Design Bienal Brasileira de Design Floripa 2015 – DESIGN PARA TODOS

Bienal Brasileira de Design Floripa 2015 – DESIGN PARA TODOS

Por Design Culture

Uma mesa cujo tampo capta energia solar. Uma cadeira que parece não ter fim. Óculos 3D que simulam a emoção de escalar montanhas. Um tomógrafo disfarçado de submarino. Uma bicicleta quase toda de madeira de reflorestamento. Lâmpadas que parecem derreter no ar.

Esses são apenas exemplos de algumas centenas de produtos e projetos que estarão em salas em exibição na Bienal Brasileira de Design 2015 Floripa – que acontece na capital catarinense, entre 15 de maio e 12 de julho. O evento – que tomará conta da cidade – contempla seis exposições, um seminário internacional, ações educativas e ações paralelas em torno do tema “Design para Todos”, eleito como conceito central da Bienal, com o objetivo de mostrar projetos que atendem a todas as pessoas, independentemente de idade, gênero, classe social ou escolaridade, dentro do chamado design acessível ou design universal.

Mas, afinal, o design é mesmo para todos?

– No Brasil ainda persiste a ideia de que “o design é para poucos” – diz Freddy Van Camp, o curador da Bienal. – Queremos desmistificar isso e mostrar que o design hoje faz parte de praticamente todas as áreas da cultura material. Acho que ampliar esse entendimento é essencial, pois o design brasileiro tem avançado muito, e está na hora das pessoas (re)conhecerem mais esse trabalho – afirma.

Do carro ao aspirador de pó, do celular ao vestuário, do televisor à panela de pressão, do computador à caneta esferográfica, dos produtos desenvolvidos para facilitar a vida de pessoas com necessidades especiais ao mobiliário urbano, dos objetos de arte à embalagem de sabão em pó, das páginas de uma revista à padronização do Facebook. Tudo é design!

A base do conceito “Design para todos” está em uma visão estendida do design: socializar as funções de produtos, serviços e espaços, com propostas de uso que atendam às mais diversas camadas sociais, aos grupos com restrições físicas e a todos os que utilizam serviços públicos e privados.

A Bienal Brasileira de Design 2015 Floripa desdobra esse conceito em três visões:

Design Democrático – Pretende disseminar o uso dos produtos em todas as camadas sociais, com especial atenção para a nova classe social em ascensão no país. – Trata-se de criar produtos adequados a essa classe que hoje tem mais acesso ao consumo, com bom design e menor custo – explica Fred.

Design Especial – Voltado para a inclusão de grupos que hoje não têm pleno acesso aos produtos e serviços em função de suas características físicas, biológicas, cognitivas e culturais.

– Isso inclui todas as pessoas que têm algum tipo de necessidade especial ou específica – diz Fred. – Temos um bom exemplo: os móveis destinados a pessoas de terceira idade, que ainda não são produzidos no Brasil: cadeiras mais altas e mais eretas, mesas que não balançam etc.

Design Público – Aplicável a projetos da esfera pública que atendam a direitos básicos das populações urbanas, como locomoção, mobilidade, conforto, entretenimento e interação com o próprio meio urbano. Isso inclui produtos, ambientes e intervenções no espaço urbano, assim como educação e saúde.

– A população, infelizmente, ainda encara os espaços públicos como lugares que não são de ninguém – comenta Freddy. – O design tem muito a contribuir para tornar esses espaços – abertos ou fechados, com patrocínio público ou privado – mais adequados às necessidades do público que os frequenta. – esclarece.  –  Nesse particular é importante uma aproximação com o poder público,  pois muitas vezes os órgãos responsáveis não têm o entendimento de que o design pode e deve ser aplicado para o bem público, contribuindo para a melhoria da vida da população.

Programação

Seminário internacional

O Seminário que marca a Abertura da Bienal, nos dias 15 e 16 de maio, vai reunir especialistas nacionais e internacionais, ligados a diferentes projetos de design universal. São designers, pesquisadores, doutores e professores de instituições respeitadas no Brasil e no mundo, que discutirão o tema central da Bienal, “Design para Todos”.

– Num momento como o que vivemos, em que tudo está sendo reavaliado pela sociedade, é interessante ver o que está sendo feito e discutido lá fora.  E o seminário tem esse papel enriquecedor e alavancador – diz Freddy Van Camp, que enfatiza também a importância desse diálogo para o estado de Santa Catarina.

– Santa Catarina tem 41 cursos de design – conta. – E uma indústria bastante forte. Para os alunos e também para os professores, esse diálogo tem uma importância muito grande, não só para orientar os rumos do ensino como também para que os próprios estudantes se reconheçam e se situem em relação ao seu futuro na profissão – destaca.

Convidados e temas

Mugendi K. M’Rithaa (Cidade do Cabo, África do Sul) – Design Social e Transformador para Todos: uma perspectiva Africana

Avril Accolla (Milão, Itália/Xangai, China) – Design para todos, vanguarda social da inovação

Deniz Ova (Istambul, Turquia) – Bienal para Todos

Ralph Wiegmann (Hannover, Alemanha) – O prêmio IF Design e sua influência nas sociedades

Guilherme Knop (São Paulo, Brasil) – Volkswagen Design

Manuel Estrada (Madrid, Espanha) – Design para vender. Design para comunicar.

Edna dos Santos-Duisenberg (Genebra, Suíça) – Design na Era da Criatividade

Dan Formosa (Piemont, Nova Iorque, EUA) – Será que o design consegue se reinventar?

Bel Lobo (Rio de Janeiro, Brasil) – O bem, o bom, o belo, para todos

Montse Arbelo e Joseba Franco (Bilbao, País Basco, Espanha)  – Atitudes inovadoras e ecossistemas criativos

Jorn Konijn (Amsterdã, Holanda) – Acho que estamos presos no futuro

Jorge Montana (Bogotá, Colômbia) – Design na hiper-conexão

 

Exposições

Design para todos – Para melhorar a vida – Mostra Principal

Apresenta sobretudo produtos, em especial os de fabricação industrial. Estarão representados exemplos de design gráfico, embalagens, ambientes e serviços, além de projetos de todas as regiões do país, o que contempla também projetos artesanais.  A mostra não terá setores, para que o público possa perceber a presença do design em uma variada gama de produtos e de materiais.

Design Participativo – Coletivos Criativos

Voltada para projetos que representam legados tangíveis e intangíveis para a cidade de Florianópolis. A intenção da Bienal é discutir o conceito de design acessível e garantir seu alcance de forma democrática, mostrando como a concepção de bons produtos e serviços deve atender aos públicos mais diversos, oferecendo qualidade ao ambiente urbano. Durante o período de realização da Bienal, o grupo irá promover uma agenda a partir do uso de um equipamento urbano (geodésica), que abrigará oficinas e ações geradas pela exposição.

Design Tecnológico – Os “makers” e a materialização digital

O design baseado em tecnologias digitais propõe uma nova revolução de usos, adaptados a características quase individuais dos usuários, como a tecnologia de impressão 3D.  Para o curador Jorge Lopes, a mostra procura captar o momento novo que a tecnologia de impressão 3D vivencia hoje: a materialização dos projetos. Vários trabalhos bem-sucedidos de impressão digital estarão em exibição e o público poderá participar dessa nova tendência.

Design Holandês no Palácio do Povo

Mostra que vem da Holanda, inspirada no local de exibição: o Museu Cruz e Souza, antigo palácio onde os governadores trabalhavam e residiam. Apresentará um contraponto mais atual ao interior tradicional do palácio, em torno de uma ideia central: o uso cotidiano de uma casa e a mudança de seu papel nos últimos tempos, afetada pelas novas tecnologias e pelas crises econômicas.

Criação Catarina

Distribuída em setores, a exposição vai revelar o lado criativo da indústria, seus processos e tecnologias, oferecendo ao público uma boa visão da dimensão e da extensão da atividade do design catarinense atual, que espelha o aprendizado desenvolvido ao longo dos anos, com muitos designers que se radicaram em Santa Catarina.

Design para Todos?

Fruto de uma experiência vivida na Bienal de 2010, em Curitiba, apresenta um conjunto de cartazes sobre o tema da acessibilidade, desenvolvidos especialmente para a Bienal por 20 artistas gráficos convidados. A mostra será distribuída em três locais de exibição: Parque de Coqueiros, Jurerê Open Shopping e Calçadão do Mercado Público.

Serviço

Bienal Brasileira de Design 2015 Floripa

Florianópolis, Santa Catarina

 

De 15 de maio a 12 de julho 2015

Programação: www.bienalbrasileiradedesign.com.br

 

Seis mostras com entrada franca

Seminário Internacional (inscrições: www.bienalbrasileiradedesign.com.br/seminario)

Ações educativas

Realização: Centro Design Catarina – Fiesc

Co-realização: Prefeitura de Florianópolis – Governo de Santa Catarina

Patrocínio: ApexBrasil – Portobello – Tractebel Energia – BNDES – Sebrae

Apoio institucional: Fapesc – CNI

 

 

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