No dia 18 de dezembro, a Adobe anunciou o encerramento do acordo de aquisição da Figma, uma plataforma de design baseada em nuvem, avaliado em US$ 20 bilhões. Essa decisão foi tomada devido a desafios regulatórios, destacando o crescente escrutínio em torno das aquisições da Big Tech. Este artigo analisa os motivos por trás da desistência da Adobe, os obstáculos regulatórios enfrentados e as implicações para o mercado de tecnologia.
O acordo, composto por dinheiro e ações, foi anunciado em setembro do ano passado e enfrentou escrutínio rigoroso desde então. Reguladores na Europa, especialmente no Reino Unido, expressaram preocupações sobre o impacto do acordo na concorrência e inovação. A Autoridade Britânica de Concorrência e Mercados (CMA) afirmou que a transação prejudicaria a inovação no software utilizado por designers digitais no Reino Unido.
A Adobe, cujas ações aumentaram 1,5% após o anúncio, concordou em pagar uma taxa de rescisão substancial de US$ 1 bilhão à Figma, com sede em São Francisco. A plataforma colaborativa da Figma é amplamente utilizada por empresas renomadas, incluindo Uber, Coinbase e Zoom Video Communications.
As autoridades regulatórias no Reino Unido e na União Europeia expressaram preocupações substanciais sobre o impacto do acordo na concorrência e na inovação. A Adobe recusou-se a apresentar soluções satisfatórias, alegando que nenhuma proposta preservaria os benefícios do acordo.
Ambas as Competition and Markets Authority (CMA) e a European Commission indicaram sua inclinação para rejeitar o acordo, citando o risco potencial de criação de um monopólio e redução na quantidade de competidores em setores específicos.
Em comunicados oficiais, tanto a Adobe quanto a Figma expressaram desacordo com as conclusões regulatórias, enfatizando sua visão compartilhada de redefinir o futuro da criatividade e produtividade. No entanto, ambas as empresas concordaram com o resultado após uma análise aprofundada do caso.
A compra planejada pela Adobe, anunciada inicialmente em setembro de 2022, tinha como objetivo tornar a empresa proprietária de uma das principais ferramentas de desenvolvimento visual de aplicativos. No entanto, as investigações de mercado, que se estenderam por 15 meses, revelaram que a aquisição enfrentou desafios significativos.
Em meio a esse desfecho, a Adobe e a Figma reafirmam seu compromisso de continuar capitalizando as oportunidades de mercado e perseguindo a missão de transformar o mundo por meio de experiências digitais personalizadas. O CEO da Adobe, Shantanu Narayen, enfatizou que ambas as empresas permanecem bem posicionadas para buscar esses objetivos de forma independente.
Assim, a desistência da Adobe de adquirir a Figma por US$ 20 bilhões destaca não apenas as complexidades das negociações envolvendo grandes players do setor, mas também a crescente vigilância regulatória em relação às transações que podem afetar significativamente a competição e a inovação no mercado de tecnologia.