mar, da floresta, a vista de uma cidade e ficamos comovidos, é porque os elementos são combinados de tal forma que geram equilíbrio visual. Esse facto pode também ser verificado em uma pintura, desenho, escultura, um edifício arquitetônico, capa de um livro, um cartaz até um cartão-de-visita.
Com a introdução das máquinas durante a Revolução Industrial os processos de produção e reprodução foram acelerados, entretanto, conceitos como a estética, que por sua vez está ligado ao equilíbrio das formas continuam a ser recorrentes no design gráfico moderno, afinal não pode haver design sem equilíbrio visual e sem harmonia visual.
Os ‘’designers’’ e arquitetos buscam constantemente a distância apropriada entre edifícios, janelas e moveis. (ARNHEIN, 1980). A distância certa é a que agrada à vista, quando alcançada é simultaneamente alcançado o equilíbrio visual.
O designer planeja o espaço, inicialmente em branco, onde depois faz a distribuição dos elementos necessários, sempre procurando critérios que resultem num arranjo visualmente harmônico, atraente, lógico, confortável, surpreendente, atraente e persuasivo.
Quando a questão do equilíbrio visual é mal resolvida, o resultado é desarmonia, falta de proporções, dificuldades de leitura e a informação desejada não chega devidamente ao destinatário.
O conceito de equilíbrio visual é também conhecido como compensação mútua dos pesos ou das forças visuais que pactuam na configuração de um objecto.
“O equilíbrio é, então, a referência visual mais forte e firme do homem, sua base consciente e inconsciente para fazer avaliações visuais. O extraordinário é que, enquanto todos os padrões visuais têm um centro de gravidade que pode ser tecnicamente calculável, nenhum método de calcular é tão rápido, exato e automático quanto o senso intuitivo de equilíbrio inerente às percepções do homem. (Dondis, 1997)
Porque a luta constante do designer gráfico é encontrar o maior equilíbrio possível, vários elementos entram em jogo; o layout, a cor, as formas, a tipografia, a repetição, a linha, o contraste, a textura, a imagem, o alinhamento, o formato e o tamanho do suporte também tem um papel preponderante.
Equilíbrio Visual em Design Gráfico
Como já referido, o equilíbrio visual não se baseia em apenas um único elemento, é preciso combinar todos elementos do projeto gráfico.
Equilíbrio Cromático
O equilíbrio cromático, que pode também ser designado equilíbrio cromático é obtido a partir de cores que tem uma combinação harmônica, pode ser através da combinação monocromática, que é feita usando tonalidades da mesma cor.
O equilíbrio cromático, pode também ser obtido através da combinação análoga, que baseia-se numa cor primária e duas vizinhas a esta, no círculo cromático. A combinação pode ser também complementar, quando baseia-se em duas cores opostas no círculo cromático, triádica quando usa três cores equidistantes. A combinação pelo complemento dividido é aquela que uma cor combina com duas que estejam nos dois lados da cor complementar. E a combinação dupla complementar baseia-se em dois pares, que quando usados num projecto gráfico é alcançado o equilíbrio cromático.
Equilíbrio Tipográfico
O equilíbrio tipográfico refere-se à combinação da tipografia, ou seja, dos tipos de texto usados em um projecto, seja em tamanho, e variações. É aconselhável, dependendo do tipo de trabalho, não colocar várias fontes, para não desequilibrar o trabalho todo. É preciso escolher cuidadosamente as fontes certas, de acordo com o tipo de trabalho, e combinar uma com outra de maneira a despertar atenção, através do equilíbrio.
Sobre o equilíbrio do tamanho, entre as fontes, pode se recorrer, por exemplo a sequência de Fibonacci, como uma maneira de obter maior proporção entre o texto. Ou seja, se tenho uma fonte que tem de tamanho 16, posso dividir ou multiplicar este número por 1, 618 (número de ouro) para obter um tamanho proporcional.
Equilíbrio das Formas – composição espacial
O equilíbrio das formas é a combinação dos retângulos, circunferências, linhas. Existem várias formas de fazer isso, pode ser através do Grid, são linhas guias, de orientação de como organizar as formas no espaço de trabalho, muitos dos softwares de design gráfico tem. Pode ser através da simetria/assimetria dessas formas. A simetria é uma formulação visual em que cada unidade situada de um lado de uma linha central é repetida do outro lado. Caracterizada pela lógica e pela simplicidade, mas que pode tornar-se estática e incomoda. Pode ser também Através de concordâncias visuais, se inclinamos uma parte do texto a 45º o ideal é seguir essa linhagem. Concordâncias estruturais podem ser alcançados resultados visualmente agradáveis, obtidos através de alinhamento com recurso ao grid.
A simetria pode ser da esquerda para a direita (equilíbrio horizontal), de cima para baixo (equilíbrio vertical) ou distribuídos ao redor do ponto central (equilíbrio radial), afirma o professor de fundamentos de linguagem visual Rafael Hoffmann.
Entretanto, nem sempre a simetria é sinônimo de equilíbrio, perfeição, organização e beleza. Um projeto simétrico, que possua os mesmos elementos em pelo menos dois lados em um eixo comum, é naturalmente estável. Entretanto o equilíbrio não precisa ser estático.
O equilíbrio também pode ser alcançado através da variação de elementos e posições através um equilíbrio por compensação. Nesse tipo de organização o equilíbrio é mais complicado, já que requer mais cuidados, embora seja mais dinâmico e atrativo; propõe Rafael Hoffmann.
O verdadeiro equilíbrio visual no projeto de design gráfico, só é alcançado quando todas estas formas de equilíbrio são harmônicas, a cor, a forma, a tipografia, o contraste, entre outros. Afinal design gráfico é uma atividade de combinação, deve atrair o olhar e convidar a contemplar e influenciar na hora de escolher um produto ou serviço.