Cinema e Séries Deadpool 2 | o que é bom pode ficar melhor

Deadpool 2 | o que é bom pode ficar melhor

Por Erica Oliveira Cavalcanti Schumacher

Depois de uma extensa e brilhante campanha publicitária, chega a hora da Fox jogar a cartada do mutante que quebra todas as regras do manual do filme de super-herói moderno. Antiético, descreditado, mal-intencionado, rei do improviso e hilário, Deadpool 2 é a estreia da semana e o filme da vez para quem já conferiu o filme de super-herói em cartaz que segue toda a cartilha do cinema contemporâneo.

Dando continuidade ao sucesso de 2016 estrelado por Ryan Reynolds no papel que garantiu a salvação de sua reputação profissional, o primeiro Deadpool apresentou o jeito desregrado de fazer filme da moda e conquistou nada menos do que US$ 783 milhões de dólares em bilheteria para a Fox. A título de comparação, outros filmes famosos da produtora arrecadaram bem menos do que isso, a exemplo dos US$ 619 milhões de Logan (2017) e dos US$ 373 milhões por X-Men Origens: Wolverine (2009). O mérito de ser a maior arrecadação dentre os mutantes é que sua classificação indicativa deixa de fora o público adolescente, geralmente, o grande responsável pela lotação de salas em filmes do gênero.

Mesmo que o estilo agora já não seja novidade para o público, é certo que o longa sabe encantar a plateia, de modo a garantir fôlego para o futuro da série e do personagem. Para esse novo capítulo, não foi necessária muita inovação, já que os produtores Rhett Reese, Paul Wernick e Ryan Reynolds optaram por manter a fórmula do primeiro, só que ousando mais no nível do despudor.

A técnica de quebra da quarta parede (nome dado aos longas onde o personagem interage com a plateia, tais como Curtindo a Vida Adoidado, de 1986 e House of Cards) havia sido utilizada no primeiro filme e repete a dose em nível alarmante nesse novo; destaque-se que esse mecanismo também é utilizado nos quadrinhos do anti-herói, publicados desde 1991. Além disso, sátiras do próprio Ryan Reynolds estão no roteiro, que dialoga por vezes com ele mesmo, Wade Wilson e Deadpool. Da forma como foi alocado, soa que a quebra da quarta parede seja um poder do Deadpool, uma vez que isso só acontece quando o mascarado está em ação.

Para essa nova empreitada, a trama se debruça sobre os esforços do herói em formar uma família, independente do que isso signifique e sem esquecer da parte ruim desse instituto. O lado paternal de Wade está aflorado, mas isso não quer dizer que ele se sairá bem com suas intenções. É interessante analisar que mesmo com todo escracho inerente ao protagonista, Deadpool consegue ainda ser um exemplo do politicamente correto no cinema, pois detesta machistas, racistas e quaisquer outras discriminações contra humanos ou mutantes.

A joia do filme reside na quantidade de referências que Deadpool é capaz de fazer, seja para xingar, comparar ou elogiar. A implicância com os X-Men atinge o ápice e sobre até para a Marvel (aqui, produtora associada), que mesmo sendo aparente rival, reúne todos os heróis no mesmo reduto. Em nome da curiosidade, os quadrinhos narram que a imortalidade do Deadpool se deve ao projeto Arma X, que extraiu a regeneração de Wolverine (X-Men Origens: Wolverine) e também pela maldição de Thanos para que o anti-herói não flerte com a Morte; Com base nisso, ninguém melhor que Deadpool para reunir o melhor dos dois mundos.

Assim como a narrativa de 2016, a trilha sonora do longa ganha destaque pela versatilidade. Celine Dion, A-Ha e Air Supply dividem a cena com Cher, Diplo e Tyler Bates (e isso não é nem metade da musicalidade do filme) e fazem de Deadpool 2 um longa que será facilmente lembrado por esse quesito. A qualidade desse fator é elevada graças à edição e mixagem de som do título. Cenas de tiroteio, voo, perseguição e explosões diversas garantem o melhor do áudio de uma sala, ao ponto de que seja recomendada a experiência em salas que capricham nesse requisito, a exemplo do IMAX.

O elenco está grandioso e Reynolds nunca preencheu tanto uma tela de cinema como agora. Pequenas participações de peso, dentre as quais se destacam Terry Crews, T.J. Miller, Zazie Beetz e Karan Soni puxam o longa para cima e equilibram a atuação forçada do mutante adolescente problemático Russell, interpretado por Julian Dennison.

Pelo exposto, é certo que Deadpool 2 conta com mais pontos positivos do que negativos. A comédia compensa ao ponto de o público abstrair a violência extenuante e um eventual desalinho fruto do excesso. Se a proposta era quebrar paredes e barreias, a única resposta possível é que o resultado foi obtido.

Atenção! O filme conta com algumas cenas após o crédito principal que valem muuuito serem vistas, e é especialmente embalado por uma animação de deixar qualquer profissional de artes visuais babando. Não precisa ficar até o fim, já que não há nada ao fim de todo o rolo de ficha técnica. Por último, o filme recebeu classificação indicativa 18 anos, e sendo critério absoluto, nenhum menor de idade, acompanhado ou não de responsáveis, poderá ter acesso às sessões.

Sem mais avisos, Deadpool 2 estreia em todo o Brasil nesta quinta-feira, 17 de maio; o trailer pode ser visto a seguir:

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