Publi e MKT Uma paródia nada ofensiva

Uma paródia nada ofensiva

Por Diogo Mattos

Como bom carioca não podia deixar de comentar a paródia do vídeo campeão de Cannes 2013: “Dumb Ways to Die” (Maneiras estúpidas de morrer, em inglês), criado pela agencia Mccann Melbourne, já mencionado numa postagem aqui no Design Culture (confira aqui) . Na paródia intitulada “Dumb ways to die in Rio”, produzido pela mesma agência para o metro da Austrália e postado aqui em baixo, são descritas maneiras muito inusitadas e estúpidas, como o titulo sugere, de se morrer no Rio. Na letra, que pode ser acompanhada nas legendas, há maneiras como ser atingido por um ônibus BRT enquanto trafega-se de bicicleta, explodir ao passar em cima de um bueiro comprometido, ser esmagado por outras pessoas no metro, de tão cheio que ele esta, dentre outras.

O interessante desta paródia é que mesmo tendo sido nascido e criado no Rio, eu não me ofendi em momento algum com o que esta sendo dito ali. Acredito até que haja muito mais cariocas que também não se sentiram agredidos de forma alguma, tirando uma minoria que sempre existe. O fato é que, com a grande cobertura nos noticiários nacionais, ate quem não reside no Rio sabe dos nossos problemas com o BRT atropelando os pedestres imprudentes, os bueiros que continuam estourando e muitos outros problemas citados neste vídeo parodia. A verdade dói, como foi mencionado em um dos comentários do vídeo no YouTube.

Analisando o vídeo de forma teórico-prática, destaco dentre as diversas teorias e funções do humor na publicidade, a teoria da superioridade proposta por Platô e Aristóteles, dentre outros. Esta teoria nos faz rir da desgraça dos outros, como dizemos no dito popular. Quando vemos o vídeo, rimos da falta de força e de ajuda de outras pessoas. Seria o nosso lado sujo e “perverso” que nos faz rir. Isto explicaria de forma sintética o tipo de humor empregado neste vídeo e o que talvez explicaria o porque as pessoas riem ou se identificam (no caso dos cariocas) quando veem este vídeo.

Ainda podemos empregar a teoria do alivio, criada e discutida por Freud e Herbert Spencer que diz que é uma forma socialmente aceitável de expressarmos nossos impulsos. Spencer dizia que o riso serve como uma forma de válvula de segurança para aliviar o excesso de energia do sistema nervoso. Na paródia, isto pode ser traduzido como a forma com que “aceitamos” aquelas situações ruins descritas no vídeo como uma forma de expressarmos nossa energia contida, seja na forma de raiva contra os governantes que não fazem nada quanto aqueles problemas ou na forma de concordância subconsciente de toda aquela situação.

Para concluir, queria parabenizar aos idealizadores do vídeo original e da paródia. Com uma animação nota 10, bem colorida e com bom humor mostram do que a criatividade publicitária é capaz de fazer. Seja usando uma das técnicas mencionadas pra gerar humor ou não, esta parodia com certeza mexeu com o consciente popular e gerou discussão, visualização e entretenimento. Considerando isso, acho que devemos começar a replicar mais ações assim na nossa publicidade para quem sabe chacoalhar com as cabeças influentes do governo?

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