Ato 1 – O que é Shadow Force: Sentença de Morte?
No final do mês mais agitado do ano, resolveram lançar um filme de ação que tem boas ideias, uma péssima execução e pouca ação Shadow Force: Sentença de Morte. Nesta caçada familiar, acompanhamos – Um casal separado com uma recompensa por suas cabeças precisa fugir com seu filho para evitar seu antigo empregador, uma unidade de operações secretas que foi enviada para matá-los.
Ato 2 – Comentários gerais
Em meio a um mês com vários filmes de grande sucesso, lançam um filme de ação que irá acabar ficando no limbo e se tornar um filme cult futuramente nos streamings. Shadow Force: Sentença de morte é um filme de ação genérico, mas que traz carisma e profundidade para seus personagens principais.
Ao assistir o longa-metragem, tive a leve impressão de que seria mais um filme genérico de ação só com cenas de perseguição, tiroteio frenético para todo lado e explosões, mas o que encontrei foi um filme que tenta se diferenciar ao explorar e desenvolver seus personagens, mas acaba pecando no roteiro ao dar foco demais no desenvolvimento e repetição de certas peculiaridades de cada personagem e esquece um pouco da ação que deveria ter no filme, o que acaba prejudicando o desempenho final da obra.
Na trama, acompanhamos um casal de espiões ou mercenários da CIA que faziam parte de um time de elite do governo que é desenvolvido para acabar com possíveis ameaças à ordem mundial sem chamar atenção. Só que eles têm uma regra de não poder se apaixonar nem constituir família, principalmente entre os membros da equipe, contudo, Kirah e Issac acabam quebrando essa regra e ficando à mercê dos seus ex-parceiros numa perseguição de vida ou morte junto com seu filho. Trazendo uma premissa genérica, mas com leve toque que poderia ser muito bem explorado caso o filme não ficasse no raso e focasse na sobrevivência e na perseguição da família junto a seu filho enquanto fogem. Porém, acaba sendo mais do mesmo.
Apenas um filme de ação onde um vilão que tem um objetivo superficial e mega malvado não tem nenhum desenvolvimento para ele e você não se importa com os outros personagens, no caso da Shadow Force. Os outros integrantes acabam por ficar extremamente simplistas, você não vê porque eles são fortes, porque eles são esses super agentes, e qual a relação deles entre si, eles ficam mais para preencher espaços do que realmente ter um papel importante no filme. No geral, o que realmente faz o filme brilhar são os protagonistas e a relação entre eles, a relação familiar, a química entre os atores. Porque, de resto, tanto a parte da ação quanto a parte da história deixam muito a desejar e isso acaba prejudicando ainda mais o filme no mês de julho, que a gente tem três grandes lançamentos: Jurassic World, Super-Man e Quarteto Fantástico. O que me deixa triste, porque Shadow Force poderia ser um filme de ação extremamente bem construído e bem conceituado, porque ele tem ideias boas, tem desenvolvimento de personagens, só não tem uma história coesa e que faça sentido em relação aos personagens. Talvez, se tivesse um roteiro melhor e um pouquinho mais de tempo e focar menos em desenvolvimento e repetição de costumes dos personagens, e um desenvolvimento melhor do personagem, o filme teria um potencial muito grande de cair no gosto do público. Além de ser lançado em um mês mais tranquilo, não tão concorrido como é o mês de julho.
Ato 3 – Direção!
A direção e o roteiro ficaram nas mãos do diretor norte-americano Joe Carnahan. Que já trabalhou em diversos filmes, principalmente do gênero de ação em Hollywood, mas neste filme, poucas cenas parecem ser dirigidas por um diretor que sabe conduzir cenas de ação. Tudo é muito bagunçado, planos muito próximos que impedem o espectador de ver e entender as cenas de luta, tiroteio desenfreado para todo lado. Suponho que a cena que mais gerou um impacto foi a cena da perseguição no nevoeiro, que é diferente, tem uma boa condução e uma conclusão satisfatória. Mesmo que Joe tenha um currículo de filmes como A Perseguição (2011), Bad Boys (2020), A Última Cartada (2006), Fogo Cruzado (2021), e muitos outros, acabou que ele não conseguiu entregar nem uma direção competente quanto um roteiro competente para o filme.
Ato 4 – Atuações
Agora vamos falar do ponto alto desse filme, que são as atuações. O ator Omar Sy (Isaac ou Shadow) traz um personagem com deficiência auditiva, mas que tem um superpoder ao não se limitar a usar o seu aparelho auditivo, e que traz uma conexão muito boa com seu filho, sendo um pai presente, mas também muito forte, sarcástico e que fala francês. Kerry Washington (Kirah) faz um desempenho maravilhoso, trazendo uma personagem muito determinada e forte, mas que também tem suas fragilidades. Mesmo com treinamento e toda bagagem que ela possui, a mesma ainda chora, se machuca, não é perfeita, sofre pelo abandono do filho e consegue transmitir isso. A conexão entre o trio principal é ótima. Mark Strong é um excelente ator, mas que peca muitas vezes em seus papéis. Aqui ele faz o vilão Jack Singer que acaba caindo num vilão genérico de novela mexicana, onde o seu principal propósito é caçar eles por um motivo ridículo, o que acaba não dando o peso ou destaque que ele merecia como principal antagonista, não tem uma preparação de ser o vilão do filme, ele acaba sendo mais um vilão chacota do que realmente ele deveria.
Ato final – Conclusão
Sendo assim, Shadow Force: Sentença de Morte, que não é uma continuação apesar do subtítulo e da história dar a entender que teve um filme anterior, acaba ficando no mesmo. Ele tenta inovar, mas até nisso falha. Porém, para os amantes de filmes de ação, poderão se divertir enquanto assistem e se conectam com os personagens. Já que, mais uma vez, o que se destaca são as relações entre a família principal, a química entre os atores é muito boa, a relação familiar deles é bem construída, mas infelizmente ainda peca um pouco na ação, deixando mais para o meio e o final, e assim deixando de ser tanto um filme de ação e focando mais em drama e ação familiar, mas que ainda assim é um bom filme pipoca, principalmente quando chegar no streaming, mas se você quiser ir assistir, pode ir, que vai ser uma diversão garantida.
Em exibição nos cinemas a partir do dia 10 de Julho!
