CRÍTICA l PEDÁGIO –  Um retrato intenso das relações familiares que brilha no cinema nacional

CRÍTICA l PEDÁGIO –  Um retrato intenso das relações familiares que brilha no cinema nacional

Por Nathalia Medina

Em um cenário em que a produção cinematográfica brasileira eleva-se a novos patamares, “Pedágio” emerge como uma obra que transcende as barreiras do convencional. Com estreia marcada para 30 de novembro nos cinemas de todo o Brasil, o filme dirigido por Carolina Markowicz não apenas apresenta maestria técnica, mas também coragem ao abordar temas cruciais e relações familiares enraizadas em nossa cultura. Suellen, uma dedicada cobradora de pedágio em Cubatão, São Paulo, percebe uma oportunidade de obter uma renda extra ilegal. Seu objetivo é financiar a ida de seu filho, Tiquinho, à controversa “cura gay” ministrada por um famoso pastor estrangeiro. Esse embate familiar, entrelaçado com a dura realidade da vida, preconceito e verdades impostas, é o cerne de “Pedágio”. O filme, exibido em festivais renomados como San Sebastian e Toronto, não é uma narrativa fácil; é uma experiência que demanda atenção e propicia reflexões. A diretora, Carolina Markowicz, conhecida por sua habilidade ímpar em contar histórias visuais, tece uma trama envolvente que vai além do óbvio.

Suellen, interpretada brilhantemente por Maeve Jinkings, é uma mulher batalhadora presa em um relacionamento abusivo, buscando desesperadamente uma saída para as frustrações que a vida lhe impôs. Seu filho, Tiquinho, interpretado por Kauan Alvarenga, enfrenta agressões devido à sua orientação sexual, mas persiste em seguir seu próprio caminho. A relação entre mãe e filho se torna um personagem por si só, uma sombra que permeia todas as ações e consequências que moldam o destino dos protagonistas. Em meio a um panorama de preconceito, amor e conflitos, “Pedágio” destaca-se como uma narrativa intrínseca que não se esquiva das complexidades da vida.

Críticas sociais em primeiro plano:

Este filme não apenas conta uma história, mas lança luz sobre questões sociais cruciais. O relacionamento marcado pelo preconceito entre mãe e filho LGBTQIPN+ serve como ponto de partida para um roteiro brilhantemente elaborado, revelando uma versão crua e honesta da sociedade que enfrenta desafios em sua busca por sentido em meio a verdades muitas vezes impostas. Em um momento em que a diversidade e a representação ganham destaque na indústria cinematográfica, “Pedágio” se destaca como uma obra corajosa que mergulha nas profundezas das relações humanas, desafiando a bolha conservadora e oferecendo uma narrativa que ressoa além das telas. Este filme, sem dúvida, é mais do que uma obra cinematográfica; é um convite à reflexão e à compreensão das complexidades que moldam nossas vidas.

TRAILER OFICIAL/INTERNACIONAL

Vale a pena ir aos cinemas para assistir Pedágio? 

“Pedágio” não é apenas um filme; é um manifesto cinematográfico que desafia padrões, incita reflexões e amplia o diálogo sobre temas sensíveis. Ao trazer à tona a complexidade das relações familiares e confrontar questões sociais urgentes, o filme posiciona-se como uma contribuição significativa ao cenário cinematográfico nacional. Carolina Markowicz, com sua direção precisa, e o elenco excepcional liderado por Maeve Jinkings, oferecem uma obra que não apenas entretem, mas também educa e provoca a pensar. Assim, “Pedágio” destaca-se como um testemunho do crescimento e da ousadia do cinema brasileiro, deixando uma marca indelével no coração e na mente do espectador. Por isso sim, vá ao cinema, chame os seus amigos e familiares. Todos vocês podem aprender muito e nem precisam pagar pedágio. 

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1 Comentário

Andressa 22 de novembro de 2023 - 20:40

Me deixou pensativa, imagina quando assistir, esse tipo de narrativa que realmente deveria ganhar mais espaço, porque é super necessário problematizarmos esses tipos de demandas sociais.

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