Ato 1 – O que é O Ritual?
“O Ritual” , novo filme de terror baseado em fatos reais, traz boas ideias a esse nicho tão explorado de possessão, mas desliza na execução. Neste ritual, acompanhamos: “Dois padres, um questionando sua fé e outro lidando com um passado problemático, devem deixar suas diferenças de lado para realizar um exorcismo difícil e perigoso em uma mulher possuída.”

Ato 2 – Comentários gerais
“O ritual” faz juz ao título que recebeu, já que, todo o longa-metragem foca no processo do ritual e esquece de desenvolver seu universo e seus personagens. Além de relações e tramas mal estabelecidas e desenvolvidas. Mesmo tentando fugir dos clichês do gênero de terror de possessão, infelizmente, o longa-metragem falha miseravelmente. O terror, a tensão, a conexão do espectador com os personagens não existe, é tudo muito jogado e razo.
Na trama, acompanhamos o Padre Joseph (Don Stevens), lutando para superar a perda do seu irmão, enquanto luta para salvar a vida de Emma (Abigail Cowen), junto ao padre Theophilus (Al Pacino), de um possessão de demônios e espíritos, enquanto debatem sobre crença, fé e dilemas pessoais. Mas toda essa trama é simples, vomitada de qualquer jeito, não estabelece como a jovem ficou assim, seus traumas, e medos para sentirmos a dor dela. O padre Joseph, vem com uma proposta de questionar a fé e o sobrenatural, além da culpa, mas nada disso é mostrado para nós, é simplesmente falado, e falado, o tempo todo, além de “momentos emocionais” pífios, para tentar passar alguma emoção. E a mesma coisa vale para os demais personagens, eles tem suas questões, seus medos, mas nada é realmente desenvolvido. A trama da Irmã Rose (Ashley Greene), é tão mal construída, que ela sente raiva da menina por ter atacado ela, mesmo sabendo que a culpa não é dela, e fala isso na cara dura. Além da “tensão sexual” dela com o padre, que é uma cena, um olhar, e pronto, questionando minha vocação pelo padre.
Já no quesito técnico, o filme consegue entregar, trazendo muitos efeitos práticos e uma maquiagem bacana para o nível da produção, um estilo visual e de direção, voltado para um documentário, como se alguém estivesse registrando os momentos na hora. Além de atuações de boa a medianas por grande parte do elenco, o que colabora um pouco também. Porém, mesmo com alguns pontos positivos, o ritual ainda não se sustenta tanto e pode acabar caindo como mais um filme de terror qualquer e esquecível.

Ato 3 – Direção!
A direção desse “ritual” ficou nas mãos de David Midell, um diretor com poucos trabalhos, mas com obras relativamente de peso, emocionais e uma premiação, o prêmio Independent Spirit. Alguns de seus trabalhos foram: “O assassinato de Kenneth” (2019), “Night Lights” (2014) e “The Fare” (2018). Já sua direção em “O Ritual” (2025) é boa, ele sabe conduzir cenas de terror e traz uma inventividade com a ideia de uma filmagem mais caseira ao aspecto do filme. Mas me incomodou o abuso de close e planos muito próximos na cara dos atores. Talvez ele estivesse forçando demais a conexão e o nível de atuação dos atores na hora de demonstrar suas emoções, algo que não colaborou muito.

Ato 4 – Atuações
Já no quesito de atuação, como dito anteriormente, o elenco está de bom a mediano, com destaque total para a atriz Abigail Cowen, que consegue trazer fragilidade, medo, vazio de sua personalidade e muita raiva e medo enquanto está possuída. Mostrando toda sua versatilidade em tela. O restante do elenco, incluindo o Al Pacino, está okay, mas o roteiro não ajuda muito, mesmo que eles se dediquem, não tem carisma, não tem conexão com seus personagens de tão vazios que eles são.
Ato final – Conclusão
Por fim, posso dizer que o longa-metragem “O ritual” é uma obra com boas ideias para tentar inovar, um elemento decente, uma direção criativa, mas um roteiro horrível, que destrói todos os outros pontos e acaba por entregar um filme qualquer coisa e de baixo custo. Contudo, para quem já conhece os atores e é fã do trabalho, é válido.
Em exibição a partir do dia 31 de Julho nos cinemas!
