Fotolia Lições não escritas sobre a vida de um designer – Parte 01

Lições não escritas sobre a vida de um designer – Parte 01

Por Mauri Ribeiro

Olá, pessoas!

Como você começou no design? Digo, o que te motivou a ser designer? Esse artigo tem um aglomerado de situações que passei e que revelam como é a evolução do designer dentro de nós e acredito que muitas dessas situações aconteceram com vocês também. Aquilo que pensamos, a forma como fazemos… tudo isso muda com o tempo, não é mesmo?

Bom, lembro que iniciei no design no ensino médio. Comecei fazendo cartazes para eventos da escola, e mesmo sem pretensão, aquilo foi me dando um prazer enorme. Além disso, sempre fui muito curioso e procurava saber como as coisas eram feitas desde criança. Lembro que ficava me perguntando como eram feitos os quadrinhos, como se reproduzia aqueles desenhos no papel… esse tipo de coisa. Hoje, com o passar do tempo e constante crescimento e aprendizado na área, percebo que aqueles primeiros cartazes da escola eram exagerados de cores, efeitos, tipografias e sem nenhuma hierarquia visual – assim como todos nós ao iniciar, mas com certeza, serviu pra querer seguir a vida como criativo.

O tempo e as experiências nos permitem enxergar as coisas de forma diferente com o passar dos anos, e isso nos fazem refletir sobre o quanto evoluímos e o quanto ainda evoluiremos.

#01 – NADA MUITO BOM VEM SEM FORÇA BRUTA

Quando tava iniciando – ainda sem experiência ou know-how – abria o Behance pra me inspirar, via projetos sensacionais e me achava totalmente perdido porque não conseguia ter ideias. Aquelas ideias. Na minha cabeça, o designer sentava na cadeira, abria o Photoshop e como um passe de mágica traduzia tudo o que estava na sua mente enquanto tomava uma Coca-Cola.

Cara, como eu era ingênuo. Com o aprendizado e o tempo, percebi que todo aquele resultado era fruto de muito trabalho, dedicação e muito tempo para a concepção do projeto. Num era nada da noite pra o dia e muito menos feito de apenas uma fez. Então, foi aí que percebi que esses resultados são gerados a partir da força bruta.

Pra ser muito bom em alguma coisa, você precisa treinar, praticar… forçar muito a barra pra conseguir.

Projetos mirabolantes são resultados de muitas tentativas, de muita energia investida. Não existe forma milagrosa pra se conseguir isso, é realmente através de muito trabalho. Com o tempo, aprendemos a desenvolver e fazer as coisas mais ‘automaticamente’, pois a prática nos permite isso. Mas, para chegar a esse nível, todo grande designer percorreu o caminho da força bruta. Tomar atalhos muito rapidamente é a razão pela qual a maioria dos designers acabam desacelerando seu crescimento.
Todo mundo que é muito bom em algo, seja no design ou em qualquer outra coisa, passou muito tempo da sua vida se dedicando a isso.

#02 – A SUA PERCEPÇÃO É SUA MAIOR HABILIDADE

Ter discernimento crítico é uma arma importante para qualquer designer. Perceber quando algo está sendo mal-usado, quando as formas não combinam… é saber o que pode ser melhor e como aquele projeto seria prejudicado se fosse ao mercado daquela forma. É importante treinar essa habilidade na sua área, mas também em outras. Comportamento é o que move as tendências, certo? Por isso, saiba discerni o que é um bom marketing, um bom produto digital, um bom vídeo… e não apenas considerando a aparência estética.

Como você pode desenvolver a sua percepção? Três dicas:

  • Não assuma que seu olho é “bom o suficiente”.
  • Sempre se questione sobre “o que tornaria este design melhor?” Mesmo se você não acabar implementando as sugestões.
  •  Procure sempre a pessoa mais crítica que você conhece em uma determinada dimensão (desenho, produto, etc.) para receber seus comentários sobre seu trabalho.

Esse último é bem difícil de fazer, especialmente quando existe tantos haters entre nós. Dar uma opinião sobre um projeto sendo sincero e sem ofender é coisa rara hoje em dia, principalmente em muitos grupos do Facebook.  Minha recomendação é que você procure um designer extremamente crítico, mas que saiba conversar e orientar você sem dizer que seu trabalho é muito ruim, sem criticar a ponto de magoar. Inclusive, se precisar, estou aberto a quem quiser conversar, assim como outras pessoas aqui da DC.

Buscar um feedback é algo que nos faz crescer. Às vezes o projeto tá muito bom na nossa mente, mas em outra perspectiva pode estar bem ruim. E a gente aprende com os erros, certo?

#03 – NÃO SE AVALIA UM PROJETO SEM SABER A SUA INTENÇÃO

Como designers, somos avaliadores natos. Fomos ensinados a ter um olhar crítico pra tudo. É comum em conversas com colegas ou fóruns na internet vermos discussões sobre uma nova marca ou produto. E que mal existe em discutir? Nenhum. Mas discutir é diferente de criticar.

O design é a arte de resolver problemas específicos e não abstratos.

Quando vemos um projeto e não gostamos, apontamos os erros e as possíveis melhorias. É parte da nossa natureza. Mas, em boa parte dos casos, não sabemos da necessidade que foi implementada ali. Não sabemos como é o público do produto. Em muitas das vezes, não sabemos nada. Logo, se torna fácil apontar. Mas, será que do jeito que está funciona pra o público do produto?

Claro, existe design bom e design ruim. Vemos um bom resultado estético e até nos inspiramos com eles. Outras vezes, vemos que o resultado não foi tão bom, que ‘tal coisa’ poderia ser melhor trabalhada e apontamos diversas melhorias, mas antes de apontar, precisamos nos perguntar se aquilo está cumprindo o seu papel. Afinal, quem nunca fez um projeto de uma forma apenas pra agradar o cliente? Sim, mesmo sem gostar, todo mundo já fez ou fará isso alguma vez.

Não digo que não existe designers que fazem trabalhos ruins. Existe sim. Mas me refiro a ser mais sensato ao analisar um projeto. Especialmente os grandes.

#04 – INVESTIMENTO NÃO É PERCA DE DINHEIRO, É OPORTUNIDADE DE NOVOS CLIENTES E PROJETOS

É normal acharmos que já temos muitas habilidades e que já temos a experiência satisfatória na profissão. E muitas vezes temos mesmo, mas o mundo é transitório. Todo dia surge algo novo, algo que precisamos aprender ou usar e isso requer investimento – e não só de dinheiro.

Participar de eventos, cursos, palestras… é importante para nossa formação. Quando alcançamos novas skills, nossas possibilidades aumentam e isso nos dá mais poder de convencimento. Mas pra isso, você precisa melhorar e investir em você. E não só dinheiro, mas tempo e energia também. Você precisa evoluir, afinal: quem vive de passado é museu.

Tenha opinião sobre os assuntos, faça sua voz ser ouvida, interaja, crie um networking, faça bons produtos e saiba defendê-los. Isso tudo é investimento! Aumente suas habilidades da mesma forma que melhorar sua comunicação. Ser designer não é apenas usar o Photoshop. Pra um business forte, muitas outras coisas são necessárias. E muitas coisas que nem de design são. Vale a pena o questionamento.

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Que essas lições possam te fazer ser alguém melhor. Um designer melhor. Acredito que muitas dessas situações já foram pensadas por você também. Ser designer não é fácil, é um constante aprendizado interior e exterior.

Essa é a primeira parte de um texto sobre a minha forma de ver as coisas e talvez a forma que vocês veem também. Em breve eu escreverei a parte 2. Fiquem ligados!

Tem algo a complementar ou retificar? Fala aí nos comentários e vamos trocar ideias.

Abraços, boas reflexões e café. Muito café.

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