O que mais gostamos de ver num comercial? Seria aquela abordagem criativa inovadora? Ou uma fotografia diferenciada? Um novo produto revolucionário? Nada disso.
O ser humano gosta de ver experiências, sensações. Somos seres sensoriais, gostamos de toque, olfato, paladar. Em situações adversas, aquela sensação única da adrenalina. Em momentos únicos, aquela respiração ofegante. Por isso, entender que não compramos o produto pela beleza do rótulo, da comunicação ou mesmo do vídeo comercial; é essencial para entender o que realmente devemos focar. Não faz muito tempo, publiquei um artigo sobre customer experience, e é (quase) sobre isso que irei falar com você. Sim, experiências. Aquele momento que fica guardado na memória e que reativamos sempre que nos lembramos, ou vivemos, bons momentos. E é nisso que a publicidade se apoia.
Comunicação e venda
Vender por vender, qualquer marca vende. Agora vender de forma efetiva, realmente não é pra qualquer um. Exige esforço, dedicação, muito conhecimento de seu produto e um conhecimento ainda maior de seu público-alvo. Dito isso, eu pergunto: como você tem visto as campanhas de comunicação da sua marca preferida nos últimos anos? Bem, descarte esse período de crise, em que muitas marcas entraram no “modo desespero”, abusando de táticas de hardsell para tentar emplacar vendas à moda antiga. A verdade é que, táticas antigas não conquistarão nenhum terreno novo. Se deseja chegar ao “top of mind” em nosso mercado atual, precisará agitar as coisas. Mudar o jogo.
A concorrência acirrada e alta oferta do mercado, faz com que características técnicas não diferenciem mais o seu produto ou serviço. Consumidores tem indo num nível muito mais profundo do que isso. E você sabe disso.
Obviamente, o produto precisa ser diferenciado, mas não só isso. O ponto de venda precisa encantar, o atendimento precisa ser diferenciado, todos os pontos de contato da marca precisam comunicar. Nesse sentido, não pude deixar de pensar no caso da Reserva. A empresa do segmento de moda é tão ligada à todas essas mudanças do novo consumo, que ela já não é mais apenas uma empresa de moda.
Se você for averiguar a acuidade do branding da empresa, entenderá. A Reserva se entende tão bem com seus propósitos, que possui um domínio reservado para o seu manifesto de marca. Sim, eles possuem um propósito, uma razão maior do que a venda. Acredito que agora você já deve ter começado a entender para onde queremos ir, certo? Exato, vendas não são feitas apenas por vendedores. Cada ponto de contato da marca é uma nova oportunidade de venda, ou seja, investir em qualidade de atendimento e comunicação eficiente, faz toda a diferença.
Emulando sentimentos e experiências
Voltemos ao caso da Reserva. Todos sabem que é uma empresa de moda e que possui uma forma diferente de se comunicar. Isso tornou-se uma constante, literalmente uma marca. Mas a Reserva se comunica com seu cliente de diferentes formas, e não apenas através de seus vendedores. O ponto de vendas foi construído pensando no conforto e aconchego, indo de encontro a quase todas as teorias que dizem que clientes precisam ter uma alta rotatividade. Mas não é só isso, as roupas da marca são especialmente pensadas para você resgatar uma sensação, um sentimento, um momento especial e diferente que você já viveu. Talvez esse momento pode ter sido, inclusive, o dia em que você adquiriu a peça. Nessa pegada a Reserva evoluiu, e nas diversas situações de negócio que se envolveu, a pegada foi a mesma. Emulando sentimentos e experiências únicas. No caso da Reserva, o que ela promove é o sentimento de pertencimento, de consciência e igualdade. Tudo isso, na verdade vem de seus valores, identificados ainda em seus períodos iniciais, mas se reflete em tudo que fazem. A ideia de permanecer para sempre jovem e consciente, com raízes brasileiras, é o que a Reserva emula, vende, transparece.
E foi assim que a Reserva também estruturou o Reserva T.T. Burger, o Pretinho Básico, etc…
Saindo um pouco do caso da Reserva e partindo para um senso comum, podemos perceber isso em diversas marcas que anunciam hoje no Brasil.
Ao exemplo do Itaú, que emula um sentimento de diferenciação em suas diversas campanhas em diversos segmentos. Seja através de suas campanhas divertidas para os serviços do banco, seja através das campanhas de inserção do projeto Itaú Cultural. Na atual campanha do Digitaú, a sensação emulada é a de facilidade e confiabilidade, afinal, vemos duas senhoras na melhor idade utilizando seus dispositivos móveis para tudo, inclusive ir ao banco. Na campanha do Itaú cultural, vemos o foco na leitura e na mudança de realidade para crianças. O futuro de uma nação, também estão no foco de trabalho do banco, emulando a sensação de carinho e cuidado. Com tudo isso dito, está na hora de fazer uma reflexão: qual a mensagem que sua empresa está passando? Qual o sentimento/experiência que tenta emular?
https://www.youtube.com/watch?v=nXeP4IiWIUs
Conclusão
Marcas que alcançaram bons resultados em suas campanhas de comunicação utilizaram a publicidade e muitas vezes, sua essência, para emular sentimentos e experiências. No mercado competitivo da atualidade fazer isso de forma perspicaz e, acima de tudo, verdadeira, deixará a sua marca numa posição privilegiada. Nesse momento o que queremos não é vender o bife, mas sim o cheiro do bife. Não é vender o carro, mas a sensação de rodar nesse carro. Então, a sua marca tem vendido boas experiências? Como você acredita que tem se mostrado ao público?