“Protótipo” pode soar meio estranho pra quem não é designer, porém o ato de prototipar não fica tão distante se pensarmos em quantas vezes no nosso dia-a-dia testamos produtos e serviços com algum objetivo, por vezes querendo melhorá-los, por vezes dando aquele jeitinho. É isso mesmo! Quando você faz aquela gambiarra louca você está, de certa forma, prototipando. Quase da mesma forma acontece no Design Thinking: no momento em que as ideias precisam sair do imaginário, é hora de experimentar para descobrir, testar para ver se dá certo.
É importante deixar claro que o “protótipo” de que estamos falando aqui é muito diferente do protótipo industrial, aquele que é a representação de um produto pronto, prestes a ser produzido e que é usado para ajustar a produção, testar acabamentos, apresentar projetos para investidores, etc. Esses modelos funcionais e ricos em detalhes são importantíssimos, é claro, mas diferem do protótipo do qual estamos tratando porque aparecem somente no final do processo, quando não há mais espaço (ou $$$) para maiores mudanças; e por isso representam a chamada “prototipagem tardia”. O setor automobilístico é um bom exemplo desta prática.
Para compreender melhor o tipo de protótipo de que estamos tratando, vamos voltar à nossa infância quando construíamos nosso universo e nossos brinquedos. Os criávamos com peças de Lego, do Pequeno Engenheiro ou com qualquer material que estivesse disponível. Nada era óbvio, tudo era descoberta. Fazíamos tanta coisa apenas com papel, cola, tesoura e lápis de cor, não é? Infelizmente, ao longo do tempo e por diversos fatores, muitos de nós perdem a curiosidade, a criatividade e a capacidade de se surpreender com o novo.
Como disse David Kelley, fundador da IDEO, prototipar é “pensar com as mãos”. E assim, algo que aos olhos mais conservadores pode parecer brincadeira de criança e disperdício de tempo é, na verdade, um modo maravilhoso de evoluir ideias e antecipar problemas. Em um mercado onde “inovação” é a palavra de ordem, nada mais adequado do que incentivar e valorizar esse método.
Fontes: 1,2,3,4,5,6 e os livros Design Thinking Brasil e Design Thinking (Change by Design)