Design Linguagem visual e verbal: Uma possível conexão

Linguagem visual e verbal: Uma possível conexão

Por Mélio Tinga

A linguagem visual já nos provou ser uma das mais eficazes no processo de comunicação. A nossa ligação com o mundo, é feita através dos nossos sentidos e a maior parte da nossa aprendizagem é feita através do sentido visual. A primeira coisa que vemos, antes de aprendermos a falar é ver, esse facto influencia todo nosso percurso de vida e nossa percepção sobre o mundo em que dele fazemos parte, talvez por isso que temos tanta afinidade e gosto com o que conseguimos ver.

É importante, neste texto reflectirmos sobre a conexão existente entre a linguagem visual e verbal. Todo designer passa diariamente por uma situação em que um potencialmente cliente liga e diz: “eu preciso de um cartaz, que seja simples, chamativo. É para uma conferência…” O designer toma nota e o que faz a seguir é transformar a ideia verbal para uma ideia que podemos visualizar. O designer é um construtor de sentidos, e nesta situação um “tradutor” de sentidos. Ao logo do tempo precisa desenvolver essa capacidade, pois o seu trabalho resume-se nisso, um tradutor.

A linguagem visual recorre a seus elementos, que funcionam como uma “tradução” do verbal, “O termo linguagem visual é uma metáfora comum nos manuais do design moderno: um ‘vocabulário’ de elementos do design (pontos, linhas, formas, texturas, cores) é organizado por uma ‘gramática’ de contrastes (instabilidade/balanço, assimetria/simetria, suave/rígido, pesado/leve).” (LUPTON; MILLER, 1999:64)

Esses elementos são como um dicionário, em que é consultado cada significado, da linguagem verbal para visual. Podemos gritar, transmitir rigor, rapidez, tradicionalidade, sem que tenhamos de escrever em palavras. Bomfim afirma que esses elementos usados na comunicação visual, designados por “gramáticas” da configuração de objectos estão em dois níveis, nomeadamente: subjectivo e objectivo.

Nível objectivo – a elementos geralmente tratados pela gestalt, como cor, textura, tamanho, etc.); nível bio-fisiológico – se estabelece através de relações sinestésicas que estabelecem a realidade entre o sujeito e o objecto); nível psicológico – leva-se em conta a subjectividade daquele que lida com o objecto e “onde ocorrem relações cognitivas, afectivas ou emocionais, principalmente as de natureza estética”; nível sociológico – “as características dos objectos transcendem suas realidades imediatas e adquirem natureza simbólica”); e ainda trata da possibilidade de muitos outros níveis, como aqueles de natureza cultural, ideológica e filosófica”

Deste modo, o designer procura conectar a linguagem verbal da visual, tendo como meios de intermediação a cultura, o comportamento, as emoções, e meio em que as pessoas se encontram, os objectos, as casas, as cores, os risos os hábitos, etc. O design gráfico ganha maior espaço quando consegue atingir o nível de ser compreendido e ser traduzido até ao nível inicial da linguagem verbal. Existe uma conexão directa entre cores, formas, espaços e palavras, e é possível sentir essas sensações.

 

“Na prática do dia-a-dia, (…) a percepção é filtrada pela cultura. O conceito de um objeto é tanto visual (espacial, sensual, pictórico) quanto linguístico (convencional, determinado por um acordo social). O conceito de uma coisa é construído a partir de visões convencionais e atributos aprendidos pela educação, arte e mídia de massa.” (LUPTON; MILLER, 1999:63)

 

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