Em exibição na NETFLIX
“Com carinho, Kitty”, é a nova aposta de série adolescente da Netflix, sendo um spin-off da obra “Para todos os garotos que já amei”, que também é da empresa vermelhinha, e que fez bastante sucesso. Entretanto, ela é muito mais do que uma série adolescente. É um conjunto de carinho, fofura, carisma e cultura Coreana misturada com toque de USA.
Na série, vamos acompanhar a Kitty (Anna Cathcart), que está num webnamoro a cerca de 4 anos com Dae (Choi Min-young), e após receber uma aprovação de intercâmbio no colégio KISS, na Coreia, onde sua mãe estudou, decide ir descobrir mais sobre sua mãe, já falecida, e também conhecer seu namorado e viver seu romance de conto de fadas. Porém, ao chegar, ela vai descobrir que as não são do jeito que esperava. Aparentemente com uma proposta clichê de ‘comédia romântica’, e talvez repetitiva. Acabei sendo surpreso com uma história que ia além do meu pré-julgamento.
Ver a Kitty aprendendo a conviver nesse novo ambiente, conhecendo os alunos dessa nova escola, no caso o núcleo principal. Min Ho, Quincy, Yuri, e o próprio Dae, é muito bom. Ainda mais, conhecer esses personagens extremamente carismáticos, com suas próprias tramas pessoais que acabam por se encontrar com a dá nossa protagonista de forma orgânica é algo satisfatório. Tudo isso atrelado a mistérios que ficam no ar em relação à mãe da Kitty (quem foi seu primeiro amor, sua vida escolar), que ela vai descobrindo gradualmente e se metendo em algumas confusões. Também um crescimento pessoal da própria protagonista, entendendo seus sentimentos, se descobrindo, entendendo que amar não é tão simples quanto ela achava ser, e amadurecendo a partir dessas experiências.
Ademais, um aprofundamento no contexto social, político da Coreia (de forma leve, com algum peso em assuntos mais sérios, contudo um pouco rasa, mas que funciona, por conta do tom da série), mas que não atrapalha, nem tira o peso dos assuntos que estão sendo debatidos. Tudo isso é misturado num ar de K-drama com série americana, que foi muito bem montado.
Anna Cathcart, continua contagiante com sua performance como “Kitty”, mas trazendo novas camadas para sua personagem, não ficando no seu traço base de ser meio intrometida e formar casais. É perceptível a mudança da personagem no início da temporada e ao final dela. Choi Min-young (Dae), mesmo fazendo muitas escolhas questionáveis, muitas vezes por força maior, mostra bem a relutância entre fazer o certo ou permanecer no erro.
Sang Heon Lee (Min Ho), consegue ser aquele amigo com ar de estrelismo e um pouco de egocentrismo, mas que nos cativa com seu jeito “pop star” de ser e mostra que não é só um rostinho bonito. Anthony Keyvan (Quincy), mesmo ele sendo escalado para fazer mais um “amigo gay” ele traz uma composição diferente desse mesmo papel que já fez em outras séries, mas sem perder o charme e simpatia. Gia Kim (Yuri), faz uma garota malvada, que não é malvada, e sim cheia dos problemas e mal compreendida. E que só precisava de alguém que quebrasse essa armadura que ela colocou em si mesma.
O roteiro da série foi escrito pela própria autora dos livros Jenni Han, junto com a Netflix, não possuindo um livro para se basear e sendo totalmente original. A direção ficou nas mãos de 4 diretores diferentes (Jennifer Arnold, Jeff Chan, Pamela Romanowsky e Katina Medina Mora). O que poderia ser um problema, já que cada um tem seu estilo de dirigir, mas não foi o que aconteceu, eles encontram um tom certo para o seriado.
Por fim, “Com carinho, Kitty” é um prato cheio para os fãs do mundo criado pela autora Jenni Han ou os amantes da personagem Kitty, também uma trama gostosa de se acompanhar e que passa muito rápido, e termina com o gosto de quero mais. Pois, termina com vários ‘cliffhagers’ para um possível segunda temporada, que particularmente, espero que aconteça.