Design A bola da vez do Design: UX

A bola da vez do Design: UX

Por Marcos Tenório

O assunto não é novidade no mundo acadêmico, mas o tema ganhou o mundo com mais força nos últimos anos. Desde a digitalização acelerada pela pandemia do novo coronavirus, as pessoas têm falado e se preocupado cada vez mas com UX. 

Donald Norman

O pai desse termo é Donald Norman, que já foi o Diretor de Design da Apple na década de 1990 e foi o responsável pela enorme preocupação da empresa com a experiência e a usabilidade dos seus sistemas e produtos, lá atrás ele já dizia que a Experiência do Usuário era o fator importante para o sucesso de um projeto de artefato ou aplicativo. 

Em dois de seus livros, ele aborda os motivos para amarmos ou odiarmos os objetos do nosso cotidiano e batiza essa área, inicialmente, de design emocional.

Seus estudos, inclusive, traziam recomendações de usabilidade para projetos e produtos com o foco na melhoria da experiência de uso, essas recomendações até hoje são referenciadas em vários estudos e guiam os projetos de UX.

Jakob Nielsen, também nas décadas de 1980 e 1990 falava sobre a necessidade de se preocupar com a utilização dos sistemas que vinham surgindo, o tema dele era a usabilidade. Vale lembra que nesse período tudo ainda era bastante novo e os computadores não tinham o alcance que estamos acostumados a ver hoje. Hoje ambos colaboram com seu conhecimento no Norman & Nielsen Group, que trabalha, entre outras coisas, com UX.

Mas essa semente de Norman foi plantada há décadas, germinada por Nielsen e depois amadurecida por outros pesquisadores. O que explica a explosão das vagas e cursos voltados para a experiência de usuário?

A resposta é: pandemia do COVID-19.

Durante o processo de restrição de circulação de pessoas foi necessário criar alternativas para empresas de comércio e serviços. Essas empresas não trabalhavam com internet anteriormente e suas estruturas não eram feitas para isso.  Desde o modelo econômico da empresa até a forma de gestão, nada fluía para a digitalização.

Além disso, pessoas que nunca se interessaram em comprar nada pela internet, precisavam repensar sua estratégia já que, em alguns lugares as restrições de circulação eram maiores. Idosos nunca se imaginaram fazendo compras no supermercado via aplicativo, hoje isso é uma realidade!

Agora imagine um site ou aplicativo não pensado para os mais diversos públicos? Certeza de desastre!

Um idoso não pensa da mesma forma que um adolescente e quando falamos em tecnologia, eles falam línguas bem diferentes. São gerações completamente diferentes, enquanto um viu os computadores surgirem com estranheza, os outros nasceram com uma relativa conexão natural entre os objetos do dia a dia.

Surge ai a necessidade de compreender melhor o usuário e sua experiência!

As empresas perceberam que, se não melhorassem seus sistemas, perderiam clientes e espaço no mercado e poderiam até prejudicar as suas operações do mundo físico. Conheço empresas que, nunca tiveram em seu foco, a possibilidade da digitalização e, em uma semana, foram obrigadas a repensar essa estratégia.

O UX não é um problema para as empresas, é a solução dos problemas que podem chegar para ela e parte de uma premissa básica: EMPATIA. Não digo a empatia vendida aos quatro cantos como filosofia de good vibes, mas a empatia real, de compreender o outro e criar soluções que REALMENTE sejam apropriadas e pensadas para esse público.

E como isso acontece? Perguntando pra o público, simples assim! Claro que existem diversas formas de perguntar, metodologias e processos que são consenso entre os UX Designers, mas é na simplicidade de se preocupar com o outro que surge o grande segredo do UX.

Desde entrevistas estruturadas e questionários eletrônicos, aos Focus Groups e observações de uso, já consagrados pela publicidade desde a década de 1950 que fornecem bases para a criação de personas e cenários que guiarão o desenvolvimento das soluções em design e estão se espalhando por outras áreas. 

Ponto para o Design Thinking que trouxe à luz das outras áreas as metodologias de design e tornou possível que profissionais de muitas outras áreas tivessem uma noção mais ampla das possibilidades do design centrado no usuário. O Marketing, por exemplo, vem criando laços com o UX usando o Costumer Experience, que trata da forma como o consumidor lida com a empresa, o produto e o processo de aquisição dele. Mais uma vez: o cliente em primeiro lugar.

Você tem interesse por essa área? Há uma série de sites e cursos que tratam do assunto, aqui inclusive já há várias publicações a respeito mas aqui deixo algumas sugestões de livros bem interessantes sobre o User Experience:

Donald Norman – O Design do dia a Dia
Donald Norman – Design Emocional
Gulhermo Reis – Fundamentos do UX
Rian Dutra – Enviesados
Travis Lowdermilk. Design Centrado no Usuário: Um guia para o Desenvolvimento de aplicativos amigáveis. 
Cecília Henriques; Denise Pilar; Elizete Ignácio. UX Research com sotaque brasileiro: ou sobre como fazer pesquisa com usuários no Brasil sem apegos acadêmicos ou erros do mercado. 
Steve Krug. Não me Faça Pensar: uma abordagem de bom senso à usabilidade mobile e na web 

A premissa é básica: o seu público importa e é para ele que estamos fazendo tudo, considere ele sempre em sua abordagem, é tudo para, por e com ele. O usuário ou público é o nosso principal foco na criação, lembre que é ele que irá utilizar a sua solução. A experiência de uso dele é que vai dizer se a sua solução foi bem pensada e se atinge 1as necessidades dele.

Essa foi minha estreia aqui no Design Culture, estarei por aqui a cada duas semanas trazendo assuntos relacionados principalmente a Tecnologia e Design. Até breve!

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