Tanto a arquitetura quanto o urbanismo se reinventaram totalmente após pandemias passadas, passando a abranger preocupações sanitárias que remodelaram cidades pelo mundo todo. Desta vez, não será diferente. Enquanto muitos imaginam quais serão as tendências arquitetônicas no futuro próximo, o consenso que paira é que as casas minimalistas ganharão ainda mais força quando a crise passar. A praticidade falará mais alto, tanto no mobiliário, quanto na decoração. As casas serão compostas apenas pelo essencial.
A ideia por trás das casas minimalistas é a de que menos é mais. Os impactos do coronavírus tornarão esse pensamento essencial, já quanto menos objetos para acumular sujeira, menos chances há de infecção na casa. Além disso, a economia financeira gerada pelo estilo minimalista se encaixa como uma solução para a crise financeira causada pela pandemia.
Além do mais, um ambiente minimalista causa menos estresse e passa a sensação de organização, dois fatores essenciais para o novo cotidiano, em que muitos trabalharão em regime home-office ou estudarão a distância, fazendo com que a casa se torne um lugar onde a produtividade é fundamental. Juliana Persin, designer de interiores do SweetestHome, ressalta que a poluição visual nos ambientes tem capacidade de causar uma desordem mental, atrapalhando quem precisa estudar ou trabalhar.
As cores também auxiliam nos sentimentos e, consequentemente, na produtividade – daí a importância da psicologia das cores no design de interiores. No estilo de casas minimalistas prevalece o uso do branco, transmitindo sensações de higiene, calma e simplicidade.
A preocupação com higiene e limpeza também deverá aumentar consideravelmente, mesmo quando a situação do coronavírus se amenizar. Por um bom tempo, as pessoas deverão limpar a casa com mais frequência – e os ambiente minimalistas facilitam muito todo o processo de higienização. Indo além, as cores claras utilizadas no mobiliário e nas paredes auxiliam a encontrar focos de sujeira.
Outras mudanças arquitetônicas são esperadas no pós-pandemia. O hall de entrada das casas sofrerá alterações, já que agora ele se tornou um ambiente muito importante para deixar a sujeira da rua. Assim, podemos esperar halls mais planejados e elaborados. Novos objetos vão se tornar tendências, como cestos e baús para sapatos.
Em compensação, alguns outros itens poderão cair em desuso, como os tapetes e as cortinas, que acumulam muita sujeira e podem armazenar germes e bactérias. A ausência destes dois objetos vai de encontro com o proposto pelo estilo minimalista.
A preocupação com a luminosidade e ventilação dos ambientes também aumentará. Assim, os projetos de casa se tornarão mais complexos, buscando criar ambientes mais arejados e claros. Além disso, surgirá uma nova tendência de reaproveitamento de objetos, diretamente interligada aos hábitos de consumo sustentável que a pandemia está criando.