Ato 1 – O que é Five Nights At Freddy’s 2?
“Five Nights At Freddy’s 2” vem com nomes de peso, visual belíssimo e muita “violência” gráfica. Mas será que isso será o suficiente para manter esta franquia que já começou mal de críticas no seu antecessor? Nesta continuação, os produtores e roteiristas buscaram expandir a mitologia e universo dos animatrônicos a partir da seguinte premissa: “Um ano se passou desde o pesadelo trágico no restaurante Freddy Fazbear’s Pizza. Rumores distorcidos e histórias exageradas e sensacionalistas sobre o que aconteceu ali viraram lendas locais, dando origem ao primeiro Fazfest da cidade. Enquanto o vigia noturno Mike (Josh Hutcherson) e a policial Vanessa (Elizabeth Lail) escondem a verdade da irmã de 11 anos de Mike sobre o destino dos animatrônicos, a jovem Abby (Piper Rubio) recebe um chamado dos terríveis brinquedos. Ao se reconectar com Freddy, Bonnie, Chica e Foxy, a menina desperta um mal trágico na cidade, desencadeando uma série de eventos assustadores. No meio desse horror há muito esquecido, segredos sombrios sobre a origem da pizzaria Freddy’s são revelados.”

Ato 2 – Comentários gerais
Por incrível que pareça, “Five Nights At Freddy’s 2” conseguiu me entreter e divertir. Apesar de apresentar inúmeros erros, o roteiro contém pequenas barrigas que quebram o ritmo e algumas regras mal estabelecidas. Porém, o visual do longa-metragem cativa e surpreende, e com certeza os pré-adolescentes e adolescentes vão adorar o visual, principalmente das estrelas principais, os animatrônicos. Eles têm muita textura e impacto, realmente são o ponto alto do filme, como no anterior.
Um dos pontos particulares que gostei foi a cena de abertura do longa-metragem; toda a construção e dramaticidade exagerada me remeteram muito aos slashers clássicos, fora a ambientação, que está incrível. Mas depois vem uma onda de conveniências e saídas de roteiro preguiçosas para fazer a história do filme acontecer. Colocar Abby (Piper Rubio) para novamente ser a causadora da problemática dá a entender que a menina não aprendeu nada, não amadureceu e que sua inteligência só se limita a consertar robôs. E a justificativa pífia de que ela sente saudade dos seus amigos fantasmas não cola, ela faz novamente besteira. Entretanto, gostei bastante do tempo de tela para desenvolver os personagens principais e entrar ainda mais nas suas cabeças, principalmente da Vanessa (Elizabeth Lail), mesmo que essa conexão não sirva para sentir que os protagonistas realmente estão em perigo; sempre parece que o roteiro não vai machucá-los ou matá-los, você sente como se eles fossem protegidos pelo roteiro, e isso acaba estragando o desenvolvimento deles.
Outro ponto que prejudica bastante é o roteiro fraco; o roteirista Scott Cawthon não consegue sair do básico e dos diálogos extremamente expositivos e bem fracos às vezes. Fora que ele introduz personagens que em nenhum momento foram minimamente citados ou referenciados no longa-metragem anterior, o que dá a entender que ele esqueceu de colocar e só acrescentou como se não fosse nada, e ainda dá uma justificativa horrível de que a Vanessa ama mentir e esconder as coisas do passado, só que isso não dá credibilidade para o plot twist que ele quis fazer, pois deveria ter, pelo menos, uma citação em algum momento. Além de que a nova vilã Muppet/Charllote, que tem a capacidade de possuir pessoas e objetos, não tem a sua regra de possessão bem estabelecida, já que a primeira pessoa que ela possuiu morreu. Mas as outras não.
Infelizmente, “Five Nights At Freddy’s 2” tinha grande potenpotencial para ser um franquia de terror sucesso, se tivesse um bom roteiro e abraçasse a violência grafica visual, além explomar cada vez mais a dinâmica do jogo, como eles até tentaram fazer nesse segundo filme, em seu terceiro ato, o que foi bem legal, mas ainda tem o peso suficiente que o filme precisava. O que sobra são visuais impecáveis, jump scares aleatórios e a leve construção de universo expandido para gerar mais filmes e dinheiro. Já que o primeiro filme fez um certo dinheiro e teve uma boa recepção do público.

Ato 3 – Direção!
A direção do longa ficou nas mãos da cineasta Emma Tammi, que dirigiu o filme anterior e volta novamente para a continuação. Ela já possui alguns projetos em Hollywood e bem avaliados, como, por exemplo, O Vento (2018), Parto Forçado, Fair Chase (2014), mas tem seu talento desperdiçado por conta do fraco roteiro deste filme. Porém, ela consegue tirar o máximo que pode do seu conhecimento para entregar uma direção de encante.

Ato 4 – Atuações
No quesito atuações, também foi bastante positivo. Todos os atores dão o seu melhor com o roteiro que receberam, para tentar trazer o melhor de seus personagens; às vezes funciona, às vezes não, pois as falas do roteiro muitas vezes são extremamente expositivas e parecem que crianças falariam e não adultos. Mas posso destacar Elizabeth Lail (Vanessa), que tem uma carga emocional muito forte nessa continuação, ao tentar se livrar das amarras emocionais do seu pai e de todos os horrores que ele cometeu.

Ato final – Conclusão
Sendo assim, “Five Nights At Freddy’s 2” é uma continuação que não brilha, mas também não é totalmente descartável e esquecível. Contudo, essa franquia teria seu devido reconhecimento se tivesse um bom roteirista para escrever a história e que também abraçasse a violência gráfica, saindo da faixa etária de quatorze anos, pois é jogar seguro demais entre o público jovem. Mas para aqueles que gostaram do primeiro filme, este é minimamente melhor, mas não foge muito do que já foi entregue anteriormente. E os fãs dos jogos talvez fiquem felizes por verem seus amados animatrônicos bem polidos nas telas do cinema.
Em exibição nos cinemas a partir do dia 04 de dezembro.
