Já está com telefone no ouvido e do outro lado atende uma voz cordial… Espere, não fale já! Quais são as perguntas que JAMAIS deve colocar a uma ferramenta de email marketing? Quais farão de si alvo de chacota geral?
“Posso comprar a lista de emails de vocês? Podem emprestar ela pra mim?”
Ai, Nossa Senhora da Paciência… Deixa explicar com muita, muita calma.
Nun-ca! Com-pre! Lis-tas! Nunca! Nem pense nisso. Tire já essa péssima ideia da cabeça! Fora, péssima ideia, fora! E tenha sempre cautela se alguém lhe tentar vender listas.
“M-m-mas por quê?”. Remoções, bounces, spamtraps – o tridente da sua ruína! É certo e seguro que qualquer lista de emails que ofereçam a você vai estar repleta de:
– endereços que nunca deram autorização para receber emails
– endereços inválidos e abandonados
– uma vontade irrefreável de matar
“Matar quem?”. A sua empresa e a sua marca! O Gmail, Hotmail, Yahoo e demais sistemas de correio vão bloquear os seus emails. Levará um tremendo choque de queixas de spam. O seu site irá parar direitinho às listas negras. Existem diversas explicações para esta reação alérgica, mas basta que saiba isto: uma lista de emails comprada aniquilará a sua reputação de envio e manchará a sua marca para sempre!
E para cúmulo, pode ter certeza de que no bate-papo do café da empresa a quem fez tão inocente pergunta o seu nome virá à baila – vergonhosamente.
A pergunta a fazer é…
“Não tenho lista de emails. Como posso criar uma e fazê-la crescer?”
Muito bem, agora sim. Há aqui duas palavras-chave a ter em conta: “permissão” e “interesse“. Comece por manter o seu site atualizado com conteúdo excelente e apelativo que os visitantes adorem e sem o qual não possam passar nem um único dia. Ao mesmo tempo, coloque no site um formulário de cadastro para que as pessoas possam receber as suas novidades por email. Assinale claramente no próprio formulário o tipo de notícias que vai enviar (e com que frequência) e use um sistema de confirmação (double opt-in) para ter a certeza de que quem se inscreve dá a você autorização para receber seus emails.
Sim, terá que começar do zero, mas uma casa não se constrói pelo telhado, muito menos com telhas partidas. Nenhum fornecedor de email marketing que se preze vai vender uma lista de emails (ou, ainda pior, a lista de emails dos próprios clientes deles – fuja disso como diabo da cruz!). Outras soluções mágicas (como co-marketing ou bases de dados para alugar) periclitam na corda-bamba da lei e raramente dão os resultados pretendidos. É verdadeiramente fundamental fazer tudo certinho a partir do zero. Estas nossas dicas podem ajudar.
“Posso fazer um disparo de 200 milhões de emails? Agora? Quebrem esse galho pra mim!”
Olá, daqui é a Terra, aquele planeta distante. Temos uma mensagem:
Você é spammer!
Mesmo que não se aperceba disso.
É categoricamente impossível que cada uma das pessoas que estão nesses quinquiliões de endereços de email tenham dado autorização para receber comunicações de você. Sobretudo se precisa fazer o envio agora mesmo.
“Mas…”
Shhh, vou encerrar sua chamada. É um favor que faço para você.
“Mas amigão, posso pagar, tenho muitos cartões de crédito e posso oferecer até…”
Shhh, está quase. *click*
A pergunta a fazer é…
“Tenho uma lista com 200 milhões de emails. O que posso fazer para seguir as boas práticas?”
Assim está bem melhor. Dificilmente conseguirá evitar o olhar desconfiado dos fornecedores de email marketing, mas a maioria deles deve pelo menos estar disposta a ajudar. Dependendo da forma como obteve esses emails (por favor, me diga que não comprou!), o próprio fornecedor ou um serviço de limpeza externo pode analisar a sua lista, remover os duplicados e purgar os endereços inválidos e inexistentes.
Não esqueça que esta limpeza vai provavelmente fazer minguar a sua colossal base de dados a uns poucos milhares de endereços, mas ao menos agora pode valorizá-los da melhor forma. Prepare cuidadosamente um email para recuperar estes subscritores (pois já não devem ter notícias de você há muito tempo) e vá depois ganhando paulatinamente a confiança e interesse deles, através do envio de mensagens que sejamrelevantes, apelativas e que adorem receber diretamente no inbox. E olhe aí, nem de propósito…
“Exijo que meus emails entrem no inbox ou quero meu dinheiro de volta!”
Tenha calma.
Respire fundo.
Ouça bem, pois só direi isto uma vez.
O inbox está pouco se ferrando para suas exigências!
Por quê? Imagine que alguém que não conhece de lado nenhum exige invadir a sua casa sempre que lhe apetecer. Admitiria que fizessem isso? Ora é precisamente o que o Gmail, Outlook.com, Yahoo e afins pensam de você.
A pergunta a fazer é…
“Como posso melhorar minha eficácia de entrega?”
Eis uma questão bem mais ponderada, e aqui já o seu fornecedor de email marketing pode ajudar. Imagine ele como se fosse um carteiro que entrega pessoalmente uma carta sua ao porteiro de um condomínio fechado. Esse porteiro (ou seja, o Gmail, Yahoo, etc.) somente deixará passar a carta depois de verificar que:
– o envelope está devidamente selado e endereçado;
– um morador do condomínio pediu expressamente para receber essa carta;
– esse morador adora ler as suas cartas e costuma abri-las e lê-las sempre que as recebe.
O fornecedor de email marketing deverá tratar automaticamente do envelope, bem como providenciar formulários de cadastro para garantir que só recebe a carta quem realmente pediu para recebê-la. Mas o interesse desses destinatários pela sua carta depende inteiramente do que tem a dizer para eles! Como é óbvio, nenhum porteiro entregará um envelope bonito e perfumado a uma moradora que o rasga imediatamente e lhe atira os pedacinhos na cara.
Por isso é que o interesse das pessoas pelos seus emails (também denominado “engagement”) é fundamental!
Sim, há intervenções técnicas que podem ajudar os seus envios a obter a preferência dos serviços de correio electrônico. Sim, é preciso ter cuidado ao desenhar o seu email. Sim, existem certificações que contribuem para melhorar a eficácia de entrega. Mas em relação aos grandes serviços de correio (ISP), o que realmente conta é o interesse que as pessoas demonstram pelos emails que você envia. Se elas adoram, os ISP também. E se os ISP adoram os seus envios, estarão muito mais propensos a deixá-los chegar no inbox.
“Podem me dar mais 14 dias grátis? Ou um mês inteiro? Ou seis? Só para fazer mais uns testes de envio.”
Claro. Também quer um docinho? Que tal o meu casaco? Espere, já sei: tome, aqui tem a minha carteira.
A pergunta a fazer é…
“Podem me dar mais algum tempo para testar e ter certeza de que o sistema de vocês é ideal para mim?”
Agora sim, falamos com gente adulta. Muitos fornecedores de email marketing dirão mesmo assim que não, mas ao menos terão a sua questão em conta em vez de simplesmente gozarem com a sua cara. Desde que o seu motivo para pedir a extensão dos testes seja excelente, talvez consiga obtê-la.
Parece-lhe desnecessária tanta burocracia somente para um teste? Afinal, se um serviço oferece versão Trial a toda a gente, que mal fará testá-lo só mais um pedacinho? É uma ideia compreensível até se aperceber de que com esse Trial a empresa optou por disponibilizar o serviço a TODA A GENTE e arcar com um peso imensamente maior nos servidores e infra-estrutura em vez de jogar pelo seguro e demonstrar o sistema exclusivamente a um punhado de leads qualificadas. Veja, a empresa está perdendo dinheiro agora na esperança de que a transparência dos testes e o boca-a-boca tragam mais receitas depois!
Além disso, a maioria dos fornecedores de email marketing com conta Trial ou plano gratuito tem um sistema automático de gestão de clientes, pelo que qualquer exceção se arrisca a travar essa engrenagem. Daí que não seja raro que o pessoal do dept. técnico odeie aqueles clientes mais bajuladores que arrastam a asinha aos comerciais para ganhar um prolongamento no teste que acaba estragando, por exemplo, todo o sistema de faturação.
Não se atreva a ser esse cliente.
E por falar em atrevimento…
“Me passam o número pessoal da linda garota que gere a minha conta?”
Não.
“Mas hoje é Dia dos Namor…”
Não.