Imagine um grande projeto cultural reunindo a emoção de um parque de diversão como um game park e um museu levado a crianças e jovens do interior do Norte e do Nordeste! Esse é o resultado do uso do recurso de design de experiência na Caravana Cultural do Patrimônio Brasileiro, projeto que vem desde 20 de junho percorrendo cidades do Maranhão e do Pará com o objetivo de promover conhecimento, interatividade, sensorialidade e emocionalidade sobre o patrimônio cultural em sete diferentes experiências. A Caravana, que fica, em média, 15 dias em cada cidade, é montada em um espaço de 520m², e no percurso de quase uma hora são apresentados ao público os diferentes aspectos do patrimônio material, imaterial, arqueológico e mundial, por meio de imersão em experiências que contam com vídeos, objetos, brincadeiras, danças, games, simulação de uma viagem de balão, uso de ferramentas de arqueologia, passagem por túnel, entre outros.
A Designer de Experiências Veronica Marques é a responsável pela criação das experiências inéditas, modeladas especialmente para cada etapa do projeto. Verônica é professora universitária de Design de Experiências, Criatividade, Inovação, Comunicação e Economia Criativa em cursos de graduação e pós-graduação, com quase 20 anos de atuação na realização de ações estratégicas para marcas e causas. Ela explica que o design de experiências permite construir jornadas que levam a novas reflexões e comportamentos a pa rtir da transmissão de conhecimentos e informações utilizando interatividade, sensorialidade e emocionalidade. “Acredito que há poucos projetos no Brasil como a Caravana que utilizam design de experiência e promovem este tipo de conexão emocional para falar de patrimônio. O projeto reúne o que há de mais moderno em tecnologia envolvendo a parte interativa, na sala de dança, na visita a caverna; o sensorial, representado no toque e manipulação de objetos, uso de lupas e lanternas; e emocional, planejamento de emoções que as pessoas serão levadas a sentir”, explica a especialista.
O percurso de experiências planejado por Verônica vai do aprendizado, passando pelo engajamento, curiosidade, assombro, inspiração até chegar à sensação de pertencimento, quando é alcançado o objetivo maior do projeto, que é transformar cada visitante em um guardião do patrimônio cultural do país. A Caravana vem encantando o público por onde passa. Em pesquisa realizada com os visitantes na primeira parada do projeto, em Pindaré Mirim, no Maranhão, 93% deram nota 10 para a forma surpreendente como o patrimônio cultural é mostrado; 71% também aplicaram a pontuação máxima no que a Caravana mostrou de informações que não sabiam e 83,5% no quesito que vão mudar suas atitudes em relação à valorização dopatrimônio. O tempo médio em cada experiência dura entre 7 e 14 minutos. Toda a jornada é acompanhada por monitores altamente especializados, que vão além da condução técnica, ajudam, estimulam e provocam os visitantes para a parte sensorial. Os jovens receberam treinamento online e presencial em Design de Experiências. A seleção foi feita à distância com jovens do Maranhão e Pará. A Caravana é gratuita, aberta ao público em geral todos os dias, com acesso prioritário de grupos escolares agendados. O projeto, produzido pela carioca LP Arte, é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e tem parceria das secretarias de educação das cidades visitadas.
AS EXPERIÊNCIAS
A primeira experiência é a Arena do Aprendizado, onde os visitantes são apresentados, por meio de imersão em vídeo, aos bens que compõem o patrimônio cultural. Um game interativo onde os estudantes se divertem com algumas das danças que compõem as diversas formas de expressão cultural faz parte da segunda fase. Na terceira, um portal de transição formado por obras em exposição com jornada explicativa e gamificada celebra os saberes e ofícios transmitidos de geração para geração. A curiosidade segue como mote da quarta experiência, que conduz os participantes por uma l&u acute;dica viagem de balão a 16 destinos considerados como Patrimônio Mundial. Na quinta experiência é hora de colocar as mãos à obra, usando desenhos e carimbos para criar algo representando o próprio visitante ou um patrimônio. Com o uso da lupa e lanterna de cabeça, os visitantes podem compreender mais sobre o patrimônio arqueológico na sexta experiência. Por último, uma arena com palavras e uma experiência simbólica e sensorial conduzida pela narração imersiva.
O Projeto tem capacidade para receber até 400 pessoas diariamente. Ao longo de sete meses, percorrendo oito municípios, a Caravana pretende alcançar 40 mil pessoas abrangendo diretamente e no entorno um total de 30 cidades e mais de 120 escolas. No Maranhão, a Caravana já passou por Pindaré Mirim e está em Alto Alegre doPindaré, onde fica até 24 de julho, depois segue para Buriticupu e Açailândia. Já no Pará, as cidades contempladas são Bom Jesus do Tocantins, Marabá, Parauapebas e Ourilândia do Norte.