Design é transformação. É mudança social, é impacto, reflexão da vida em diferentes vertentes, é socialização, é problema-solução. Este é o resultado que ao fim de cinquenta artigos publicados neste percurso constatei. Já vai a quase um ano quando fui seleccionado para me juntar a família do Design Culture, a partir de Maputo, Moçambique. Desde essa época era possível passar a acreditar que poderia gerar impacto, reflectir com pessoas de outras latitudes, geram mudança e aprendizagem, estava no lugar certo, a hora certa e a lidar com as pessoas certas.
PORQUÊ ME JUNTEI AO DC?
Desejo de gerar transformação
De longe sempre acompanhei o trabalho afincado que era feito por colunistas que sempre acreditaram no design como motor de mudança social. Profissionais que se moviam por essa causa, e a partir do DC inspiravam pessoas, conduziam reflexões e partilhavam ideias excepcionais, e sempre desejei me juntar.
Existe design em Moçambique
O design é um facto nos países africanos. Ele existe e deve ser divulgado, como em qualquer outra parte do mundo, existem escolas e pessoas que pensam o design e solucionam problemas locais, diferentemente do que em várias partes do mundo se pensa sobre o continente, e o país. Existem profissionais, estúdios criativos, grandes empresas que usam o design para gerar renda e desenvolvimento, em várias partes do continente, existem trabalhos originais, únicos e encontro o DC como um espaço para partilha esse pensamento, como africano.
Aprendizagem contínua
Escrever semanalmente é um árduo trabalho. Exige dedicação e compromisso com a causa, é necessário dedicar sempre um tempo a aprender sobre qualquer assunto por escrever. O DC proporcionou esse espaço de aprendizagem continua, tanto quando tenho de escrever sobre um determinado assunto, tanto quando lidamos um com o outro.
O QUE ESCREVO PARA O DC?
Desde o primeiro artigo tratei de focar no design, em suas diferentes formas. Design como mudança social, nas técnicas, nos acontecimentos marcantes, o design e a psicologia humana, o design e seus problemas.
Princípios básicos de composição visual
A composição na comunicação visual é a chave para transmitir coerentemente a mensagem pretendida. Os profissionais da área criam e recriam sempre novas formas de compor suas peças e mantê-las capazes de chamar atenção ao leitor visual, no entanto existem princípios básicos, mas importantes para tornar uma comunicativa e persuasiva. Leia mais aqui.
Design e o desempenho empresarial
Quando dois produtos se encontram imersos no mercado, competindo, o principal factor de diferenciação é o design, uma marca de bolachas só se torna diferente da outra, por causa da sua embalagem, enquanto não conhecermos o sabor, o design sugere, envolve e ajuda na tomada de decisão do consumidor. A dimensão e o perfil de uma empresa é responsabilidade do designer, como é pensada a nível interno e na relação com o cliente. Leia mais aqui.
Emoções e projectos de design gráfico
Quando folheamos um jornal, há um conjunto de imagens, tipografia e cor que geram emoções, quando ligamos a televisão, nos deparamos com um vídeo publicitário do qual não mais nos esquecemos, há nesse momento elementos, expressões, que geram emoções. Quando escrevemos em um meio de comunicação visual “inovação” usando uma tipografia com serifa e outro caso sem serifa, a emoção causada é diferente, o cérebro alia o sentimento, a emoção causada e o conteúdo. Em muitos casos até nos esquecemos do conteúdo, mas nos lembramos da emoção que uma certa embalagem nos causam: irritação/elegria/tristeza… Lei mais aqui.
Preferência e experiência estética do consumidor em design
(…)
A preferência por um produto em relação ao outro, envolve para além de outros aspectos o seu design e o “ (…) conhecimento de design requer educação, motivação e encontros frequentes com belos artefactos e ambientes. Consequentemente, é importante saber o nível de conhecimento de design de seus consumidores-alvo, e educa-los salientando a forma por meio de publicidade e exposição no ponto de venda” (Osborne, 1986). Leia mais aqui.
Identidade. Design. Artefactos.
A produção em design precisa focar em elementos identitários locais, os consumidores precisam compreender os projectos de design através do cruzamento possível de ser feito entre a criatividade, a inovação e os elementos de uma identidade específica, o que significa trabalhar com aspectos psicológicos, como é o caso das emoções de determinado povo, dando vantagens, valorização, reconhecimento e afecto ao artefacto envolvido.
(…). Leia mais aqui.
E DEPOIS?
Outros artigos poderem ser vistos, destes 50 que se completam com esta publicação. O facto é que ainda tem muito que se escrever e pensar sobre design, o desejo de se cruzar vários conhecimentos, de várias pessoas é um facto e fortifica a profissão. A necessidade de gerar comunidades que defendem e explicam sobre a verdadeira essência do design torna-se importante, já que qualquer designer sabe de facto que ainda existe muita desinformação sobre o que é o design e qual é o seu papel na construção do país, do continente e do mundo. A percepção que se tem é que seja uma última alternativa, e o político depois precisa do designer na sua campanha eleitoral, o médico precisa do designer porque precisa usar uma determinada peça para fazer cirurgia, o professor precisa de um livro que passa pelas mãos do design, o músico precisa de vender seu trabalho e por isso necessita do designer para o seu CD, e tantos outros. Essas são razões suficientes para continuar a escrever sobre design, porque o mundo precisa de design.