Inspirações Um passeio criativo por Desventuras em Série

Um passeio criativo por Desventuras em Série

Por Rafael Machado

Fique tranquilo (a), este artigo não contém nenhum spoiler além de tudo o que você já sabe (ou deveria saber) sobre a nova série original da Netflix, Desventuras em Série. Baseada nos mesmos livros que originaram o filme de 2004, com Jim Carrey no papel de Conde Olaf, a série retoma a história dos irmãos Baudelaire: Violet, Klaus e Sunny.

“Se você estiver interessado em histórias com finais felizes, vá procurá-las em outro lugar”, já alerta o próprio autor Lemony Snicket, que narra toda a série de infortúnios. Mas o foco aqui não é a história em si, e sim a visualidade com a qual ela é contada na obra, que deve ser apreciada até mesmo para quem não é muito fã da narrativa.

Se você pensa que por ser uma série de fantasia irá encontrar uma alta gama de cores vibrantes e alegres, está enganado. Desventuras em Série traz uma cartela, em sua maioria, fria e séria, para se adequar ao estilo e à história, que, convenhamos, não conta com muitas ocasiões felizes. Poucos são os momentos em que a variedade de cores se torna mais extensa, o que, de maneira nenhuma, tira o prestígio das cenas construídas com o cuidado e detalhamento visual que é visível até para os mais leigos.

Separei aqui algumas cenas e suas principais cartelas de cores.

Além disso, há outros fatores que fazem da série um verdadeiro “paraíso visual” e totalmente confundível, à primeira vista, com qualquer filme do diretor Wes Anderson, inclusive quando de trata da simetria, muito utilizada nas cenas dirigidas por Barry Sonnenfeld.

Um detalhe de extrema importância é: não assista esperando por realismo em nada, pois este não é o propósito. É aí que muitos podem ficar decepcionados, em vão. Em praticamente todas as cenas externas (e algumas internas) o uso da computação gráfica faz o seu papel, e mostra isso de maneira evidente e proposital. Não há ali a necessidade de um mundo excessivamente real, o que proporciona ainda mais a possibilidade de criação e imaginação.

Tudo parece ter saído de um enorme livro de pop-up. Os cenários, em especial, têm, muitas vezes, um visual quase animado. Por vezes sombrio, outras alegre, o espaço da história reforça a ideia de fantasia, contrastando cores e abusando do lúdico em obras super detalhadas e peculiares, sem nos especificar o tempo narrativo.

Quanto à caracterização e figurinos não é necessário dizer que Neil Patrick Harris é um dos maiores detentores de mudanças dentro da série. Passando por vários personagens, o aspirante a ator Conde Olaf veste suas caracterizações como ninguém. Foram necessárias horas de maquiagem para que se chegasse ao ponto final da produção. Além disso, os figurinos também eram minuciosamente estudados para se “encaixarem” nas cenas.

Bo Welch, designer de produção, já trabalhou com o diretor Tim Burton em alguns projetos, talvez por isso (além, é claro, da riqueza das descrições nos livros) a série é tão feliz em seu enredo visual. Para quem gosta de apreciar processos de criação, deixo abaixo um vídeo sobre os bastidores da série, que vale a pena ter sua atenção, pelo menos para matar a curiosidade de ver essa arte que, ao contrário do que é cantado logo na abertura dos episódios, é melhor olhar.

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