Design Acessibilidade ­ Como o design pode ser a chave para um mundo mais acessível

Acessibilidade ­ Como o design pode ser a chave para um mundo mais acessível

Por Gabriela Masetto

Quando falamos sobre projetar ou desenvolver um produto, seja ele digital, impresso ou físico, pensamos em quem vai usar esse produto. Sempre devemos nos perguntar qual a relação que a pessoa que entrar em contato com o nosso produto terá, se há repertório para entender e interagir, se está adequado a idade, classe social, princípios, cultura, vivência e quanto mais específico e fechado for esse grupo de pessoas, menos acessível será o projeto.

O conceito de Design Universal surgiu na década de 70, quando Ronald Mace designer, arquiteto e educador ­ apresentou ideais de acessibilidade para um mundo onde pessoas sem distinção de idade, habilidades ou posição social pudessem usufruir dos mesmos produtos. Mas, todos os produtos devem ser acessíveis a todo e qualquer publico? Bom, se for desejável que o número de pessoas usando, comprando e consumindo seja grande, sim! Contudo, se o foco do projeto não prevê usuários com habilidades motoras reduzidas, por exemplo, logicamente não terá necessidade de certos cuidados em relação a acessibilidade para esse público.

Como base para um projeto acessível utilizamos os 7 Princípios do Design Universal:

1. Uso Equitativo – O design é útil e vendável a pessoas com diversas capacidades.
2. Flexibilidade no Uso – O design acomoda um vasto leque de preferências e
capacidades individuais.
3. Uso Simples e Intuitivo – O uso do design é fácil de compreender,
independentemente da experiência, do conhecimento, das capacidades linguísticas
ou do atual nível de concentração do utilizador.
4. Informação Perceptível – O design comunica eficazmente ao utilizador a informação
necessária, independentemente das suas capacidades sensoriais ou das condições
ambientais.
5. Tolerância ao Erro – O design minimiza riscos e consequências adversas de ações
acidentais ou não intencionais.
6. Baixo Esforço Físico – O design pode ser usado eficiente e confortavelmente e com
um mínimo de fadiga.
7. Tamanho e espaço para aproximação e uso – São providenciados um tamanho e um
espaço apropriados para aproximação, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo, postura ou mobilidade do utilizador.

Como podemos ver são princípios aplicáveis a todas as áreas do design e arquitetura. Um exemplo é quando um deficiente visual sai de casa para ir a um restaurante: ele depende de diversos produtos e ambientes, desde o transporte público até o menu do estabelecimento e tais produtos devem estar preparados para que esse consumidor tenha o mínimo de problemas no seu passeio.

Em que momento do projeto devemos pensar em acessibilidade?

Pense desde o início. Fazer adaptações quando se está na fase de implantação, por exemplo, pode lhe custar tempo e dinheiro que não estavam no briefing. Conceitos de acessibilidade devem ser pensamentos iniciais e não como ajustes finais, assim as soluções de design ou arquitetura serão as ideais.

Caso o projeto seja uma adaptação de algo que já existe, temos outro caso, outras dificuldades e soluções. Pouco se pensava em produtos acessíveis ao maior número de pessoas possível alguns anos atrás. Exemplo disso são os prédios mais antigos, pouquíssimos têm rampas adequadas à cadeirantes e hoje os mesmos buscam se adaptar.

A melhor maneira de saber se o seu produto é realmente acessível é testando, procure pessoas com diferentes características físicas, de diversas idades e repertório para lhe mostrar quais são as dificuldades que cada um tem. Se for o caso, entre em contato com instituições de apoio a pessoas com deficiência física, motora, cognitiva, visual e auditiva para estudar soluções com esses usuários.

Casas de repouso e médicos podem também mostrar ótimas soluções para o público da terceira idade.
Tem algo a acrescentar no assunto ou sabe de algum ótimo projeto de acessibilidade? Conte para nós e vamos compartilhar boas soluções de design e arquitetura para todos os públicos!

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