Porque generalistas tem sido tão (ou até mais) valorizados quanto especialistas?

Por muitos anos para se destacar no mercado e alcançar maiores rendimentos financeiros foi necessário escolher uma área ou software e espacializar-se. Porém, com a revolução tecnológica e digital, o ciclo de evolução das profissões, bem como o constante surgimento de novas profissões tem colocado esse argumento em cheque e, mesmo com a escolha uma área mais específica de interesse, o generalismo pode ser um grande trunfo e diferencial em seu currículo.

Primeiramente, precisamos entender que o generalismo não pode (e nem deve) mais ser visto como era no início dos anos 2000, assim como a especialização que, comparado à atualidade pode ser encarada como uma “super especialização”. Com a popularização da internet e a revolução da chamada “Indústria 4.0”, surgem novas áreas de conhecimento cada vez mais específicas e que exigem um número maior de habilidades técnicas a serem dominadas.

Se no início da década de 2000 um profissional que conhecia de HTML era tido como um “o cara da internet”, hoje a internet se segmentou em várias outras áreas havendo a necessidade de outras especializações, tais como programador back-end, designer de interfaces, designer de experiência de usuário, especialistas em web-analytics, digital influencers, social media designers, entre outros.

fonte: Shutterstock

Vemos isso em outras áreas como a edição de vídeos, onde temos uma clara separação hoje entre editores, montadores, motion graphic designers, animadores de personagens, etc.; ou na área 3D, onde temos modeladores de personagens, texturizadores, e especialistas em construção de ambientes… Esses são alguns exemplos, ainda que simplifiquem suas respectivas áreas, pois temos inúmeras outras áreas possíveis de especializações em cada um dos segmentos citados.

À medida que o mercado exigiu a especialização operacional, e os profissionais foram buscando se especializar para atender essa exigência desenvolvendo foco em determinadas hard-skills (habildades técnicas), diminuiu-se muito a quantidade de profissionais que possuem uma visão mais ampla em determinados segmentos, e é nesse cenário em que os generalistas tem ganhado destaque no mercado de trabalho, muitas vezes atuando no papel de líderes ou de integradores comunicacionais entre as áreas especialistas.

A demanda pelo profissional generalista vem de encontro a cobrir a lacuna que existe entre as áreas comerciais, administrativas, e técnicas de um projeto onde, inúmeras vezes, a comunicação é ineficiente justamente pela falta de alguém com a visão técnica do todo! Entretanto esse generalista, como dito antes nesse artigo, não deve ser confundido com o especialista dos anos 2000 que tinha um cenário mais limitado e portanto necessitava de um número menor de habilidades para ter uma visão ampla.

Enquanto nos anos 2000 conhecer o HTML seria o mínimo suficiente, a demanda atual é que o profissional possua conhecimentos básicos sobre cada uma das áreas que envolve a sua atuação. Um generalista em e-commerce precisa entender sobre o backend, o frontend, a experiência de usuário, a interface, meios de entrega, meios de cobrança e recebimento, e sobre mídias digitais, de forma que a soma desses conhecimentos seja o suficiente para que esse indivíduo faça a ponte de comunicação das áreas visando o atingimento dos objetivos de negócio com eficiência e alta rentabilidade. Aqui falamos de, minimamente, noções de linguagens de programação, marketing, publicidade, gestão financeira, e logística, para saber o que, e como pode ser feito.

Apesar de serem necessárias noções de cada uma dessas áreas para o exemplo citado, o aprofundamento, ou a gestão otimizada dos recursos especialistas é o que vai gerar o grande diferencial competitivo por parte do generalista.

Observando-se esses aspectos, é interessante notar que boa parte da carreira do generalista vai depender, além de seu conhecimento técnico, do aprimoramento de algumas soft-skills (habilidades de relacionamento e interação) e da forma como essa habilidades serão disseminadas em uma equipe multidisciplinar.

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Vamos deixar aqui as dicas de algumas habilidades que podem ser grandes diferenciais em sua carreira:

  • Colaboração: “Ninguém é uma ilha”, logo é importante compreender como o seu trabalho auxilia o próximo e como o trabalho do anterior afeta o seu para que, JUNTOS, façam o fluxo do trabalho ser mais eficiente.
  • Flexibilidade: ora, em um mundo globalizado onde as reações de mercado geram situações que demandam alta adaptabilidade, não ser tão rígido com as posturas e maleável nas reações não é mais um diferencial mas quase uma necessidade de sobrevivência profissional!
  • Comunicação eficaz: saber ouvir atentamente e falar claramente sobre suas idéias, decisões, necessidades e ações é um quesito fundamental para manter alta a assertividade em quaisquer aspectos de um projeto.
  • Orientação para resultados: focar no objetivo para que ele seja atingido com a maior eficácia possível, mantendo-se livre das distrações e resiliente à eventuais intempéries.

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