Fala criativos!
Hoje vamos falar de um movimento artístico muito interessante que surgiu através do avanço de tecnologias de registro (video e foto), estamos falando da Glitch Art. Para falar mais sobre esse estilo artístico precisamos antes compreender o que seria um Glitch.
GLITCH
Em uma tradução quase que literal, podemos considerar o “Glitch” como um erro que ocorre em aparelhos analógicos e digitais que funcionam com registro de imagens (câmeras fotográficas ou filmadoras). Esse erro pode ser decorrente de uma série de fatores, no caso dos aparelhos analógicos normalmente se deve a um mau funcionamento do equipamento, pode ser um defeito na lente, obturador ou qualquer peça que tenha correlação direto com o processo de registro. Abaixo um exemplo de glitch em um aparelho de VHS decorrente do desgaste da fita cassete:
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Assim também podemos considerar efeitos que hoje são renomados como o “Lens Burn” e a dupla exposição como Glitches de câmeras analógicas:
Já quando o Glitch acontece no meio digital, normalmente se deve por um erro de conversão ou compressão do arquivo, o que gera “artefatos” que basicamente são linhas de informação geradas pela mudança para um outro formato. Essa compensação gera uma distorção involuntária e o que vemos é uma deformação da imagem ou video. Hoje é bem comum vermos isso acontecer em aparelhos de celular que usamos tanto para o registro de fotos como para videos:
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GLITCH ART
E foi a partir desse tipo de erro que surgiu uma nova vertente artística que se aproveita dessa irreverência e imprevisibilidade. Hoje temos diversas vertentes dentro da própria Glitch Art, tendo desde artistas que trabalham com instalações artistiscas, pintura, fotos e até esculturas, o importante é a quebra de paradigmas e regras de cada mídia.
Se fossemos traçar um histórico da Glitch Art, teríamos que voltar para meados de 1935 quando surgiram predecessores desse estilo artistico o artista neozelandense Len-Lye criou a sua projeção conhecida como “Colour Box” na qual ele introduziu frames pintados e alterados a mão, padronagens essas que eram inspiradas na cultura Maori da região da oceânia, o que de certa forma seria um tipo de “Motion graphics” rudimentar se fossemos categorizar em tempos atuais:
Outra grande influência nesse estilo artístico foi o artista coreano Nam June Paik, muito conhecido por suas instalações artísticas utilizando dezenas de monitores de tv de tubo. Um dos seus experimentos mais interessantes tratava-se de utilizar grandes imãs sobre televisões para criar oscilações nas imagens decorrentes das interferências magnéticas geradas nos componentes metálicos dentro da televisão.
Foi a partir de pioneiros como esses e de avanços tecnológicos que possibilitaram que a Glitch Art não só se diversificasse em termos de efeitos e texturas, mas também fez com ela se expandisse para outras áreas e mídias mais populares em termos de consumo, como roupas, móveis, música e jogos.
Um exemplo interessante é o do artista Paul Kaptein, que criar uma intersecção entre o mundo do Glitch e a vida real através das suas esculturas realistas e ao mesmo tempo surreais:
Na mesma linha de criar esculturas que simulam esse aspecto de erro, o designer Ferrucio Laviani criou uma coleção chamada “Good Vibrations”, um ótimo trocadilho para o fato de que seu mobiliário é extremamente distorcido como vemos em efeitos de Glitch digital, nas palavras do próprio designer “Nos queríamos misturar designs neo-renascentistas que tem uma cuidado extremo com o detalhe com uma imagem de baixa qualidade com erro, achamos essa discrepância intrigante” :
O Glitch artista Phillip Stearns em parceiria com o designer Stalio criaram diversas estampas para vestimentas e tecidos em aplicações diversas a partir de padronagens geradas através de Glitches digitais:
Temos também os GIFs interessantíssimos do brasileiro Sabato Viscondi que corrompe ROMs de jogos de videogame da era 16 bit (Super Nintendo e Mega Drive) e cria Glitchs muito intrigantes:
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Poderíamos montar um site específico de tanto material que temos disponível desse tipo de arte atualmente, por isso vamos deixar vocês se divertindo pesquisando por outros artistas e métodos de Glitch Art.
Caso você esteja interessado em criar suas próprias Glitch Art Uma dica que posso dar que é bem interessante é , independentemente de você estar em uma profissão criativa ou apenas praticar por hobby, é ter acesso a um banco de imagens. Pode parecer besteira, mas ter acesso a um banco de imagens pode fazer uma baita diferença na hora de juntar recursos para criar suas próprias Glitch Arts. Seja para estudo ou para trabalho, ter acesso a materiais de qualidade é essencial para a evolução de um profissional criativo.
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