De 2020 pra cá muita coisa mudou em inúmeros aspectos, e nos pegamos pensando em como o mundo anda instável. De uma hora para outra nossa realidade mudou, e ficamos impossibilitados de seguir nossas vidas como fazíamos em outros tempos, tendo que tomar cuidados redobrados aos sairmos para realizar as tarefas mais banais como ir ao mercado, pegar o transporte para o trabalho ou visitar amigos e parentes. Máscaras, álcool em gel, trabalho remoto e lives se tornaram rotina e trouxeram o desafio de aprendermos a interagir de forma online, levando nossa rotina para o digital, através dos vários apps disponíveis como Google Meet, Zoom e Teams.
Chegamos em 2023 em um ambiente melhor do que o dos anos anteriores, ainda atentos para os efeitos colaterais que esses dois anos atípicos certamente trarão, mas com expectativas e esperanças renovadas com o ano que se inicia. Um dos efeitos colaterais (um efeito positivo podemos dizer) foi a confirmação de algo que já vinha sendo debatido a algum tempo, que é o trabalho remoto e como sua adoção (acelerada pela pandemia) fez muitas empresas repensarem questões de times, benefícios, espaços físicos, estratégias de captação de talentos e redução de custos. Como o mercado de tecnologia foi um dos que mais cresceu durante a pandemia, cerca de 60% de crescimento segundo um estudo realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo LinKedin, muitas profissões Tech ficaram em evidência e chamaram a atenção de profissionais das mais diversas áreas, que começaram a ver com bons olhos a migração por conta da possibilidade do home office e dos salários bastante atrativos. E a nossa querida profissão de Designer foi uma das que ficaram em evidência por ser uma das profissões que pode acolher uma gama bem diversas de outros profissionais que decidirem fazer a migração.
“É indiscutível que a pandemia forçou a aceleração da transformação digital. O estudo mostra claramente um aumento expressivo da utilização de soluções tecnológicas em 2020, impactando principalmente o mercado de software, o qual cresceu mais de 29% no período. Isso impulsionou diversos outros segmentos, que deverão continuar crescendo significativamente em 2021, como nuvem pública que deverá atingir US$ 3 bilhões, com um crescimento previsto na ordem de 46%; e inteligência artificial chegando a US$ 464 milhões, crescendo 30%”, explica Rodolfo Fücher, presidente da ABES.
Sempre que iniciamos um novo ano fazemos resoluções e projeções do que queremos realizar e como poderemos alcançar esses objetivos, não é mesmo? E com as informações que te passei nos parágrafos anteriores, durante a introdução, juntamente com esse espirito de mudança temos a pergunta – Como se tornar Designer em 2023? E eu prontamente te respondo que é por isso que estamos aqui!
Durantes as próximas semanas, vou te mostrar os passos básicos para que você inicie sua jornada rumo ao misterioso e instigante mundo do Design, com suas cores, logos, rascunhos, aprovações e choro no banho pelas reprovações?.
Vamos seguir 3 pilares principais, sendo o primeiro a Base, que é o nível mais básico e se inicia neste artigo, onde vou indicar conteúdos para que você entenda sobre os conceitos fundamentais do Design, como cores, tipografia, formas, leis, etc. Apesar de ser bem lógico começar pelos fundamentos, muita gente comete o equivoco de querer começar pelas já pelas ferramentas. Não que esteja errado, cada um utiliza a estratégia que achar melhor, porém se você entende os conceitos por trás das criações primeiro, conseguirá replicar o que foi aprendido em qualquer uma das ferramentas que estão disponível hoje no mercado. Um exemplo pra simplificar, ao estudar para conseguir sua carteira de habilitação, você aprende as principais diretrizes para conseguir conduzir um veículo, podendo ser carro, moto, caminhão ou carreta, independente da marca desses automóveis, certo? Se você tem uma carteira de categoria B, você sabe conduzir desde um Fusca até um Mustang, e com o Design é basicamente a mesma coisa, você aprende os fundamentos para usar em qualquer ferramenta.
Em um segundo momento falaremos sobre as Ferramentas, onde te apresentarei as mais usadas no mercado e te explicarei onde cada uma pode ser aplicada e para quais trabalhos são mais indicadas. E pra fechar com chave de ouro teremos a Lista de Indicações, onde falaremos sobre onde e como você pode encontrar muito conteúdo em texto, vídeo, cursos e tudo mais que você puder consumir para se tornar Designer, e o melhor, a maior parte das indicações eu utilizei durante minha trajetória no mundo do Design, então é conteúdo de qualidade e com comprovação de resultado!!! Bom, não adianta eu falar que o conteúdo é de qualidade sem me apresentar e mostrar esses resultados, certo? Bora lá então!
Meu nome é Henrique Pajeu, sou formado em Gestão da Tecnologia de Informação pela Unicesumar, fiz Pós-graduação em UX Design na PUCRS, além de vários cursos na área, como criação de logotipo e identidade visual, branding, social media, prototipação, LGPD e hoje atuo em uma Startup que oferece soluções de Open Finance e Educação Financeira… mas a caminhada foi longa e árdua até aqui. Nasci em São Paulo, e passei parte da vida na zona sul, pelos lados de Interlagos, Capão Redondo, Campo Limpo, Parelheiros, e como um bom cria da periferia, cresci ouvindo Racionais MC’s. Comecei a trabalhar bem cedo, com 8 anos já era cobrador de lotação (assim eram chamadas as vans em São Paulo antigamente) e depois disso fiz de tudo um pouco, já fui ambulante em porta de estádio, ajudante de pedreiro, ajudante de pintor, vendedor, atendente, repositor, trabalhei em hotel, em fábrica, enfim, fiz muita coisa mesmo. Passei por momentos bem difíceis, mas sempre com aquela esperança de brasileiro de que as coisas iriam melhorar.
Por volta dos 15 anos me mudei para Itajubá, no interior de Minas Gerais, e por lá passei o resto da adolescência e o inicio da vida adulta até me mudar mais uma vez, agora para o Rio de Janeiro. Durante o tempo que morei em Minas cheguei a voltar para São Paulo, tinha sido aprovado e conseguido uma bolsa do PROUNI para cursas Sistemas de Informação na UNIP, mas fiz apenas um semestre e tive que voltar para Minas, pois estava sem o suporte e a estrutura necessária para permanecer na terra da garoa. De volta a terra do pão de queijo consegui transferir minha bolsa pra a FAI – Faculdade de Administração e Informática, em Santa Rita do Sapucaí, e passei dois anos fazendo um percurso de 80 km todos os dias entre as duas cidades. Em Itajubá eu morava praticamente ao lado da UNIFEI, que é uma das melhores universidades federais do país, e sempre que passava lá em frente eu dizia pra mim mesmo que um dia estudaria ali, até que em 2015 esse sonho se tornou realidade. Agora a vida vai mudar, pensava eu, inocente. Estudando Sistemas de Informação em uma federal, vindo da favela, significava muito pra mim e cheguei a passar quase dois anos estudando por lá, até que problemas pessoais tomaram conta da minha vida e veio a mudança para o Rio de janeiro.
E em como em um daqueles roteiros de filme, e fazendo valer o ditado “Há males que vem para o bem”, os novos ares e os perrengues passados me fizeram focar meus esforços nos estudos. Foi no Rio que tive meus primeiros contatos mais focados no Design, fazendo cursos presenciais, participando de grupos, vendo muitos vídeos, consumindo muito conteúdo da internet e de livros. Tendo aprendido os fundamentos do Design, comecei a colocar em prática com as primeiras criações como freelancer, bem informal ainda pois conciliava o tempo de freela com um emprego CLT, então era bem corrido e vocês devem saber bem disso.
Alguns anos após iniciar os freelas, chega 2020 e junto com o ano novo uma das maiores pandemias da história e no meio da pandemia de Covid, eu passando alguns stories no Instagram, me aparece um ad com uma oportunidade de estágio em Design, na InvestPlay, pagando metade do valor que eu recebia no último emprego CLT, mas com a vantagem de ser remoto, ter um produto diferente e a oportunidade de crescer dentro da empresa. Como era remoto, daria pra conciliar com os freelas, então eu mandei o currículo, fiz as entrevistas e consegui a vaga. Eu era um estagiário, mas já tinha a experiência de freela, então consegui apresentar um bom trabalho (e tinha muita coisa pra ser feita) e fui a cada dia conquistando meu espaço. Não demorou muito para passar de estagiário para efetivado, e o salário praticamente dobrou (o trabalho também kkkkry) mas o ambiente é muito bom e eu estava, pela primeira vez na vida, fazendo algo que eu gosto muito então estava muito motivado, e logo veio outra oportunidade, para trabalhar com o time de T.I na construção de um novo produto, e como eu já vinha estudando sobre UX e UI, aproveitei a oportunidade mais uma vez (e lá vai o salário aumentar outra vez) de crescer junto com a empresa.
No fim, eu fui de um jovem que morava de favor em 2015 para ser o responsável pelo setor de Design e parte integrante do time de Produto em uma Startup do mercado financeiro, com a chance de entrar para o quadro de sócios em 2023 e iniciando a colaboração para criação de conteúdo em um dos maiores portais de Design da América Latina. Muito doido, né?
E é com essa pequena contação de história que inicio a criação de conteúdo aqui na Design Culture, para que vocês possam saber um pouco mais sobre quem está compartilhando as experiências do lado de cá e espero que me acompanhem nessa nova jornada.
Valeu demais e até a próxima DCzeiros!