Se você acompanha meus artigos toda Quinta-feira deve estar provavelmente estranhando encontrar um post meu em plena Terça-feira certo? Mas não se assuste, não mudarei de dia, essa foi apenas uma exceção a regra por uma boa causa.
No mundo da publicidade, sabemos que as boas ideias são vitais para o sucesso de qualquer anúncio, ação ou campanha. Mas o que são boas ideias sem uma produção impecável? Nada. Esse “combo criativo” é essencial em qualquer execução que se faça, não importa o meio utilizado.
Recentemente a companhia telefônica Vivo lançou uma ação sensacional que com certeza deixou qualquer profissional de comunicação de queixo caído, e com razão.
Para comemorar os 25 anos da morte de Cazuza, nada melhor do que revitalizar uma música que foi sucesso nas rádios da época e eternizada por sua voz até hoje: Exagerado. A Vivo então se aproveitou disso para fazer uma associação para lá de criativa, levando o significado do nome a mais intensa experiência de se viver a vida.
Um projeto, uma ideia
Aproveitando do privilégio que Cazuza proporcionou a música Brasileira, fazendo de Exagerado um hino que fala de amor e que inspirou e inspira casais do país inteiro, a Vivo viu aí uma oportunidade de ter sua marca igualmente lembrada.
A partir dessa simples sacada toda uma estratégia foi montada para que nada saísse errado e que um ícone da música pudesse ser homenageado no ano em que se completam 25 anos de sua morte. De que forma? Através de um filme interativo onde uma história é contada e pode ser acompanhada via mobile.
Para quem ainda não entendeu, eu explico: trata-se de um filme, de pouco mais de 3 minutos, veiculado no Youtube e com making of também disponível, que mostra Cazuza como um cupido que flecha as pessoas pela cidade. Como um anjo (não sei se foi o personagem adequado, mas enfim), o cantor recebe uma missão enquanto descansa em cima de uma nuvem.
Ele então parte para a terra e começa a flechar corações apaixonados, e tudo vai se desenrolando levando ao pé da letra todos os momentos da música. Podemos ver até mesmo um caminhão abarrotado de 1000 rosas roubadas e muito mais situações encantadoras. No final do vídeo um momento incrível é protagonizado pelo ator do filme, Emílio Dantas, o mesmo que da vida ao ídolo também nos palcos, no musical “Pro dia Nascer Feliz”, de João Fonseca.
Para conferir o final da história da Vivo, assista o vídeo abaixo, que também conta com versão para ser acompanhada no smartphone (essa é de arrepiar).
https://www.youtube.com/watch?v=h8LAwijeYh8
Maravilhoso não é? agora assista ao making of e depois continue comigo para enetender como funcionou a ação:
A execução
Junto com o filme, a Vivo divulgou o making of 3.0, mostrando como foi produzido o novo arranjo. Gravado no estúdio “Nas Nuvens”, no jardim botânico, onde Cazuza já trabalhou muito, a versão moderna teve produção musical de Liminha, teclado e programação de Kassin, bateria e pandeirola de João Barone e Guitarras de Dado Villa Lobos. Com um time assim, difícil ficar ruim né?
No site da campanha você pode ouvir Exagerado 3.0, mas aqui embaixo você pode acompanhar o making of musical e ver tudo o que descrevi na prática.
O plano estratégico da Vivo para o lançamento da nova versão de Exagerado, ainda contou com um evento ao vivo para lá de especial. A grande partida para o presencial ocorrer, foi a reativação do circo voador em sua localização de origem, o arpoador (bairro do Rio de Janeiro), onde o artista se apresentou pela primeira vez e posteriormente adotou como palco de carreira.
O evento ao vivo no Circo voador
Durante 3 dias a praia do arpoador se transformou novamente no palco de grandes artistas que resgataram a popularidade do circo voador no bairro. Com uma programação intensa, espalhada nos dias 12, 13 e 14 de Junho, houve de tudo um pouco: um show dos Djs, o lançamento do filme, uma homenagem a Cazuza, um show da banda responsável pela nova roupagem da música, acrobacias e malabares, show da Diônica, Blitz, Suricato, uma peça de teatro, apresentação de capoeira, declamação de poesia e muito mais.
Além da Vivo patrocinando tudo, a campanha toda teve a parceria da entidade Viva Cazuza, como não poderia deixar de ser. A ONG, comandada pela mãe do cantor, Lucinha Araújo, também comemora 25 anos e por ser um projeto que só teve vida devido ao sofrimento que a AIDS causou a família toda. Uma pequena cereja no bolo que não deixa de funcionar como um selo para todo o projeto.
Minha análise da campanha
Acredito que depois de tudo que você leu até agora sobre a ação já deu para entender o quão grandioso e genial foi tudo. Desde o planejamento bem orquestrado até a execução muito bem feita, a iniciativa toda foi um sucesso. Com certeza foi uma bela sacada, que pode não ter eternizado a marca Vivo como eles queriam, mas sem dúvida nenhuma elevou sua reputação.
Ao sair do universo comum da telefonia e se aproximar da música, com uma associação que traz de volta os princípios da marca deu o tom certo. Foi aquela velha história: no lugar certo, no momento certo.
Os 25 anos da morte de Cazuza, uma canção eterna que fala de amor com versão atual e os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, os ingredientes perfeitos. Quando postos na panela e cozinhados, resultam numa bela homenagem e um recall de marca fantástico para a Vivo, cheio de merchandising bem colocado.
Essa foi sem dúvida uma obra prima para a propaganda Brasileira, com tudo no lugar, pensada em seus mínimos detalhes, colocando o planejamento, criação, produção e execução no mesmo patamar.
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