Design 6 Coisas que todo Designer pode aprender com Exercícios Físicos

6 Coisas que todo Designer pode aprender com Exercícios Físicos

Por Marcos Torres

Fala criativos!

Boa parte do aprendizado que fazemos para vida não vem necessariamente de nosso dia-a-dia profissional, mas de outras áreas que muitas vezes parecem desconexas de nossa carreira, por isso hoje gostaria de falar um pouco sobre algumas lições que podemos aprender com os exercícios físicos. O que descrevo a seguir vem de minha experiência pessoal e de alguns conhecidos que reconheceram o valor dessas lições para sua carreira, é claro, caso você queria acrescentar algo ou discorde de algo fique a vontade para comentar ou me mandar e-mail, vamos lá.

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1) Bons resultados tomam tempo e exigem muito esforço.

Uma das piores partes de ser um iniciante é que seu trabalho sempre é um lixo no início, mesmo que você argumente que existem garotos prodígios, geralmente estes tem algum background que facilitou seu desenvolvimento, não existe conto de fadas, apenas trabalho duro.

A maioria de nós mortais precisa apelar para milhares de horas de prática, gosto muito de uma palestra que Nick Campbell fez em 2010/2011 em que ele fala sobre o Gap criativo, um período necessário para se atingir a excelência. Também nessa veia, Malcolm Gladwell colocou em seu livro “Outliers”, que boa parte dos grandes nomes de qualquer indústria tiveram pelo menos 10.000 horas até serem considerados bons.

Se pensarmos pela lógica de que você dedique uma média de 2 horas ao dia para estudos / prática (média pensada levando em conta que alguns dias estudamos mais que os outros), em aproximadamente 13 anos e meio chegaríamos à um nível de excelência.

Parece muito tempo? É porque realmente é. Com exercícios não é muito diferente, dependendo do seu grau de atividade, conseguir chegar no físico e desempenho esperado pode levar de 1 ano a mais de 10 anos, é o bom e velho “No pain, No gain”. Ter metas é bom, mas é sempre bom lembrar que os resultados só virão com muita prática e esforço e falando em metas…

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2) Tenha metas, mas trabalhe em cima de rotinas

Nunca conheci alguém que fizesse algo sem um objetivo, mesmo que subjetivo, sempre fazemos algo por um motivo. Se tratando de exercício ou projeto de design, é sempre bom ter metas. O grande problema é que muitas vezes focamos demais no resultado final, olhando sempre para o final da corrida e esquecendo do longo trajeto até a linha de chegada.

É aí que muitos de nós nos perdemos e muitas vezes desistimos, pois planejamos a pista de pouso, mas não estudamos como vamos dirigir o avião até lá. É aí que entram as rotinas, Scott Adams, o criador do quadrinho Dilbert disse que um dos motivos do seu sucesso é que ele não focava tanto no resultado final, mas na rotina. Se a cada dia tivermos a oportunidade e a habilidade de dar um passo, mesmo que pequeno a frente, é impossível que em determinado período de tempo não se alcance o objetivo esperado.

Esqueça a linha de chegada, transforme isso num hábito, como Charles Duhigg escreveu em “O Poder do Hábito”, os nossos hábitos constituem boa parte do nossa vida, logo se a sua vida não está como você queria, pare e olhe o que você faz (ou o que deixa de fazer) diariamente, isso é tão importante quanto ficar colocando datas nas suas metas, pois de que adiantam prazos se você não trabalha diariamente até eles?

Como supostamente disse Aristóteles: “Nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito”. Mas como adquirimos hábitos? Bom isso é assunto para outro artigo, mas assim que conseguirmos criar esse rotina, precisamos não tornar isso algo entediante, por isso precisamos progredir.

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3) Faça progresso com cuidado.

Progresso é necessário, para tudo na vida, pois a mudança é a única constante. Para ser um bom profissional é preciso estar sempre se atualizando, não só aprender a usar um programa novo, mas novos workflows e teorias aplicáveis para profissão e para vida.

Livros e pessoas são os seus melhores recursos para a mudança, não tenha medo de pedir ajuda ou de procurar mentores, boa parte do aprendizado que tive até aqui se deve principalmente à uma dúzia de pessoas que investiram seu tempo em mim.

Porém muito cuidado, assim como quando fazemos musculação costumamos aumentar os pesos com o passar do tempo, isso precisa sempre ser feito com muita precaução ou você corre o risco de se estourar. O mesmo pode ocorrer quando se procura progredir na carreira, saber pra onde você está indo é fundamental, caso contrário você irá pegar o ônibus errado e parar sabe deus onde.

Todos os setores que conheço possuem modismos, muito cuidado, assim como certos modismos pegam, outros caem no esquecimento e virão até motivo de chacota. Cuide para não ser muito influenciável, pessoas vão tentar te vender o que for pois esse é o trabalho delas, saber o que lhe beneficia e parece ter um futuro é tarefa árdua, mas necessária.

Aqui não se trata só de uma questão de metas como falamos antes, mas de foco, por exemplo se você quer trabalhar com Design de Produto faz mais sentido você querer aprender desenho técnico do que técnicas de Storytelling. Não é que você não possa nunca aprender o segundo, mas aprenda a priorizar e descubra o que você pode aprender de cada disciplina, se algo não lhe acrescenta ou lhe afasta do seu foco, considere isso um hobby ou deixe de lado.

Vivemos em uma época de muitas opções e possibilidades ao alcance de qualquer um, hoje você pode ser um DJ, dançarino, chef de cozinha, designer, fotógrafo, enfim a lista é quase infinita. É bom entender um pouco de tudo, já fazer um pouco de tudo lhe torna um canivete suiço, mas não uma faca de caça, qual delas você acha que corta melhor?

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4) O triângulo sagrado

Quando se trata de exercício físico pergunte a qualquer personal trainer quais são as três coisas fundamentais, provavelmente eles vão citar que é a alimentação, o exercício e o descanso, essas três coisas unidas por uma cola chamada disciplina são como um tripé e no topo disso o sucesso. Pensando em três pilares fundamentais para qualquer profissão é impossivel não se referir ao estudo, o networking e o trabalho duro, pilares esses que também devem ser ligados pela disciplina.

Todo profissional deve estar constantemente aprendendo até o dia de sua aposentadoria (ou até o dia de sua morte), embora seja muito comum depois da faculdade que muitos profissionais se acomodem em uma situação e fiquem presos a uma mesma função para o resto da vida. Muitos ainda vem o estudo como perda de tempo, algo que poderiam utilizar melhor trabalhando ou descansando, porém acho que nesse ponto as novas gerações tem noção de que quanto melhor a sua capacitação, maior a probabilidade de você achar oportunidades de trabalho e ser melhor remunerado. Estudo formal só agrega, mesmo que muito se aprenda na raça trabalhando.

Não sou muito fã da palavra networking, preferia trocar para “conexão”, pois não se trata apenas de colecionar amigos no Facebook ou Linkedin como alguns pensam, mas sim de conhecer e agregar algo na vida das pessoas para que a conexão entre vocês seja válida. Esse foi o pilar que tive mais dificuldade de entender logo no início da minha carreira, se conectar com pessoas em um nível profissional é diferente de conhecer pessoas e de ser amigo de pessoas. Ser amigo de futuros ou atuais clientes não é um problema, o difícil é sempre separar o profissional do pessoal.

O terceiro pilar é provavelmente o mais óbvio, trabalho é um pouco como exercício: quanto mais você faz, mais fácil fica e mais você consegue fazer. Para que isso aconteça você precisa compreender a diferença entre “workhard” e o “worksmart”. Trabalhar duro nem sempre é a solução, como Jason Fried disse em seu livro “Rework”, workaholics não são um bom exemplo a ser seguido, eles se forçam além do limite produtivo e cometem mais erros, geram um ambiente de trabalho tóxico, correm grande risco de sofrer um burnout e compremeter a empresa. Não existe nada de heróico em ter que trabalhar constantemente horas extras, isso só demonstra que você deve melhorar seus métodos para fazer mais com menos.

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5) Está tudo bem em ter uma ajudinha

Não vou negar: fico super grato quando vejo conquistas que consegui realizar por conta própria, mas sou o primeiro a admitir que existem coisas na vida que não podemos realizar sozinhos. Em termos de esportes, você pode muito bem treinar sozinho, mas com certeza seu desempenho irá disparar assim que tiver um companheiro para auxiliar nos treinos, seja treinando junto ou apenas aconselhando e supervisionando.

Grande projetos dificilmente saem do papel sem uma mãozinha amiga aqui e ali, por isso ressaltei no item anterior o networking como um dos pilares de qualquer profissão. De fato, conhecer certas pessoas pode não só lhe ajudar mas impulsionar milhas a frente se você não falasse com ninguém sobre o que faz. Entretanto, existe uma certa cultura de ego de que pedir ajuda é errado / feio ou é apenas para profissionais ruins, esqueça isso! Não existe desonra em ser ajudado e em ajudar, pelo contrário, veja isso como um momento único de aprendizado e cooperação.

É claro, é sempre bom saber dosar as coisas, pedir ajuda ou ajudar o tempo todo a todo mundo faz de você um palhaço, saiba para quem e quando pedir / ajudar e não se esqueça que ajudar é uma via de mão dupla: hoje é você que está precisando, amanhã pode ser seu amigo.

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6) Você é aquilo com o que acaba se contentando

Muitas vezes me pego reclamando da minha situação profissional atual, como se uma força maior estivesse constantemente me atrapalhando. Contudo, a grande verdade é que, não, não existe nenhuma força maior impedindo o meu crescimento, mesmo fatores como economia em crise, localização ou até mesmo guerra não são totalmente influentes a ponto de tornar sua carreira imóvel, sempre existe algo que se possa fazer para melhorar.

A mesma coisa é aplicada a exercícios físicos, nós nunca sabemos o nosso limite se não continuarmos constantemente nos desafiando. Talvez você tenha potencial para ser um maratonista, mas nunca vai saber porque até hoje você só se limitou a dar duas voltas na quadra de casa todo dia.

Contextualizando em termos de Design, digamos que você quer estudar tipografia, mas você não tem dinheiro para fazer um curso específico, porque não começar a estudar o trabalho de grandes mestres por conta própria? Ou procurar cursos gratuitos na internet? Ou montar um grupo de estudos com outros interessados na mesma situação? Ou porque você não começa a fazer projetos de tipografia pessoais e/ou para conhecidos?

Hoje mais do que nunca temos as ferramentas, muitas delas gratuitas e outras a um preço acessível, então lembre-se: você pode criar quantas desculpas quiser para não fazer algo, você pode culpar quem e o que quiser pela sua situação, mas a decisão de fazer algo para mudar hoje, mesmo que algo pequeno perto do objetivo final, será sempre sua. Como Steve Jobs disse no seu mega famoso discurso na Stanford University:  “Stay hungry, stay foolish” ( Continue faminto, continue tolo).

Então, se identificou com as lições acima? Quer acrescentar alguma? Fique a vontade para comentar e agregar a discussão.

Grande abraço para você!

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