Ato 1 – O que é Pássaro Branco – uma história de extraordinário?
Pássaro Branco – uma história de extraordinário é um spin-off do filme Extraordinário (2017), que traz uma trama diferente do seu antecessor, mas com mensagem profunda, emocionante, gentil e de grande importância para a atual sociedade em que vivemos. Trazendo uma história do passado para educar o futuro, com isso, essa memória parte da seguinte premissa – “Julian tem lutado para pertencer desde que foi expulso de sua antiga escola por tratar Auggie Pullman. Para transformar a vida dele, a avó de Julian finalmente revela sua própria história de coragem. Durante sua juventude na França ocupada pelos nazistas, um menino a protege de um perigo mortal. Juntos, eles encontram o primeiro amor em um mundo mágico e deslumbrante criado por eles mesmos, enquanto a mãe do menino arrisca tudo para mantê-la segura”.
Ato 2 – Comentários gerais e resenha
Posso começar dizendo que este spin-off não caiu na rede de filmes feitos de qualquer forma só para fazer um dinheiro com uma franquia. É uma trama comovente, divertida nos momentos certos e de se emocionar. Além de trazer uma mensagem de coragem e gentileza, em tempos de tanta violência e brutalidade no mundo e principalmente na internet.
Como dito anteriormente, neste longa, o foco vai para Julian, o menino que fazia Bullying com Auggie na história principal. Mas ele em si não é o foco, ele é mais o artifício, o mecanismo inicial para a história real ser contada. Pois, mesmo que no final, ele tenha sua mudança pessoal, não é algo que você realmente se importe, já que ele tem pouco tempo de tela, e o ponto focal da história não é ele e seu crescimento. Mas sim, o passado triste de sua avó, Sara Blum (Helen Mirren), que serve como lição de vida para Julian mudar.
Após este primeiro ato, somos transportados para um interior da França, durante o período da Segunda Guerra Mundial. Onde a pequena Sara Blum (Ariella Glaser), que vivia sua vida tranquila e mimada, sem se importar muito com quem não fazia parte de seu círculo social. Até o momento em que sua vida vira de cabeça para baixo, e o exército alemão chega, e a perseguição começa. E para sua sorte, ela é ajudada por um jovem garoto, colega de classe, Julien Beaumier (Orlando Schwerdt), que ela mal sabia da sua existência e sofria bullying por sua condição de saúde.
Assim, Sara e Julien caminham juntos em uma jornada de sobrevivência, amizade e a descoberta do amor em meio à escuridão da guerra. Na esperança da luz brilhar novamente para ambos. E que relação gostosa, fofa e genuína de se acompanhar, ver essa amizade e amor que floresce com o passar do tempo, e de forma tão natural, sem parecer algo forçado, é lindo de se ver. Outros pontos que a ressaltar brevemente são o figurino, ambientação, direção e fotografia que estão impecáveis. A direção de arte está de parabéns por toda imersão na hora de transmitir a imaginação dos personagens. Um ponto levemente negativo seria o CGI, que transparece a computação gráfica, mas não é horrível de se ver.
Ato 3 – Direção!
A direção ficou nas mãos do cineasta suíço-alemão Marc Forster, que já dirigiu grandes filmes, como, por exemplo, Guerra Mundial Z (2013), um dos filmes de zumbis mais falados da última década. Um Homem Chamado Otto (2022), Christopher Robin (2018) e muitos outros. Mas falando especificamente do Pássaro Branco, ela faz uma condução primorosa, abusando de plano geral, explorando a vastidão da floresta na neve, à noite e de dia. Planos inteiros dos ambientes para explorar cada detalhe do cenário que será utilizado. E por fim, os planos médios e próximos para mostrar as ótimas atuações que este filme entrega.
Ato 4 – Atuações
As atuações são um show à parte, todos do elenco principal estão ótimos. Entregam atuações de peso, mas sem ser algo caricato e exagerado demais. Nossos protagonistas juvenis, Ariella Glaser (Sara Blum) e Orlando Schwerdt (Julien Beaumier), têm uma química incrível juntos, e conseguem transitar muito bem entre os momentos leves, divertidos, e entregar à tristeza, medo e dor, quando pedem, nos momentos mais tensos e dramáticos. O antagonista, interpretado por Jem Matthews (Vicente), consegue fazer o público detestar ele facilmente, e repudiar cada fala e atitude degenerada que ele pratica com um discurso de ódio, poder, superioridade.
O pseudo protagonista, interpretado por Bryce Gheisar (Julian Albans), consegue fazer uma interpretação okay para o que lhe é permitido, acaba por não se destacar tanto. Mas não posso deixar de falar das emocionantes e incríveis atuações de Helen Mirren, que consegue roubar a cena e lhe conquistar com aquele jeitinho doce e sarcástico, mas que carrega uma dor e tristeza muito forte em sua narração. E Gillian Anderson (Vivienne Beaumier), que deu seu nome ao passar a dor e força de uma mãe nos momentos bons e ruins.
Ato final – Conclusão
Com isso, Pássaro Branco – uma história de extraordinário, é um ótimo longa-metragem para esta época de fim de ano, levar a família para assistir, se emocionar e aprender também. Pois, esta história, assim como seu antecessor, tem muito a dizer. E para os amantes do livro, suponho que o saldo seja positivo também, no quesito adaptação. Então, neste restinho de ano, recomendo ir prestigiar essa linda história.
No cinema mais próximo de você, 14 de dezembro!