Design e comida? Sim eles são totalmente compatíveis e andam cada vez mais de mãos dadas.
A arte da composição dos pratos envolve um profundo pensamento estético pautado nas cores, texturas e aromas que enchem não só a boca como os olhos de quem aprecia estas composições pensadas ao mínimo detalhe.
Os elementos visuais básicos na composição imagética dos pratos estão estruturados através de conceitos fundamentais do design. As linhas, formas, espaços, cores e texturas aplicadas criam o ambiente estético gourmet. Afinal, o estímulo aprazível que o prato representa é tão importante quando o sabor da comida.
O campo de estudo do Food Design, no entanto, vai muito além da questão estética. De acordo com o designer catalão Marti Guixé, é necessário pensar mais na usabilidade, ergonomia e funcionalidade dos alimentos. Neste sentido, deve-se analisar os lugares onde eles são processados, a engenharia envolvida no processo, a comunicação do alimento seja enquanto produto, seja enquanto experiência, e principalmente a forma como as pessoas interagem com a comida.
O conceito é desenhar produtos alimentares tendo em mente o contexto e o ambiente em que a comida será consumida; além da criação de ferramentas e serviços relacionados a alimentação, e por fim, do design da apresentação atendendo às regras de constituintes cromáticas e formais.
Paolo Barichella, é um dos mais prestigiados food designers do setor e em seu “manifesto” diz que apesar de todo o respeito que tem ao design de outros produtos, a comida tem características variáveis adicionais: ela precisa ser saudável, esteticamente agradável, saborosa e culturalmente relevante e, por isso, o design de alimentos requer uma panóplia de competências. Afinal, campos de estudo como a sociologia, psicologia, engenharia alimentar, nutrição e gastronomia são relacionados ao design para a criação da experiência final de consumo do alimento.
Com o rápido desenvolvimento da tecnologia, os padrões e interações com a comida mudam drasticamente. É necessário uma análise sociológica para poder entender a direção que a sociedade está seguindo, e com isso, o seu modelo de consumo. Se pensarmos nas máquinas de venda de comida, podemos associar a relação delas com a tecnologia e o espaço em que estão inseridas. Ou ainda na forma glamourizada que as pessoas partilham suas experiências gastronômicas nas redes sociais.
De acordo com Barichella, o ato de comer é um desejo humano de partilha; tem um valor social, nutricional e de prazer que não mudará. Suas maneiras de o fazer é que poderão ser diferentes.
O tema é mais complexo do que parece e apesar de pouco falado, já tem grandes estudos e diversas formas de desenvolvimento e observação. A eating designer Marije Vogelzang diz que os alimentos já tem por si só tem um design perfeito e que seu foco de trabalho está somente na forma em que as pessoas experienciam a comida, como a partilham, seus aspectos culturais e o ato de comer em si. Sua vertente de pesquisa é também voltada para a questão das mudanças futuras que a cadeia alimentar precisará sofrer para que os impactos sejam minimizados.
https://www.youtube.com/watch?v=2gYMI08ZX3g#t=100
Se quiser saber mais sobre o assunto, pode consultar os seguintes sites:
– http://thinkingfooddesign.com/
– http://www.food-designing.com/
– http://www.marijevogelzang.nl/
– http://francesca-zampollo.com/