Iniciando a sua carreira como galã em comédias românticas e dramas familiares na década de 80, desde meados dos anos 90 Tom Cruise tem se transformado em um ator de filmes de ação. A partir de Missão Impossível (Brian de Palma, 1996), correr, saltar, atirar e explodir coisas tem sido o seu trabalho em Hollywood. Com direção de Alex Kurtzmann, A Múmia (The Mummy) é o primeiro filme do vindouro Dark Universe, tentativa dos Estúdios Universal de criar o seu próprio universo unificado, e tem a cara do sr. Cruise em cada um dos seus 110 minutos de duração. A impressão que fica ao término da sessão é que o filme foi editado a partir de cenas de suas obras anteriores.
A nova versão de um dos mais assustadores monstros da história do cinema traz algumas alterações em relação à obra original de 1932. Aqui, conhecemos a bela Ahmanet (Sofia Boutella), herdeira do trono do Egito que vê o seu destino ser roubado após o nascimento de um filho homem do faraó. Ela então decide fazer um pacto com Set, Deus da Morte da cultura egípcia. Durante o ritual, ela é detida e presa em um sarcófago distante do reino e teve a sua vida apagada da história. Milhares de anos depois, em busca de relíquias e artefatos históricos, os saqueadores Nick Morton (Tom Cruise) e Chris Vail (Jake Jonhson) acidentalmente encontram a tumba-prisão. Com a ajuda da egiptóloga Jenny Halsey (Annabelle Wallis), eles investigam a descoberta e acabam liberando a princesa. Entra em cena o Dr. Henry Jekyll (Russel Crowe), uma espécie de caçador de monstros que provavelmente servirá de elo com os outros filmes da nova franquia, para ajudar a dupla a prender e acabar com a ameaça.
Com grande apuro técnico, o filme entrega alguns bons momentos de ação, suspense e até mesmo terror, sendo a queda do avião uma das melhores sequências. Maquiagem e efeitos especiais também estão excelentes, exceto talvez pela transformação e caracterização do Dr. Jekyll em Mr. Hyde. Por outro lado, o roteiro, que conta com a colaboração do talentoso e premiado David Koepp, é bastante raso no desenvolvimento das personagens femininas. Mesmo com todo poder sobrenatural de Ahmanet, a motivação dela acaba reduzida a encontrar um homem para que o deus Set possa encarnar. Já a intrépida Jenny, vive uma típica mocinha em perigo, sendo salva pelo herói diversas vezes ao longo do filme. O enredo principal também é pouco desenvolvido, preocupando-se mais em lançar informações que sustentem os futuros filmes do universo em criação.
Mesmo com falhas, A Múmia oferece diversão, alguns sustos e cenas de ação muito bem produzidas. Encanta bastante pelo visual enquanto prepara o terreno para a invasão de monstros clássicos do cinema. Antes de curtir a próxima sessão, dê uma conferida no trailer abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=fnKHeSCgQ_Q