Que o Big Brother Brasil é um dos programas mais assistidos da televisão brasileira, a gente tá cansado de saber, e ainda que é um dos que mais geram engajamento nas redes sociais. Mas o que pouca gente percebe é que, ao longo das suas mais de 20 edições, o programa tem sido uma verdadeira aula de branding. Para quem presta atenção nas estratégias de marketing e na construção de marcas, esse artigo é um momento de reflexão não patrocinada, onde vamos explorar alguns dos principais aprendizados que podemos extrair do programa sobre branding.
Você conhece bem a sua audiência?
O Big Brother Brasil é um programa criado para entreter e divertir o público de diversos nichos. A cada edição, a produção do programa se preocupa em entender quem são as pessoas que estão assistindo e o que elas esperam ver na tela.
Pesquisas constantes antes, durante e depois do programa são realizadas e a mensuração é contínua. Usam-se ferramentas de mensuração de menções em redes sociais como o buzzmonitor como estratégia de análise, além de acompanhamento dos perfis de público votante nos famosos “paredões”. Mas o que realmente traz marcas para anunciar no programa é a definição do perfil de público segundo suas próprias pesquisas de interesse.
Esse é um exemplo claro de como entender a sua audiência é fundamental para construir uma marca forte e relevante e talvez você esteja se questionando o quão caro é para ter acesso a dados como esse, mas te garanto que com um pouco de esforço e adaptação, dá para colher dados valiosos do seu público apenas fazer uma pesquisa de formulário, uma entrevista informal, acompanhamento da jornada de compra. Se sua marca ainda não faz isso, você pode estar deixando dinheiro passar debaixo do seu nariz.
Ao criar uma marca, é importante ter em mente quem é o seu público-alvo e quais são as suas expectativas em relação ao seu produto ou serviço. Isso permitirá que você desenvolva estratégias de marketing e comunicação mais eficazes, que atendam às necessidades e desejos do seu público, conectando seu posicionamento a esse contexto. Não é sobre criar um posicionamento tendencioso, mas entender como conectar marca e consumo.
Histórias apaixonam! Narrativas bem estruturadas convertem.
O Big Brother Brasil é um programa que se apoia fortemente na construção de narrativas. Os participantes do programa são selecionados por suas histórias de vida e personalidades únicas, geralmente alinhadas com o perfil da audiência ou de seus anseios e expectativas, que são exploradas ao longo da temporada para gerar engajamento e torcida.
As marcas criam suas ativações sempre alinhadas a um contexto, que conta uma história. A recente festa da Stone criou uma atmosfera de subúrbio com pipoqueira, churrasquinho, todos em carrinhos no melhor estilo ” ambulante” para promover a maquininha de cartão de crédito. Essa narrativa estava impressa do cenário com mesas de boteco até os desbloqueios de bônus e foi estudado pela equipe do programa para viabilizar. Genial essa conexão né?
As histórias dos participantes não ficam de fora. Envolvem seu contexto de vida fora do reality, trazendo benefícios até para outras pessoas, como foi o caso da Patricia Abravanel, tia do Thiago Abravanel e a Luana Piovanni, ex esposa do Sooby, que aproveitaram sua participação indireta fechando contratos com marcas que também não estão patrocinando o programa. Tudo vira oportunidade com uma boa história.
Ao construir uma marca, é importante ter em mente que as pessoas são movidas por histórias em que se identifiquem. Contar a história da sua marca de forma interessante e envolvente, proporciona muito mais chances de conquistar a atenção e o coração do seu público.
Sempre e de novo, mais uma vez.
Uma das coisas que o Big Brother Brasil faz muito bem é manter a consistência da marca ao longo das suas várias edições. O programa tem uma identidade visual e um tom de voz muito definidos, que são mantidos ao longo do tempo, independentemente dos participantes ou das situações que ocorrem dentro da casa, e mesmo assim, consegue ir se adequando ao momento socio-cultural.
Mas se você pensa que estamos falando apenas de elementos visuais, você se engana. Essa consistência está nos mínimos detalhes, desde termos autênticos como “O Brasil tá vendo…”, até a repetição de perfis de participantes, passando por estilos de provas e dinâmicas de eliminação (como a casa de vidro). Tudo isso cria uma expectativa sistemática, que movimenta direta e indiretamente as marcas.
Ao construir uma marca, é importante manter a consistência em todas as suas ações de marketing e comunicação. Isso significa ter um visual, um tom de voz e uma personalidade que sejam aplicados em todos os pontos de contato e facilmente reconhecidos pelo seu público. Se você conseguir manter essa consistência ao longo do tempo, você criará uma imagem de marca forte e memorável.
Engajamento do engajamento
Como um programa que gera uma enorme quantidade de engajamento nas redes sociais, o BBB reverbera para outros segmentos que se apropriam do assunto e geram o próprio engajamento. É muito comum ver perfis de redes sociais fazendo memes relacionados ao seu negócio com vídeos do programa, e há que crie produtos a partir dele. E o big boss gosta disso? Mas é claro! Esse é o resultado o resultado orgânico que barateia seus investimentos e aumenta seu valor de mercado.
Ao construir uma marca, é importante entender como gerar engajamento com o seu público de forma autêntica e que reverbere. Isso pode ser feito de várias maneiras, como a criação de conteúdo relevante e envolvente, a promoção de interações nas redes sociais e o uso de técnicas de gamificação. Se você conseguir gerar engajamento com o seu público de forma assertiva, você terá muito mais chances de construir uma marca forte e relevante.
É sobre isso!
O Big Brother Brasil pode parecer apenas um programa de entretenimento, feito para as grandes massas alienadas, como alguns costumam rotular, mas ele é também um verdadeiro PHD em sociologia, revelando como construir uma marca forte e relevante, e se você conseguir adaptar a realidade do seu negócio, pode ter retornos interessantes.
