Falar sobre corrupção está na moda, infelizmente. E quando o tema aparece, sempre vem aquele turbilhão de informações que deixa a gente perplexo, podendo ser por causa da pessoa envolvida ou do tipo de crime que ela cometeu (às vezes, bizarros). E se eu te falar que a fonte Calibri, da Microsoft, virou prova quente para um escândalo de corrupção?
A notícia vem do Paquistão, país que fica no sul asiático. A filha do primeiro-ministro Nawaz Sharif, Maryam, teria forjado documentos sobre a posse de propriedades no exterior em 2006. Esta investigação surgiu com o escândalo do vazamento de informações conhecido como Panama Papers. O ponto da investigação é: por que Maryam utilizou Calibri em um documento oficial, sendo que a data de lançamento da fonte remete ao ano de 2007?
O consultor de fontes, Thomas Phinney, afirmou que ela já existia antes de 2007, só que em uma versão beta do Windows, em 2004. Essa informação foi confirmada posteriormente por um assessor da Microsoft.
Já um representante do criador da Calibri, o holandês Lucas de Groot, disse que as versões betas costumam ser utilizadas por programadores e curiosos de tecnologia e que para obtê-la na época precisaria de um certo esforço. Depois ele questionou: “Por que alguém utilizaria uma fonte completamente desconhecida em um documento oficial em 2006?”.
Oh. My. God. pic.twitter.com/LC5w13f9RX
— Zarrar Khuhro (@ZarrarKhuhro) 10 de julho de 2017
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Com esse escândalo, a definição da fonte Calibri na Wikipédia chegou a ser alterada com a narração dos fatos no Paquistão, mas as edições logo foram canceladas. No entanto, não escapou das garras das hashtags e o caso ficou conhecido como #Fontgate. Enquanto isso, o primeiro-ministro segue afirmando que a história se tornou pública unicamente para denegrir a imagem de sua família. A oposição à Sharif, representada por Imran Khan, defende a renúncia do cargo. À conferir!