O tal do nômade digital

O tal do nômade digital

Por Henrique Pajeu

Se você acha sensacional a ideia de poder conhecer qualquer lugar do mundo, ter a liberdade de criar seus próprios horários, trabalhar da praia, da piscina ou da montanha, ganhar mais de R$ 10.000,00 reais por mês e viver essa vida maravilhosa “turistando” por ai, pode parar de ler por aqui, pois não falo nada disso no decorrer deste texto. ?

Quer dizer, eu vou falar sim sobre nomadismo digital, mas não da maneira como muitos fazem por ai, e provavelmente você já deve ter visto em vários lugares essas promessas que mencionei no início do texto.

E para dar uma desmistificada no assunto logo no inicio, esquece esse papo de trabalhar direto da praia, da piscina, da montanha ou seja lá de onde a galera estiver falando. O fato de uma pessoa nômade digital poder trabalhar em muitos lugares, por conta de liberdade física que esse estilo de vida oferece, não quer dizer que a pessoa possa trabalhar literalmente em qualquer lugar, né!?

O primeiro ponto e um dos aspectos mais importantes que uma pessoa nômade deve levar em consideração é a infraestrutura do local onde ela está, como luz, internet, espaço de trabalho com pelo menos mesa e cadeira que proporcionem o mínimo de conforto, pois a maior parte do dia essa pessoa passará trabalhando normalmente, assim como todos os outros meros mortais do planeta. ?

Outro ponto bastante enaltecido é a liberdade de fazer seus próprios horários. Realmente existe uma flexibilidade muito grande em relação a horário ao compararmos o estilo nômade ao modelo de trabalho mais tradicional, onde a pessoa precisa se deslocar para o escritório, bate o ponto e cumpre o horário estabelecido. Porém, alguns pontos devem ser levados em consideração quando falamos desse tema. Levando em conta um primeiro cenário onde a pessoa seja freelancer e esteja prestando serviço para seu cliente, os horários para a criação do serviço em si podem ser definidos pela pessoa nômade sem qualquer problema, para o cliente o horário em que o profissional irá trabalhar não é relevante. Agora, pensando no contato direto com o cliente, seja durante a etapa de captação ou para tratar de atualizações e andamento do projeto, o mais usual é que isso ocorra em um horário que o cliente esteja mais acostumado. Você como profissional não vai marcar uma reunião as duas da manhã para tratar de alterações com o cliente, né?

E mesmo olhando do nosso ponto de vista é legal ter um horário definido para tratar de assuntos do projeto. Imagina o cliente te ligando as sete da noite de um sábado, e se você já trabalha como freela certamente já passou por isso e essas coisas desgastam o relacionamento e podem atrapalhar o andamento dos trabalhos.

Em um outro cenário, onde a pessoa trabalha de forma remota para uma empresa, é um pouco mais delicado também, pois existe um nível maior de troca de informações, existe a necessidade de participar de reuniões diversas e, geralmente, mesmo estando remotamente a pessoa precisa estar disponível em um horário que essa conexão com o time possa ser feita de forma mais dinâmica. Imagine uma demanda urgente que precisa da sua aprovação para seguir em frente na esteira de trabalho, mas naquele dia você resolveu trabalhar na parte da noite e só viu a mensagem do seu time de madrugada. Seria um tanto quanto complicado, não acha?

Não era isso que você estava querendo ler, mas calma, a vida de nômade tem muito mais coisas boas que ruins, tipo:

  • Não ter que se deslocar para o escritório, principalmente utilizando transporte público;
  • Poder trabalhar em projetos diferentes;
  • Poder escolher o lugar da casa que achar mais confortável;
  • Não ter que ficar brigando pelo controle do ar-condicionado;
  • Não passar vírus pros coleguinhas quando estiver doente;
  • Poder trabalhar só de bermuda, só de camiseta ou sem nada se quiser;
  • Poder alternar entre as tarefas do trabalho e as tarefas de casa;
  • Não ter que ficar gastando suas “roupas de sair” no trabalho (essa aqui só quem é da quebrada vai entender hein kkkk)
  • E muitas outras vantagens.

Enfim, a vida de nômade digital pode ser definida em um grande e sonoro DEPENDE. Depende da profissão da pessoa, depende do estilo de vida que ela decidiu seguir, depende de onde ela presta serviço, depende do salário e do quê ela está disposta abrir mão para seguir nessa caminhada, que é muito boa mas depende de muito planejamento, organização e desprendimento. Mas esse papo fica pra um outro dia e outra hora.

Muito obrigado por acompanhar o conteúdo até aqui, e se você se interessou pelo tema, continue acompanhando minhas postagens aqui na DC, pois sempre vou trazer informações interessantes sobre o assunto, escrevendo cada vez de um lugar diferente. E se bateu a curiosidade, este texto foi escrito diretamente do calorzinho de Maceió.

Valeu demais e até a próxima!

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